22.5.06

Rua 31 de Janeiro

setembro 2006


Assim chamada em memória da Revolta republicana em 31 de Janeiro de 1891 em reacção ao Ultimatum Inglês

Foi aberta ao público em 1805. Também já se chamou rua de Santo António - durante o Estado Novo.
Almada de Melo decide em 1784 abrir duas ruas que estabeleçam a comunicação entre o Bairro de Santo Ildefonso e o Bairro de Bonjardim. A primeira foi a Rua Nova de Santo António, devido a Santo António dos Congregados. Nova, porque já existia outra Rua de Santo António da Picaria.
O declive entre as extremidades da rua era tal que foi preciso construir um leito sobre túneis que dão ainda hoje passagem de um lado ao outro da rua. Na parte baixa o leito foi edificado em estacaria por causa da mina do Bolhão que por aí corria para alimentar o convento da Avé Maria de S. Bento.
Ao fundo da rua encontra-se a Igreja dos Congregados[1] , com a fachada virada para a praça Almeida Garrett.




[1] Esta Igreja foi edificada pelos padres de S. Filipe de Nery nos princípios do século XVIII.


artigo de Germano Silva publicado no Jornal de Notícias

REVOLTA DE 31 DE JANEIRO DE 1891 - Publica-se no Porto, a 1 de Setembro de 1890, o primeiro número da “República Portuguesa”, jornal dirigido por João Chagas e que tanto contribuiu para a Revolta do 31 de Janeiro de 1891. João Chagas foi degredado para África como revoltoso, conseguiu escapar tendo estado homiziado em Paris. Passados menos de 2 meses, a 23 de Março, já as sentenças eram lidas. Os revoltosos foram julgados em Leixões a bordo de três navios de guerra em três conselhos de guerra pois havia 200 inculpados. As penas aplicadas foram rigorosas: prisão maior celular, degredo, presídio militar, prisão correccional, e deportação militar. O 31 de Janeiro de 1891 foi comemorada em 31 de Janeiro de 1910, 10 meses antes da República.

maio 2006

Texto de Hélder Pacheco no JN de quinta-feira, 1 de Fevereiro de 2001: «...As suas principais figuras foram o capitão Leitão, o alferes Malheiro, o tenente Coelho, o dr. Alves da Veiga, o actor Verdial e Santos Cardoso, além de vultos eminentes da cultura como João Chagas, Aurélio da Paz dos Reis, Sampaio Bruno, Basílio Teles e outros. Secundando a acção militar, saída do quartel de Santo Ovídio, a facção civil do movimento, pela voz de Alves dos Reis, de uma varanda da Câmara, proclamou o novo regime, anunciando os nomes do primeiro governo provisório.
Dominada pela Guarda Municipal (de modo sangrento na Rua da Santo António), a “Revolta do Porto” viu os seus intervenientes presos. A reacção oficial seria implacável, tendo os revoltosos sido julgados, ao largo de Leixões, por Conselhos de Guerra sediados no paquete “Moçambique”, na corveta “Bartolomeu Dias” e no navio-transporte “índia”. Pedindo a acusação sanções pesadíssimas, seriam condenadas a penas entre 15 anos e 18 meses de prisão mais de duzentas pessoas. Durante os julgamentos ou a caminho do degredo em Africa, alguns condenados produziram afirmações reveladoras da firmeza das convicções que os norteavam, que colocavam o país acima dos interesses pessoais. Entre muitos o actor Verdial disse: “O primeiro dos tribunais para o homem que se estima é o da própria consciência. E José Maria Durão: “Portugal, minha pátria, a República te salvará!”. E Manuel Pereira da Costa: “Sou português e hei-de morrer português. Sou republicano e hei-de morrer republicano. Fui preso por perfilhar estas ideias; honro-me disso.” E Amaral Leitão: “ Encarcerado, como estou nesta prisão flutuante, vilipendiado, torturado e julgado pelos esbirros da monarquia, daqui mesmo saúdo a minha querida pátria.” E o sargento Abílio (o mais modesto dos líderes revolucionários): “... que poderá escrever um condenado político da minha estatura intelectual? Apenas o seguinte brado: — Viva a República, porque a pátria com ela reviverá.” E João Nunes: “Mais vale o cárcere com a consciência tranquila, do que a liberdade com remorsos. Mais felizes são os vencidos de 31 de Janeiro do que os membros do Conselho de Guerra de Leixões.” O julgamento produziu também o notável discurso de defesa apresentado perante o 2º Conselho de Guerra pelo advogado José Alberto de Sousa Couto. Trata-se de um texto brilhante, que o futuro veio confirmar. À míngua de espaço, dele transcrevo alguns excertos: “ Estão ali duzentos acusados, duzentas existências; e se a lei vos constituiu a vós juízes e a fatalidade a eles réus, é preciso não esquecer que são homens. (...) Faltou só à acusação pedir penas eternas para castigo dos acusados, como se eles fossem almas tão perversas, tão indignas da comunhão dos homens, que devessem para sempre desaparecer da face da terra! (...) Qual o fim que o movimento teve em vista, a ideia que o orientou, encaminhando-o para a Praça de D. Pedro? A acusação já o disse, já inflamada e satânica o repetiu por vezes, acentuando bem claramente que os acusados se reuniram neste último local para destruir a forma de governo monárquico representativo, por que é regida a nação portuguesa, e substituí-la pelo regime republicano. (...) Havemos de caluniar os que ousaram sair de uma apatia que agrilhoava à mísera obscuridade e infortúnio a nossa existência de povo? Havemos de horrorizar-nos perante a abnegação de tantos homens que se inspiraram nos males da pátria e aos quais movia um esforço digno dela? (...) Que violência houve na Rua de Santo António? Principalmente as da guarda municipal.” Depois, confirma a adesão tripeira ao movimento: “ ...
E que vos direi do aplauso do povo? Não o sabeis, por ventura? Não chegaram aos vossos ouvidos os ecos desse entusiasmo? Não é certo que no Campo da Regeneração o povo fraternizou com o exército, cooperando com ele junto ao quartel de Infantaria 18? Não é certo que na Rua do Almada se encheram as janelas de gente, aplaudindo o desfilar das forças? Não é certo que a Praça de D. Pedro parecia uma manhã de festival, de jubileu, onde reinava a maior alegria no rosto de todos?” No final, o defensor deixaria o juízo vindouro sobre os acontecimentos: “Por tão acumuladas razões vós haveis de ser clementíssimos para tantos infelizes. E que razão há para o não serdes? Vós julgais, mas a História vos julgará...” Com efeito, dezanove anos depois, a República vingaria, mas o tempo não apagaria o sofrimento dos obreiros da revolta. Hoje, em país conquistado pelo materialismo rasteiro e sem memória, trago à lembrança a dignidade destes homens, em cujo horizonte estava uma pátria melhor.
E recordo a frase , lacónica e tão bela, do monumento que lhes foi dedicado no Prado do Repouso: ”31 de Janeiro de 1891: aos vencidos.”
subsídios para uma bibliografia do 31 de Janeiro de 1891

Em Fevereiro de 1927 esta artéria assim como a Praça da Batalha voltaram a ser palco de mais uma revolta, esta última contra a Ditadura Nacional, de cariz militarista, implantada em Maio de 1926.

16.5.06

Escadas do Monte dos Judeus



maio 2006

9.5.06

rua Sobre o Douro

Bairro Ignez
maio 2006


Actualização em Janeiro de 2012:
O Bairro Ignez (ou Inês) foi remodelado em 2008. Muitos dos pequenos apartamentos estão actualmente ocupados por estudantes ERASMUS. O projecto de remodelação neste antigo bairro operário foi da autoria de Guiomar Rosa e Luis Tavares Pereira, [A] ainda arquitectura.

O Edifício (com entrada pela rua da Restauração) que se encontra sobranceiro a este bairro, conhecido como "Posto de Limpeza Urbana 2" tem projecto da arquitecta Maria João Rebelo Lima de 1988 e foi terminado em 1992.

8.5.06

rua de Tomás Gonzaga




TOMÁS António GONZAGA - Nasceu a 11 de Agosto de 1744 no Porto. A 18 de Abril de 1792 foi condenado a degredo perpétuo em Moçambique, sob a acusação de ter participado na revolta conhecida por "Inconfidência Mineira". Morreu no degredo em Moçambique.