30.8.08

Rua ÁLVARES CABRAL

29.8.08

Rua GENERAL SILVEIRA

23|08|08


Antes de 1941 esta rua tinha o nome de Coronel Pacheco.

Mas quem foi o General Silveira?


Como de costume, fui passear pela página do Professor José Adelino Maltez, eis o que ele nos diz:

"António da Silveira Pinto da Fonseca Teixeira, Visconde de Canelas.

Brigadeiro, irmão do 2º conde de Amarante. Ligado ao Sinédrio é um dos revolucionários vintistas. Presidente da Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, surgida no Porto em 24 de Agosto de 1820. Vice-presidente da junta unificada surgida em Alcobaça, em 27 de Setembro de 1820. Implicado na martinhada de 11 de Novembro de 1820. Adere ao partido rainhista depois de 1823. Membro da junta revoltosa de Vila Real em 23 de Fevereiro de 1823. Era embaixador em Madrid, por ocasião da vilafrancada."

E encontrei mais em "O Portal da História" que está de novo disponível, após uma ausência de algum tempo.

"António da Silveira Pinto da Fonseca Coelho, (1.º visconde de Canelas).

n. 1 de Maio de 1770.
f. 18 de Outubro de 1858.


Fidalgo cavaleiro da Casa Real, acrescentado a fidalgo escudeiro, comendador da ordem de Cristo; condecorado com a medalha por 4 campanhas da guerra peninsular; grã-cruz da ordem de Carlos III, de Espanha, brigadeiro das antigas milícias.

N. a 1 de Maio de 1770, fal. na vila de Canelas a 18 de Outubro de 1858.

Foi presidente da Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, que se organizou na cidade do Porto em 24 de Agosto de 1820, e eficaz cooperador daquela revolução que estabeleceu o regime constitucional. Casou em primeiras núpcias a 19 de Agosto de 1793 com D. Maria Amália Pamplona Barreto de Miranda, filha de José Pamplona Carneiro Rangel Baldaia de Toar, moço fidalgo da Casa Real, acrescentado a fidalgo escudeiro pelo alvará de 7 de Julho de 1758, 11.º senhor da Casa de Beire, padroeiro abacial de Santo André do Sobrado;. cavaleiro da ordem de S. João de Jerusalém, e de sua mulher, D. Antónia Inácia Veloso Barreto de Miranda Correia de Araújo, senhora do morgado de Cabeda, em Vilar da Maçada. Enviuvando em 1837, passou a segundas núpcias a 7 de Fevereiro de 1839 com Ana Josefina Gallien de Chabons, filha dos viscondes de Chabons, fidalgos franceses. 0 título de visconde de Canelas foi concedido por D. João VI, em decreto de 3 de Julho, e carta de 23 de Novembro de 1823.


Transcrito por Manuel Amaral "

E como se falava de Sinédrio e do 24 de Agosto de 1820, tive que ir ler algumas notas que há uns meses o Jorge Rodrigues me disponibilizoue que aqui transcrevo:

"SINÉDRIO - Grupo, que foi crescendo ao longo dos anos, de 13 personalidades civis, que preparou a Revolução Liberal de 24 de Agosto de 1820. Um dos membros; o fidalgo da Casa Real, do Conselho de S. M. Fidelíssima, provedor de Viana, desembargador da Relação do Porto (1850), Dr. José Maria Xavier de Araújo de Arcos de Val-de-Vez nasceu em 1786, filho de um desembargador, futuro autor, em 1846, de Revelações e Memórias para a História da Revolução de 24 de Agosto de 1820, e de 15 de Setembro do mesmo ano. Outro membro Manuel Fernandes Tomás,(1), desembargador da Relação do Porto, que vivia neste cidade em 1817 e convivia muito com dois amigos, José Ferreira Borges, (2), advogado da Relação e secretário da Companhia dos Vinhos e José da Silva Carvalho, (3), juiz dos Órfãos do Porto. Numa noite de Janeiro de 1818, estes três, com outro amigo o comerciante João Ferreira Viana, (4), redigiram os estatutos de uma sociedade a que chamaram Sinédrio. “Observar a opinião pública e a marcha dos acontecimentos; vigiar as notícias da vizinha Espanha; reunir-se no dia 22 de cada mês em um jantar na Foz, onde se daria parte dos sucessos acontecidos no mês passado e do que conviria fazer no futuro; guardar a maior lealdade uns para com os outros, e o mais inviolável segredo para com estranhos; que, se rompesse um movimento anárquico ou uma revolução, os membros do Sinédrio se combinariam para aparecer a conduzi-la para bem do país e da sua liberdade, guardada sempre a devida fidelidade à dinastia da Casa de Bragança.” Durante os anos de 1818 e 19 o número de membros foi aumentando. Foram então admitidos Duarte Lessa (5), José Pereira de Meneses (6), Francisco Gomes da Silva (7), João da Cunha Sotomaior (8), José Maria Lopes Carneiro (9), José Gonçalves dos Santos Silva (10). Em princípios de 1820 o Sinédrio ganhou alento com as notícias da sublevação da Galiza e a proclamação da Constituição de Cadiz à qual Fernando VII faz juramento. Entretanto já se tinham ganho um grande número de simpatizantes da causa entre os militares, responsáveis de milícias e poderosos regionais, entre estes António da Silveira Pinto da Fonseca que desconhecia a existência do Sinédrio mas que prometeu a adesão da sua família poderosa na província de Trás-os-Montes, do Coronel Cabreira comandante da artilharia do Porto. Em Janeiro de 1820 chega ao Porto Xavier de Araújo (11) que contava numerosas relações no Minho e foi admitido no Sinédrio, em Junho. A Revolução estava decidida para o dia 29 de Julho. O atraso foi devido ao facto do Coronel Cabreira ter recebido ordens do ministro da Guerra de enviar um destacamento da sua artilharia para Peniche. Julgou-se denunciado e traído, e deu parte do sucedido a António da Silveira, que por sua vez comunicou a João da Cunha e este ao Sinédrio, que encarregou o tenente-coronel Gil do Regimento de Infantaria 6 de ir entender-se com Cabreira. Cabreira recebeu muito mal este emissário, fingindo ignorar tudo o que se passava e respondendo que expusesse as circunstâncias por ofício. Gil saiu do encontro desesperado, recusando-se a tratar “com semelhante homem”. João da Cunha pode finalmente levá-los à boa razão. Fernandes Tomás entretanto tinha fugido para as Caldas das Taipas (Entre Braga e Guimarães, Póvoa de Lanhoso) onde Xavier de Araújo o encontrou: —”achei-o em um aposento escuro e cuidadosamente fechado: Meu amigo, me disse ele, vem-me achar no segredo! A nossa revolução malogrou-se no Porto. Os chefes militares tomaram-se de razões uns com os outros, e é provável que a esta hora estejamos descobertos e denunciados! Eu tenho horror aos segredos das prisões; por isso e, para me acostumar ao que é provável nos aconteça, já me fecho todos os dias três ou quatro horas neste aposento escuro, para não estranhar depois”. Nos fins de Junho já tudo estava arranjado. Em Julho Fernandes Tomás regressou ao Porto, convocou o Sinédrio, expondo-lhe a necessidade de ir a Lisboa entender-se com os amigos e observar a situação na capital. Partiu em fins do mês, e lá se demorou uma semana, gastando mais duas nas viagens de ida e volta. Entretanto, e na ausência de Fernandes Tomás, esteve no Porto, caminho de Ponte do Lima, sua terra, o Dr. Fr. Francisco de S. Luís, o eruditíssimo beneditino que seria mais tarde bispo-conde e cardeal patriarca de Lisboa. Escusou-se de entrar no Sinédrio, mas ofereceu toda a sua ajuda para a revolução que se projectava. Prometeu e conseguiu, a adesão do coronel Barros que comandava as forças do Minho, o qual se recusara pouco antes a Xavier de Araújo. A 16 de Agosto chegava ao Porto o coronel Bernardo Correia de Castro e Sepúlveda (13), e logo no dia 18 era admitido no Sinédrio, de que foi o 13º e último membro do Senado e também o único militar. Assinalou-se então o dia 24 de Agosto para início da revolução. Três dias antes Fernandes Tomás e António da Silveira (12) encontraram-se em casa do primeiro para apreciar o manifesto que este redigira, e logo Silveira reprovou, apresentando outro que trazia pronto no bolso: segundo ele, seria formado um conselho militar pelos coronéis dos vários corpos da guarnição do Porto. “Este conselho convocaria a Câmara Municipal que, ouvindo o povo, e consultando-o, lhe proporia os nomes daqueles que deviam formar uma Junta do Governo, a qual se chamaria Junta de Braganções, e seria a sua única tarefa a de fazer uma representação ao Rei, para que remediasse os males da pátria e voltasse a Portugal.” Este Silveira era um grande notável da província de Trás-os-Montes. Devia ser amigo do coronel Cabreira com quem este contactou logo que se pensou traído para logo se dar início à revolução. Personificam uma visão retrógrada da revolução. “Toda a eloquência de Fernandes Tomás foi inútil contra obstinação do Silveira; e rompeu-se a conferência. Pelo que se segue parece que o Silveira não fazia parte do Sinédrio e até desconhecia a sua existência. ”Em consequência Fernandes Tomás convocou o Sinédrio e a todos dizia: “É escusado querer convencer o Silveira, ninguém é capaz de o trazer à razão.” Sepúlveda que assistia à discussão com toda a calma, levantou-se então e desembainhando a espada, disse: —”Eu não venho aqui para disputas; venho só para tratar dos meios e do dia da revolução! É preciso convencer Silveira por todos os modos, e me ofereço para isso, acompanhado de dois do Sinédrio que me queiram seguir”. Ofereceram-se para tal Ferreira Borges e João da Cunha Sotomaior. Depois de obstinada disputa Silveira foi convencido a ouvir ler o manifesto que Ferreira Borges levava já redigido, em substituição do de Fernandes Tomás. Terminada a leitura, Silveira disse que sim, que assinaria. Ficando de acordo, e designado o dia 24 para a revolução, na véspera juntaram-se todos os membros do Sinédrio, em casa de Ferreira Borges para redigirem as proclamações e as cartas dirigidas às várias autoridades. Tudo se fez no maior segredo: “Nenhuma das autoridades do Porto - escreve Xavier de Araújo - estava no segredo da revolução; só o velho general Canavarro foi instruído dela, no dia 22, por Sepúlveda, e disse o seguinte: — não me oporei, porém também não entrarei, porque não quero atraiçoar o governo que sirvo”. Os membros do Sinédrio contavam com 5 regimentos de infantaria, 3 de caçadores, 1 de artilharia; o Corpo da Polícia do Porto; as milícias da Maia, de Vila da Feira e Porto; e toda a força de linha de Trás-os-Montes, que comandava Gaspar Teixeira de Magalhães e Lacerda."


27.8.08

Calçada das LARANJEIRAS

Procissão a Santo António que se fez no Bonfim

«Tudo começou quando eu procurava identificar sítios da cidade actual com topónimos entretanto desaparecidos. Ao debruçar-me sobre escritos relacionados com a zona do actual Largo do Padrão descobri, com alguma surpresa, a informação de que, pelos finais do século XIX, se realizava nesta parte do Bonfim uma procissão em honra de Santo António.

A princípio julguei tratar-se da tradicional festa ao Santo Antoninho da Estrada que o Rancho Folclórico do Porto, há anos, em boa hora, reabilitou de esquecimento a que fora votada.

Mas não. A festa era outra.

Eu explico sei que, algures, junto ao actual Largo do Padrão, existiu a Viela dos Capuchos; e também sei que, por meados do século XIX, a referida viela ainda era uma simples artéria estreita e sinuosa que ligava o antigo Largo do Padrão das Almas ao convento dos frades franciscanos menores da Província da Conceição (Antoninhos de Santo António da Cidade) também conhecidos por Capuchos (daí a designação da viela) em cujo mosteiro, construído no ano de 1783, nos terrenos do antigo Campo de S. Lázaro, se instalou, em 1842, a Biblioteca Pública Municipal.

Quando, em 1843, se começou a rasgar a rua que hoje tem o nome de D. João IV, a Viela dos Capuchos desapareceu, absorvida pelo novo arruamento.

O projecto da nova artéria previa que ela começaria em S. Lázaro e prolongar-se-ia até ao sítio da Cruz da Regateira, junto ao Hospital do Conde de Ferreira.

O quer não aconteceu por dificuldades surgidas com as expropriações.

Com a Viela dos Capuchos, também levaram sumiço a Rua do Poço das Patas, a Rua de Brás de Abreu, artérias que, nos meados do século XIX, integravam o tecido urbano das imediações do actual largo Largo do Padrão por onde, segundo uma antiga tradição, era costume passar uma "procissão chamada de Santo António".

E que procissão era essa? - pergunta o leitor com toda a legitimidade.

Segundo o folheto onde colhi estas informações era "uma procissão familiar...".

Tudo se terá passado no último quartel do século XIX. Um paroquiano do Bonfim, de nome António Jacinto Pinto Banha, funcionário superior da empresa dos Caminhos de Ferro do Douro e Minho, ofereceu uma imagem de Santo António, de que era devoto, à confraria do Senhor do Bonfim e da Boa Morte.

Era essa imagem que os devotos de Santo António levavam em procissão por algumas ruas da freguesia.

O folheto a que atrás me refiro cita, exactamente, o itinerário da procissão que se realizou em 26 de Julho de 1894.

Da paroquial do Bonfim, cujas obras de construção, iniciadas em 1874, tinham acabado exactamente nesse ano de 1894, ou seja, vinte anos depois, saiu "uma linda procissão" que rumou "ao antigo Campo do Poço das Patas" (actual Campo 24 de Agosto); subiu "pela Rua de S. Jerónimo" (a Rua de Santos Pousada dos nossos dias); prosseguiu pelas "antigas travessas da Alegria e S. Jerónimo", (que, uma vez unidas, vieram a dar a actual Rua da Firmeza); continuou pela Rua da Duquesa de Bragança (depois, Rua de D. João IV); atravessou o Largo do padrão das Almas, assim denominado por causa de um cruzeiro que lá existia da invocação do Senhor do Amor Divino e Almas, retirado do local em 1869; e pela Rua de 23 de Julho, hoje Rua de Santo Ildefonso, a procissão recolheu à igreja de onde havia saído.

O folheto não diz qual foi o motivo que deu origem à realização da procissão.

Como não explica a razão por que se fez a cerimónia em 26 de Julho e não a 13 de Junho que é o dia em que a Igreja celebra a festa a Santo António.

Mas contém mais dois por menores curiosos.

Um deles está relacionado com o tempo. Diz que a procissão "... saiu à rua num dia de muito calor" e que, no exacto momento em que o présbito recolhia à igreja, caiu "uma forte e refrescante bátega de água...".

Consta ainda do documento em questão que a procissão, presidida pelo padre Manuel Ferreira Coutinho de Azevedo, a cujo dinamismo de ficou a dever, em grande parte, a conclusão da actual igreja, "... era, por assim dizer, organizada em família" e que "a melhor rapaziada do Bonfim procurava, à compita, estar presente para transportar os andores, as lanternas, enfim, marcar presença e figurar no présbito solene...".

Relativamente à actual Rua de D. João IV acho que é interessante informar que ela começou por se chamar Rua da Duquesa de Bragança, em honra de D. Amélia de Baviera que foi a segunda mulher de D. Pedro, primeiro imperador do Brasil, o nosso D. Pedro IV, duque de Bragança,. Depois da abdicação do cargo brasileiro. A artéria também se chamou Rua dos Heróis de Chaves em lembrança dos combates que naquela cidade se travaram em 1912 durante as chamadas "incursões monárquicas do Norte". »

Germano Silva
in Jornal de Notícias







IGREJA DO CRISTO REI

19|08|08



"A presença dominicana na cidade do Porto remonta à primeira metade do século XIII. A chegada a esta cidade deu-se no ano de 1237 pela acção do bispo D. Pedro Salvador, o qual, escrevendo ao Capítulo Provincial que decorria na cidade de Burgos (Castela), solicita a vinda dos dominicanos, concedendo-lhes, inicialmente, todas as ajudas necessárias para a sua implantação. Segundo Fortunato de Almeida, na sua História da Igreja em Portugal, o bispo D. Pedro pede que fundem um convento nesta cidade, "a fim de auxiliarem a remediar as desordens de toda a espécie que lavravam nella e nas terras vizinhas".[1]

A fundação do Convento de São Domingos, tendo como grande benfeitor o rei D. Sancho II, é de 1239 e, por sinal, foi o mais antigo da cidade do Porto. A sua construção concluiu-se em 1245.

Sabe-se que os primeiros dominicanos, nesta cidade, foram Fr. Gualter e Fr. Domingos Galego.

A permanência dos dominicanos na invicta só foi interrompida com a extinção das ordens religiosas em 1834. A partir desta data, a nossa Ordem fez-se representar, apenas, pela comunidade dos religiosos irlandeses do Corpo Santo, em Lisboa. Será nesta comunidade que se iniciará o longo processo que conduzirá à restauração da Província Dominicana no nosso país, ocorrida a 11 de Março de 1962, ou seja, praticamente 128 anos depois da lei de extinção decretada pelo ministro Joaquim António de Aguiar.

Os dominicanos regressam ao Porto em 1938, com a abertura de uma casa. Em 1949, por insistência do Bispo D. Agostinho de Jesus e Sousa, a comunidade desloca-se para o Bairro Gomes da Costa e começam-se as iniciativas para a construção do actual Convento. Convém referir que para a realização deste projecto contribuíram variadíssimas pessoas, onde se destacam o Fr. Estêvão Faria, então superior da comunidade, e o Prof. Dr. Luís de Pina, que obteve da Câmara Municipal o terreno onde estão o Convento, a Igreja e o Centro Paroquial. A dedicação da nova Igreja ocorreu no dia 25 de Maio de 1954, sob a presidência do D. Francisco Rendeiro. Passados pouco mais de 5 anos, no dia 25 de Outubro de 1959, é restaurado oficialmente o Convento do Porto, agora com a invocação de Cristo Rei.

Segundo o testemunho do Fr. Bernardo Domingues, "o desenvolvimento citadino e a actividade social e religiosa entraram em apreciável dinâmica de integrado crescimento assim como a consciência colectiva de que Cristo Rei era, de facto, uma comunidade social e religiosa com características próprias. Por isso, já em 1963, houve um movimento de leigos para que se tornasse, de facto, uma Paróquia." Facto que só viria a acontecer no dia 02 de Fevereiro de 1979, pela mão do então Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes. Nomeou-se para primeiro pároco desta Paróquia o Fr. Eugénio Boléo, seguindo-se, alguns anos depois, o Fr. Rogério Amorim que levaria a execução o actual Centro Paroquial.

Presentemente, a comunidade conventual, constituída por sete irmãos, presta serviços à comunidade paroquial que neste momento congrega múltiplas actividades pastorais (desde a Catequese com mais de 800 crianças, onde perto de 80% são oriundas de fora da Paróquia, passando pelos Convívios[2], que reúnem cerca de 300 jovens, assim como as três conferências vicentinas ligadas há mais de 50 anos à nossa comunidade, e outros movimentos laicais: as nossas fraternidades leigas, a Legião de Maria, Fé e Luz, Escoteiros, etc). Refira-se, também, que desde 1997 funciona, no nosso Centro, o Instituto Cultural D. António Ferreira Gomes[3], onde são ministrados diversos cursos para centenas de pessoas que todos os anos se inscrevem nesta instituição ligada ao saber.

[1] Fortunato de Almeida, História da Igreja em Portugal, tomo I, Coimbra 1910, p. 302.

[2] http://crconvivios.no.sapo.pt/CCR.htm

[3] www.icafg.pt "




JUNTA DE FREGUESIA DE CEDOFEITA

18|08|08


Morada: Praça Pedro Nunes, 16
Código Postal: 4050-466 PORTO

Telefone: 22 6052740
Fax: 22 6005853

E-mail: cedofeita@j-f.org
Web: www.jf-cedofeita.pt - não actualizado!



Presidente: Sérgio Nascimento Alves Martins (PSD)


Se procura as ruas desta freguesia, pode encontrá-las aqui.



25.8.08

Rua RUI FALEIRO

17|08|08

Localizada no Flickr


Rui Faleiro, cosmógrafo quinhentista de grande nomeada, o primeiro que defeniu o método mais rigoroso de determinar a latitude e a longitude no mar, servia os reis D. João II e D. Manuel.

Arquivo da Toponímia


21.8.08

Praça D. AFONSO V

14|08|08

Localizada no Flickr


"Historial:

D. Afonso V . O Africano, Rei desde 1438 (Sintra n. 15/1/1432 - f. 28/8/1481 ib.).
Filho de D. Duarte e de D. Leonor de Aragão."



O edifício de comércio e habitação situado no nº 55 (o da fotografia) foi projectado em 1953 por Francisco Pereira da Costa.

CAPELA S. MIGUEL O ANJO

Obras que o bispo de Viseu mandou fazer na foz do Douro


«Num tomo referente à igreja e Couto de S. João da Foz do Douro, que se guarda no Arquivo Distrital do Porto, existe um códice, dos começos do século XVII, em que se fazem minuciosas e não menos laudatórias referências às obras mandadas fazer naquele lugar por D. Miguel da Silva, bispo de Viseu e abade comendatário do mosteiro beneditino de Santo Tirso a cuja jurisdição aquele couto pertencia.

Consta do documento em questão que o referido prelado mandou ali construir "a igreja de S. João da Foz, cousa mui grandiosa…"

É por demais evidente que a referência não diz respeito ao templo actual, mas sim à igreja quinhentista, a primeira no estilo renascentista que se construiu em Portugal e que desapareceu quando, no seu lugar, se levantou a fortaleza de S. João da Foz do Douro. No interior do castelo ainda se podem ver vestígios dessa antiga igreja.

O trecho atrás referido menciona também, como tendo sido mandadas fazer por D. Miguel da Silva, as seguintes obras "… um farol que já não há "; "… uma guarita dentro da água que é como baliza, a modo de padrão, para se desviarem as embarcações do penedo que está junto a ela "; e "… na Cantareira, uma ermida de Nossa Senhora, obra real e, em um lanço dela, para a parte do rio, pôs um letreiro…"

Quanto à ermida, parece não haver dúvida tratar-se da pequena capela de planta quadrada e sólida construção, que logrou resistir a mais de quatro séculos de malfeitorias, do tempo e dos homens, e chegou até aos nossos dias, sendo no entanto conhecida por "Ermida de S. Miguel-o-Anjo".

Há dois letreiros colocados "para a parte do rio". Aquele que vem referido no texto em análise, deve ser uma inscrição gravada no granito da fachada sul, agora já quase ilegível, onde em tempos se podia perfeitamente ler o seguinte " SALVOS IR RD" que quereria dizer: " SALVOS IRE ROGO DEUM " ou seja, por outras palavras, "Rogo a Deus que voltem sãos e salvos…"

Bom, e o resto ? Que "baliza", "padrão" e "guarita" eram aquelas que o bispo de Viseu mandara fazer "dentro da água" ? E que farol era aquele "que já não há…"? Pois foi preciso esperar pela segunda metade do século XIX, para que sobre este assunto se fizesse alguma luz.

Tudo começou em 1862, no decurso das obras de extracção de pedra que decorriam na barra do Douro, mais concretamente no fundo do rio. A certa altura, os mergulhadores que se ocupavam com aquelas tarefas trouxeram para a superfície uma estátua de granito que representava a figura de um homem " vestido à romana e envolto em uma capa, com uma das pontas traçadas sobre um dos braços estendidos".

As primeiras análise que se fizeram revelaram que a estátua, "de boa concepção artística", deve ter estado debaixo de água por mais de um século.

Durante muito tempo o estranho achado suscitou a curiosidade pública e muita gente, não apenas do Porto mas também das terras limítrofes, acorreu à Foz para observar a estátua.

As mulheres diziam que era um santo e queriam, a toda a força, que fosse levado para o interior da igreja paroquial. Mas o destino foi outro mandaram-no para o Museu Arqueológico do Carmo… em Lisboa.

As notícias que deram a conhecer aquele curioso achado referiram, dias depois, que, no mesmo sítio onde aparecera a escultura, haviam sido encontradas, também, "colunas, alguns capitéis e a base de uma delas…"

E logo a seguir, exactamente do mesmo sítio, foi retirada uma lápide com a seguinte inscrição latina "Michael Silvivs / Episcop Visens / Navigantion / Salvtis cavsa / Turris II Fecit / Et IIII Colvmnas / Posvit - Ann. M.D. XXX VI "

A inscrição quer diz que D. Miguel da Silva, bispo de Viseu, mandou fazer duas torres e quatro colunas para guia dos navegantes, no ano de 1536. Dois anos antes da conclusão da ermida de S. Miguel-o-Anjo. Em tempos muito recuados, os marinheiros que pretendessem entrar no rio Douro, orientavam-se através de um alto pinheiro.

Mas a árvore um dia ardeu e, em 1533, foi substituída, dizem as crónicas, por marcas de pedra colocadas mesmo à entrada da barra "para servirem de guia ás embarcações que desejassem entrar no Douro…"

Parece não haver dúvidas de que as colunas, as bases, os capitéis, a pedra com a inscrição e a estátua, retiradas do fundo do rio, a partir de 1862, deviam fazer parte de uma estrutura mandada fazer por D. Miguel da Silva para orientação dos barcos na entrada da barra.

Assim temos que todos aqueles achados devem ter feito parte do farol "que já não há", da guarita construída "dentro da água", bem como da " baliza a modo de padrão".»

Germano Silva



Rua TRISTÃO DA CUNHA


12|08|08


19.8.08

Rua PROFESSOR LUÍS DE PINA

10|08|08

Publicada no Flickr


Mas quem era este Professor?

Luís José de Pina Guimarães (1901-1972), licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto em 1927, doutorou-se na mesma Faculdade em 1930. Reconduzido no cargo de Professor Auxiliar do IV Grupo (1936), passou a catedrático de História da Medicina e Deontologia Profissional em 1944. A sua actividade docente e de investigação científica versou a Anatomia e Antropologia Física, a Medicina Legal, a Psicologia e a Psiquiatria, mas fundamentalmente a História da Medicina e a Deontologia Profissional. Publicou algumas centenas de trabalhos inéditos. Fundou ou activou Sociedades Médicas e Centros de investigação de inegável valor para o progresso científico nacional. Foi o primeiro director da Faculdade de Letras (1961-66), Provedor da Santa Casa da Misericórdia (1953-55), Vogal da Comissão Administrativa da Câmara Municipal do Porto (1935-37), Presidente da Câmara Municipal do Porto (1945-49), Vice-Presidente do Conselho Regional da Ordem dos Médicos (1942-44), Deputado à Assembleia Nacional (1938-46), entre outros. Reconhecido o seu mérito por estudiosos nacionais e estrangeiros, grangeou elevadas distinções. Luís José de Pina Guimarães funda o Museu de História da Medicina Maximiano Lemos da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto em 1933, dirige, coordena e organiza a sua transferência em 1959/60 para as nossas instalações no novo edifício na Asprela.

Artigo publicado aqui.


Pena é que a página da toponímia municipal não faça uma breve referência a este ex-presidente do município. Na placa nem acertaram na data de nascimento?



18.8.08

Rua FERNANDES TOMÁS

08|08|08|b

Localizada aqui


Breve nota biográfica de Fernandes Tomás

"Manuel Fernandes Tomás [1771-1822] nasceu na Figueira da Foz, foi síndico e procurador fiscal do município da F. Foz, vereador, Juiz de Fora em Arganil (1800), Superintendente das alfândegas e dos tabacos (comarcas de Coimbra, Aveiro e Leiria - 1805), provedor da comarca de Coimbra (1808). Logo após, "abandonou o cargo com a entrada de Junot" [A Maçonaria na Figueira (1900-1935), Isabel Henriques, Museu, Biblioteca e Arquivos da Figueira da Foz, 2001, cuja biografia seguimos ], tendo organizado a defesa da vila da Figueira da Foz ("Wellington nomeou-o Intendente Geral dos Viveres no quartel geral de Beresford"). Pelos feitos que se notabilizou foi-lhe atribuído o cargo de Desembargador Honorário da Relação do Porto (1812). "Em 19.8.1818 fundou o Sinédrio [com José Ferreira Borges, João Ferreira Viana e José da Silva Carvalho], sociedade responsável pelo eclodir da revolução liberal de 24 de Agosto de 1820, que lhe renderia a legenda de Patriarca da Liberdade" (idem, ibidem). Deputado pelas Beiras às Constituintes, participou na elaboração da Constituição de 1822.

Manuel Fernandes Tomás, foi iniciado na maçonaria em data desconhecida, tendo pertencido à Loja Patriotismo, nº7 de Lisboa da qual foi Venerável, com o nome simbólico de Valério Publícola.
Em 1900, por decreto maçónico nº16, de 10 de Junho, foi fundada a Loja Maçónica Fernandes Tomás, nº 212 na Figueira da Foz, sob o rito francês e pelos auspícios do GOLU [in, A Loja Fernandes Tomás, nº 212 da Figueira da Foz (1900-1935), Divisão de Museu, Biblioteca e Arquivo da Figueira da Foz, 2001]. Depois de um período conturbado, com separação do GOLU e correspondente trabalho irregular, regressa novamente à Federação do GOLU, Supremo Conselho da Maçonaria Portuguesa, não se sabendo por falta de documentação no seu arquivo (idem, ibidem) se a partir de Dezembro de 1932 teve qualquer actividade. Fizeram parte da Loja até 1932, 112 obreiros, sendo de referir: [in obra citada]"

Publicado no Almocreve das Petas


Arquitectura:
O chamado edifício Ouro, situado nos números 47/107 desta artéria foi concluído em 1954, sendo o seu projecto (1950) da autoria dos arquitectos Mário Bonito e Rui Pimentel.

Rua D. FRANCISCO DE ALMEIDA

17.8.08

Rua FORMOSA

07|08|08

Localizada e publicada no Flickr


«...Julgamos ver, numa das deliberações do Plano de Melhoramentos de João de Almada e Melo, em 1874, o primeiro projecto da Rua Formosa. Encontrámo-la já com essa denominação em 1813, na plante redonda de Balck...»

"Toponímia Portuense" de Eugénio Andrea da Cunha e Freitas



Também, em tempos idos, teve o nome de rua da Neta.



14.8.08

MÁRTIRES DA LIBERDADE


A estátua de D. Pedro IV, implantada na mais emblemática praça da nossa cidade, simboliza, por assim dizer, a epopeia do Cerco, a época da redenção politica de Portugal, o tempo em que orgulhosamente nos nivelamos com as outras nações civilizadas do Mundo. Era este, sem dúvida, o local ideal para ostentar os nomes daqueles 12 patriotas que protagonizaram os primeiros combates a favor do Liberalismo e que, em singela, mas comovida homenagem, aqui recordamos Bernardo Francisco Pinheiro, capitão de ordenanças, do concelho da Feira; Clemente da Silva Melo Soares e Freitas, juiz de Fora na Feira, natural de Aveiro; Francisco Manuel Gravito da Veiga Lima, desembargador da Casa da Suplicação; Francisco Silvério de Carvalho, fiscal dos Tabacos, de Aveiro; Joaquim Manuel da Fonseca Lobo, tenente coronel de Caçadores 11, do Porto; José António de Oliveira da Silva Barros, empregado dos Tabacos, do Porto; José Maria Martiniano da Fonseca, bacharel em Direito, da Madeira; Manuel Luís Nogueira, juiz de Fora, de Aveiro; Vitorino Teles de Medeiros, tenente coronel de Milícias, da Lousã; e António Bernardo de Brito e Cunha, contador da Real Fazenda, do Porto. Estes dez foram enforcados no dia 7 de Maio de 1829. No dia 9 de Outubro do mesmo ano foram executados Clemente de Morais Sarmento, de Aveiro; e João Ferreira da Silva Júnior, de Albergaria a Velha.

Texto publicado no Jornal de Notícias


13.8.08

Travessa do BONJARDIM

06|08|08

Localizada no Flickr


«A Travessa do Bonjardim era antes conhecida por Travessa dos Tintureiros, denominação que fazia supor terem este ofício ali seu arruamento. Mas parece que não era assim porque, primitivamente, o tintureiro era só um....»

"Toponímia Portuense de Eugénio Andrea da Cunha e Freitas"


Rua dos MÁRTIRES DA LIBERDADE

05|08|08


Publicada e localizada no Flickr



Tem o actual nome em homenagem aos liberais justiçados de 1829.

Anteriormente chamada rua da Sovela (mas parece que nunca foi nome oficial). Antiga rua 16 de Maio. Também teve o nome de rua de Santo Ovídio. Nesta rua já existiu um Cyber-Café - o primeiro do Porto.
No prédio com o n°178 estabeleceu-se a "Renascença Portuguesa" em 1912. Era igualmente nesta rua que o ferreiro José Jorge (pai do Dr. Ricardo Jorge) tinha a sua forja.
Na década de 60 do século XX, esta artéria tinha diversas lojas de móveis, penhoristas e adeleiros, hoje, para além de vidrarias, existem vários alfarrabistas para além do comércio de proximidade.


Actualização a 13 de Junho de 2012:


Hoje estive quase a lá passar quando a cornija caíu no passeio.


140612

12.8.08

Rua JOÃO DAS REGRAS

03|08|08


Outros nomes que já teve esta rua:
Rua Nova do Duque do Porto, Rua do Duque do Porto e, por fim, Rua de Heliodoro Salgado.


Quem foi João das Regras?

João das Regras (ou, como então surge referenciado nas crónicas, João das Regas), jurisconsulto, nascido em data desconhecida em Lisboa, onde faleceu em 3 de Maio de 1404. Filho de João Afonso das Regras e de Sentil Esteves e, após o segundo casamento da sua mãe, enteado de Álvaro Pais, perpetuou o seu nome em virtude da magistral representação da causa do mestre de Avis nas cortes de Coimbra de 1385, cujo corolário foi a aclamação de D. João I como rei de Portugal.

De acordo com Fernão Lopes esteve em Bolonha, e é verosímil que tenha estudado na universidade daquela cidade de Itália. Foi professor da Universidade de Lisboa, onde mais tarde desempenhou o alto cargo de encarregado ou protector, equivalente, segundo alguns, ao cargo de reitor (Carta Régia de 25 de Outubro de 1400). Tal como o seu padrasto, teve uma acção importante no levantamento de Lisboa que alçou o mestre de Avis por regedor e defensor do Reino. Conselheiro e chanceler do mestre, a sua acção na crise de 1383-1385 culminou na inteligente argumentação em que, omitindo o nome do mestre, negou validade às pretensões dos outros candidatos ao trono.

Pode ler mais na Wikipédia