15.12.06

Rua AZEVEDO DE ALBUQUERQUE



Anteriormente chamou-se Rua dos Fogueteiros. Foi a primeira das ruas da cidade a ter passeios.

A Cooperativa Cultural Árvore tem a sua sede na casa brasonada que foi a de Azevedo de Albuquerque.
Nesta rua também existiu, pelo menos até aos anos setenta, o Horto das Virtudes, actualmente ocupado pelo Jardim das Virtudes.


Quem foi AZEVEDO DE ALBUQUERQUE?

Engenheiro JOAQUIM DE AZEVEDO SOUSA VIEIRA DA SILVA E ALBUQUERQUE, que foi professor ilustre na Academia Politécnica do Porto. Nasceu no Porto em 16 de Agosto de 1839, cursou com distinção a Politécnica, na qual obteve a carta de engenheiro civil em 3 de Agosto de 1861 e casou na igreja de Miragaia em 5 de Abril de 1869 com D. Helena Eulália Gonçalves Pinto de quem teve 4 filhos. Participou na revolta de 31 de Janeiro de 1891.


RUA dos FOGUETEIROS - Assim denominada por nela terem tido assento vários artífices de pirotecnia, forma hoje juntamente com a também antiga Calçada dos Carrancas a rua que hoje se chama Azevedo Albuquerque que liga o Largo do Viriato ao Passeio das Virtudes. Por volta de 1841 construiu-se o Paredão dos Fogueteiros, que veio dar continuidade à rua da Restauração. Antes deste paredão o acesso da rua dos Fogueteiro à Cordoaria fazia-se por um escabroso e alcantilado caminho aberto entre penedos. Este paredão dos Fogueteiros por o local ser bastante pantanoso, havia uma nascente e por lá passava o rio das Virtudes que antes fora chamado de rio Frio, assenta sobre um alicerce feito em estacaria e a grande profundidade. O Paredão possui três grandes arcos à face da rua Azevedo de Albuquerque, dos quais, um, o do lado nascente, dá entrada para os armazéns subterrâneos do Hospital de Stº António, visto que o Paredão lhe obstruiu uma porta. No interior do arco do lado poente, fizeram uma casa de habitação. Ainda actualmente o é (1961) e há ainda um estabelecimento de vinhos no rés-do-chão. No arco central havia uma fonte — a fonte dos Fogueteiros — cuja água proveniente de uma nascente na cerca do Hospital, caía num espaçoso tanque construído em 1843. Esta fonte já existia antes de 1820 então encostada à parede do Hospital. O primeiro passeio que se fez no Porto com lancis, guias de pedra na margem do passeio, foi o da rua dos Fogueteiros, lado sul, lado do rio Douro, na parte que ia da fonte até à rua da Bandeirinha, passando pelo Largo. Foi em Março de 1852 e daqui para diante as ruas do Porto tiveram guias nos seus passeios.

dados recolhidos por Jorge Rodrigues

5.12.06

Rua da VITÓRIA


foto de Francisco Oliveira


Antiga Viela da Esnoga e depois Viela Luís Coelho.


Depois foi Viela de S. Roque por causa de uma ermida que por ali existiu e cuja memória resta hoje num nicho incrustado na frontaria de um prédio.

A Rua da Vitória, que tomou a designação da Igreja de Nossa Senhora da Vitória, sede de freguesia, criada em 1583 pelo Bispo D. Fr. Marcos de Lisboa.

Começa na Rua das Taipas e termina na Rua dos Caldeireiros. Tem também acesso pela Rua do Ferraz a partir da Rua das Flores.


2.12.06

Largo da MATERNIDADE JÚLIO DINIS


Antigo Campo Pequeno ou Largo dos Ingleses. Conhecido igualmente por Largo da Maternidade.
Onde se construiu o primeiro templo[1] e o primeiro cemitério protestante.


[1] O terreno foi comprado por JOHN WHITEHEAD em 1887, em 1822 começou a construir-se mas só foi consagrado em 1843.






MATERNIDADE JÚLIO DINIS[1]. Conhecido igualmente por Largo da Maternidade.


CEMITÉRIO INGLÊS.
Sobre o Cemitério Britânico


[1] Os terrenos para a construção da Maternidade foram adquiridos em 1927(?) mas o edifício só ficou completamente terminado em 1937. O autor da traça foi o suíço GEORGE ÉPITAUX que já tinha desenhado a maternidade de Lausanne. No jardim existe um busto em bronze do Dr. ALFREDO DE MAGALHÃES datado de 1937.



1.12.06

Rua CLEMENTE MENÉRES


Já se chamou rua do Paço e Praça do Duque de Beja.

Tem o nome actual pelo menos desde 1945.

Sobre Clemente Menéres descobri há pouco tempo isto:


«A Quinta do Romeu nasceu da visão de Clemente Guimarães Menéres.

Clemente da Fonseca Guimarães, nascido em 1843 na Vila da Feira, tinha uma energia enorme.
Foi para o Rio de Janeiro aos 15 anos onde então residiam parentes seus. Regressou cinco anos depois, dedicou-se ao comércio e voltou lá mais tarde. Percorreu a Europa Central e de Leste e o Médio Oriente à procura de mercados. Tinha um caminho novo a percorrer. Talvez por isso, acrescentou um nome, Menéres, ao Guimarães que já tinha. Não cabia no País nem na família. Fundou imensas sociedades para exportar produtos portugueses, nomeadamente vinhos, conservas e cortiça. Criou a primeira fábrica de conservas e a primeira fábrica de rolhas em Portugal.

Aos 31 anos, em 1874, parte em carro de cavalos para Trás-os-Montes para comprar os sobreirais que ouviu dizer que por lá havia. Cria uma propriedade, a Quinta do Romeu, com uns milhares de hectares dispersos por oito concelhos do distrito de Bragança. Refaz as vinhas que encontra dizimadas pela filoxera e alarga os olivais que existiam. Como a qualidade dos vinhos e o “terroir” o justificavam, na remodelação da Região do Douro de 1907 é autorizado a produzir Vinho do Porto.
Participou em muitas feiras na Europa e na América do Norte e do Sul. O diplomata Venceslau de Morais no seu livro “Cartas do Japão” refere, com elogios, a sua presença na Feira de Osaka de 1903.

Em 1902 funda, com os filhos, a actual Soc. Clemente Menéres Lda. Depois de falecer, em 1916, sucedem-lhe os filhos, netos e bisnetos.
Um dos filhos, Manoel Menéres, na década de 60, pessoalmente restaura e renova três aldeias locais, cria infantários para as crianças e um restaurante para as sustentar com a sua receita, o Maria Rita, e faz também o Museu de Curiosidades.
Com o mesmo espírito, os seus descendentes continuam e aperfeiçoam a Quinta do Romeu. Com carinho e dedicação. Também com persistência, muita. Passou esta Sociedade os tempos da implantação da República, das duas grandes guerras, da revolução de Abril, da integração europeia e actua agora no palco global. Produz um dos melhores azeites do mundo e vinhos do Porto e de consumo de muita categoria. Vende para a Europa, América e Ásia.

Procura-se, no Romeu, uma harmonia entre as pessoas, as culturas agrícolas, o ambiente e a economia. Como se fosse música. Para lá da agricultura biológica, com alma. Eticamente empenhados. Conscientes dos pés na terra e do Divino no “céu”. Alimentados por Ambos.

Se nos visitar, isso sente-se. Mesmo no Restaurante Maria Rita.»

publicado em Quinta do Romeu

Descendentes de Clemente Menéres também criaram um blogue (infelizmente não faz referência à actualização que já houve neste artículo. Tem dados interessantes para o conhecimento da actividade deste empreendedor.