28.2.14

Ser peão na cidade

Andar, circular não é tarefa fácil na cidade.

Duas imagens de hoje.


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De autocarro. Rua Ricardo Severo. Passa, não passa. Dois automóveis mal estacionados e dezenas de cidadãos à espera. O condutor do veículo encarnado até pensava que não estava a incomodar ninguém. 
Manobra, marcha atrás, marcha à frente. Passa, não passa... e passou!



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Zona pedonal!

Veículos a impedir a passagem. Claro que os automobilistas não pensaram que estão a impedir a passagem de veículos de socorro! Quem vive nas zonas pedonais não tem direito a ter que chamar o INEM ou, que por qualquer outro motivo, um veículo dos bombeiros tenha que passar. Minutos antes uma senhora com um carrinho de bebé teve que andar a fazer gincana do lado da rua do Breyner.
No caso presente houve uma intervenção julgada inconveniente (pelos automobilistas) de um agente da Polícia Municipal. 

Civismo? 

Há muitos anos, um amigo disse-me uma frase sobre os automobilistas alemães que me ficou na memória: "Os alemães são peões motorizados".
Como eu gostaria que os condutores do Porto tivessem o mínimo de civismo! 


27.2.14

Igreja (velha) de Ramalde

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Esta Igreja não tem merecimento arquitectónico nem artístico que mereça descrição, a não ser uma relíquia do Santo Lenho; os painéis em madeira de castanho que formam todo o tecto do corpo da Igreja, representando cenas bíblicas, têm antiguidade e valor, apesar do seu pintor ser, por enquanto, desconhecido.

Na Capela-Mor é digno de se admirar um esplêndido painel pintado gratuitamente pelo pintor Sr. António Costa, distintíssimo paroquiano desta freguesia.

Em 1921, a Capela-Mor da Igreja foi reformada por uma comissão de paroquianos e pelo Padre Joaquim Esteves Loureiro que efectuaram diversas obras de reparação e asseio da Igreja, paramentos e alfaias, sendo de maior vulto a reforma do douramento e pintura do altar e capela-mor. Nesta reforma gastaram-se 2.044$940 reis, o que, ao tempo, ainda era dinheiro.

Nos últimos anos do século XX, a Igreja Velha sofreu inúmeras obras de recuperação, sendo, também, efectuada a requalificação de toda a sua área adjacente.>





26.2.14

Parque de São Roque

labirinto


O denominado, hoje, Parque de São Roque, com mais de 4 hectares, foi adquirido à família Cálem pela Câmara Municipal do Porto em 1979 e foi em tempos parcela integrante da Quinta da Lameira a qual por sua vez resultou da desintegração das parcelas da anterior Quinta da Bela Vista.


A abertura deste jardim ao público fez-se em 20 de Julho 1979. Os jardins ostentam elementos muito em voga no século passado tais como frutas, minarete, sebes, repuxos, fogaréus, etc. 


Um conjunto de peças esculturais foi então instalado pela Câmara Municipal do Porto, no jardim do parque e aí reconstruída uma capela até então existente no Largo Actor Dias, assim como o labirinto de Buxus sempervirens .


O arranjo paisagistico em patamáres dos jardins do parque, mantêm a característica de jardim romântico, aprazível, de devaneio e encantamento.






Ramalde num domingo de Fevereiro

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Acesso reservado



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Porta da antiga casa do Regedor



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Céu azul em carro verde



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As duas igrejas




25.2.14

Rua Pedro Hispano

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(à direita)



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(à esquerda)


Sobre o Pedro Hispano ou Portucalense penso que já toda a gente sabe que foi Papa com o nome de João XXI.

Sobre a rua, em si, tem uma particularidade muito especial. Quando nos anos sessenta do século XX resolveram lá construir um viaduto esqueceram-se completamente dos peões. Ainda hoje há muitas pessoas que arriscam a vida para passar para um lado ou para o outro, infelizmente que a cidade não foi feita para os peões.



24.2.14

Rua de Fez (02)

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A foto data de finais de 2013. Não muito longe da Junta de Freguesia de Nevogilde (ex). 

Ontem notei que muito perto da Junta de Freguesia de Ramalde existe um edifício semelhante. 

Haverá, entre os visitantes deste blogue, alguém capaz de dar mais achegas a este facto? Desde já agradeço.



Passado e Futuro na Avenida do Brasil

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Palavras?

Desleixo por um lado, imaginação pelo outro!




21.2.14

Vestir bem e ...

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Vinda da sua vila transmontana no início dos anos trinta, foi este o primeiro edifício que a minha mãe se recorda da sua chegada à estação de S. Bento.

O texto do reclamo não mudou ao fim de todo este tempo.

Hoje passamos por ali e ele já nada nos diz. Mas ainda me lembro de passar por ali com algumas lojas de fatos e de fazendas com manequins a transbordarem pelos passeios e os caixeiros e outros vendedores a tentarem vender fatos de cotim ou de fioco aos viajantes que chegavam à estação, mais adiante a rua das Flores com as suas lojas de ourivesaria já acolhia uma clientela mais urbana.



19.2.14

Esplanada 28 de Maio




Por incrivel que pareça a poucos meses anos do quadragésimo aniversário do 25 de Abril ainda há uma artéria da nossa cidade com a data da revolta militar que impôs ao nosso país a Ditadura Nacional.

Não sei se foi distração de todos quantos passaram pelos diversos cargos autárquicos ou se é outra coisa. 

Nos mapa do Google - a que tive acesso por: http://www.cm-porto.pt/gen.pl?sid=cmp.sections/570 lá aparece bem escarrapachado o nome no limite das antigas freguesias de Nevogilde e da Foz do Douro. Na novel iniciativa (http://toponimiaporto.herokuapp.com/) também o mapa do Google nos mostra a mesma coisa. 

E não são só os mapas! Existe também um restaurante ( http://www.igogo.pt/restaurante-molhe/ ) que exibe a mesma denominação. 

Eu sei que não devemos esquecer as datas importantes da nossa história mas data por data eu prefiro, sem sombras para dúvidas a do "3 de Fevereiro de 1927".



(Podem também clicar no "link" localização no rodapé deste artigo para confirmar)

12.2.14

2014 - O que resta da Fábrica do Jacinto

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Da rua Aníbal Cunha podemos aperceber um grande prédio que ocupou o espaço onde outrora existiu a Fábrica de Fiação do Jacinto com entrada pela rua da Torrinha.

No primeiro plano, o que resta de uma das entradas para uma parte do que foi o bairro social inaugurado em 1848.  


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11.2.14

Não devia ter acontecido


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Mas aconteceu ontem.

Aconteceu que caiu sozinho o prédio.

Aconteceu como há uns anos aconteceu a dois seus vizinhos que se esboroaram em plena tarde.

Em frente há um infantário.

Ao lado um Centro de Saúde.

Aconteceu por incúria e nunca encontrarão os responsáveis.

Na rua das "Artes" na rua das Galerias.

Aconteceu em Cedofeita que já nem freguesia é!

Passamos a esponja, esqueçemos,

quantos dias faltarão, quantos meses restam para que caia também o que resta?

Não houve mortos nem feridos

mas é uma cidade que se morre!



8.2.14

Garagem Sentieiro (antiga)

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Mesmo a chuva não nos deve impedir de fotografar a cidade.

Ontem passando por aqui lembrei-me que há tempos tinha visto num blogue amigo que tinha havido para os lados da rua da Vitória um antigo "caldeireiro" com o nome de Sentieiro.

Aquele S lá em cima, hoje já quase ninguèm o vê!


7.2.14

Fábrica Social

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A Fábrica, ou a antiga Fábrica Social, fica situada na rua que tem o seu nome. lá bem em cima no Alto da Fontinha. 

Ao que nos disseram foi, no início, uma fábrica de chapéus. Também tomou o nome de "Real Fábrica Social" após a visita que o rei Manuel II  fez à cidade em Novembro de 1908. 

Podemos notar à sua volta um bairro para operários cujas casas possuíam um pequeno quintal para produção de frutas e legumes.

A Fábrica foi fundada em 1842 e foi uma das três últimas fábricas de chapéus do Porto e chegou a funcionar graças ao trabalho cerca de 200 assalariados. As outras duas últimas fábricas de chapéus que existiam na cidade eram a Costa Braga (fundada em 1866) - situada na rua da Firmeza onde hoje se encontra a escola de Hotelaria e uma outra na rua dos Bragas. Quando os homens começaram a andar sem chapéu, período anterior à 2ª Guerra Mundial, acabaram as fábricas de chapéus na cidade.

Os locais fabris ainda se mantiveram activos, por alguns anos, graças à produção de plásticos e posteriormente de "canelas" para fios. 

A actividade fabril termina em 1986.

José Rodrigues (Luanda, 21/10/1936) ali instala os seus locais de trabalho. Anos mais tarde compra o conjunto dos locais e transforma-os para acolher a Fundação com o seu nome em 2009.

Actualmente, para além da própria fundação e do atelier do escultor, os locais acolhem igualmente espaços de criação artística e criativa. Entre eles: Escultora Ana Carvalho, Visões Úteis, Professional Ballet School of Porto, pode ver mais aqui: http://fejoserodrigues.pt/espacos.html



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Saiba mais sobre coisas e loisas da cidade no grupo do facebook dedicado às Ruas da Minha Terra.



Complemento de informação (março de 2014): A "Fábrica Social de Jacinto José Gonçalves" começou a sua actividade em 1852 no Alto da Fontinha. A certa altura esta fábrica chegou a ter o estatuto de "previlegiada", isto é, o de gozar de isenção fiscal relativa a matérias-primas importadas.




5.2.14

Rua da Boavista 743

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O palacete rosa nos anos sessenta era um lar feminino para estudantes universitárias. Posteriormente foi ocupado pelo externato Lúmen. O prédio que se encontra do lado esquerdo foi ocupado até há poucos anos pela Obra do Frei Gil.


Largo MAESTRO MIGUEL ÂNGELO (Actualizado em Fevereiro 2014)


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Fotografia publicada no Flickr


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O Largo do Maestro Miguel Ângelo insere-se num conjunto habitacional onde existe igualmente a rua Carlos Dubini entre outras.
Este núcleo é conhecido também por Cooperativa "O Lar Familiar" e situa-se entre a rua do Professor Augusto Nobre e a rua Círiaco Cardoso. É constituído por um conjunto de casas unifamiliares em banda de dois pisos, foi projectado pelo arquitecto Mário Bonito em 1950.
Acredito que no início esta praça com um minúsculo jardim no seu centro era um local de encontro e de brincadeira dos meninos e das meninas que para lá foram habitar, quando lá passei, numa tarde solarenta estava completamente deserto.


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Se desejar saber mais sobre o Maestro Miguel Ângelo Pereira pode consultar esta página

Com a devida autorização e com os meus agradecimentos, publico em 2014 um texto da autoria do seu bisneto António Castilho Dias (https://www.facebook.com/antonio.castilho.dias)

 « UMA NOITE COM MIGUEL ÂNGELO PEREIRA (escrito em 24 MAI 2009)

Em 19 de Agosto de 2005 escrevi um texto intitulado “Miguel Ângelo Pereira - o meu talentoso bisavô” em que falava sobre os meus antepassados do lado paterno, com especial relevo para o meu bisavô cujo nome lhe deu o título.
Não vou agora repetir o que então escrevi nesse artigo, pelo que recomendo um pequeno esforço para o lerem ou relerem (pode ser visto nesta Cronologia no dia 08 OUT 2013).

Na altura referi que a Dr.ª Ana Maria Liberal estava a preparar a sua tese de doutoramento sobre essa personalidade que foi muito aclamada na época mas hoje está quasi totalmente esquecida. Penso que isso se deve, não à falta de qualidade da sua vasta obra como compositor (além de pianista, regente e pedagogo), mas à infeliz circunstância de a maior parte do seu espólio musical estar desaparecido (ou existir incompleto).
Entretanto, a referida especialista em História da Música, especialmente da música portuense na segunda metade do século XIX, defendeu a sua tese de doutoramento na Universidade de Santiago de Compostela em Setembro de 2006.
Penso que em 2007, encontrei-me com ela na Casa de Serralves onde me ofereceu um CD cujo conteúdo era o resultado do seu laborioso trabalho de cerca de quatro anos.
Mas, confesso que continuo esperançado que um dia essa obra seja publicada em livro e comercializada. Acho que Miguel Ângelo Pereira o merece.

Há poucas semanas recebi um convite para assistir à quinta e penúltima sessão do “Ciclo Cultural do Romantismo Portuense – Conferências Musicais – 2009” cujo tema era: “Visita a Miguel Ângelo Pereira e família”.
A organização pertencia à Faculdade de Direito da Universidade do Porto e à Juventude Musical Portuense – Porto.
Contactei alguns familiares também descendentes do músico e, na noite de 22 de Maio de 2009 lá estava eu preparado para ouvir as palavras de Ana Maria Liberal e, pela primeira vez, composições da autoria do ícone da família.
Além de mim, da minha mulher e de duas primas, apareceram mais quatro descendentes do homenageado que eu não conhecia, curiosamente da linha da ligação matrimonial do meu avô Américo, o quarto filho de Miguel Ângelo (eu pertenço à linha da ligação amorosa não oficial). Foi interessantíssimo o que conversamos.
Havia mais umas quinze ou vinte pessoas. Nessa noite acontecia um recital de Sequeira Costa na Casa da Música e ainda um outro evento musical importante, pelo que é provável que tenham contribuído para que comparecessem menos assistentes do que em outras conferências deste ciclo.
Um piano Steinway superiormente dedilhado pela pianista sueca Rosgard Lingardsson, a cantora lírica Cecília Fontes, um jovem quarteto de cordas e um grupo coral de sete ou oito elementos também novos em idade, e que era integrado por um só membro do sexo masculino, eram os intervenientes na execução de várias obras (ou fragmentos) de Miguel Ângelo, a maior parte, mas também do seu filho mais velho, Rafael e do mais novo, Virgílio. Este foi, curiosamente, professor no Liceu que eu, muitos anos mais tarde, frequentei – o Alexandre Herculano.
No total foram executadas doze peças que entremeavam com as palavras da conferencista.
Foi a primeira vez que escutei músicas da autoria do meu bisavô, do qual ouvia falar desde tenra idade. 
Obviamente que sou suspeito (além de leigo na matéria), mas achei que o velho Miguel Ângelo era, de facto, um músico de enorme talento.
Fiquei maravilhado!
Por tudo o que aqui escrevi devem compreender que esta tenha sido para mim uma noite inolvidável. »