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17.3.15

Fernando Aroso - Amanhã no Ateneu


« FERNANDO AROSO, o Grande Mestre da Fotografia, vai ser homenageado, numa organização conjunta do Círculo de Cultura Teatral / Teatro Experimental do Porto e do Ateneu Comercial do Porto, no nosso Salão Nobre.
Recentemente nomeado Sócio Honorário do CCT/TEP, receberá, nessa Sessão, o respectivo Diploma. Em seguida será inaugurada uma Exposição representativa da sua colaboração com o Teatro Experimental do Porto, entre 1956 e 1962. Nos anos em que António Pedro, com o TEP, fazia a grande revolução estética no Teatro Português, a única do século XX no nosso País, com a introdução da encenação moderna e o sentido de unidade das diferentes vertentes e artes do espectáculo, sob a direcção do encenador, Fernando Aroso acompanhava essa revolução com uma outra: a da fotografia de cena, projectando um novo olhar sobre a fixação do acto efémero que é o Teatro, antevendo a História. Pelo rigor milimétrico do seu acto de fotografar, em que toda a cena era preparada para a fixação, pela imagem, do momento certo do que de mais importante ocorria no espectáculo, hoje podemos entender melhor o que estava a ocorrer nesse processo de renovação do Teatro em Portugal, nesses idos de cinquenta do século passado. 

Fernando Aroso está com 93 anos. A exposição de fotografias de Fernando Aroso ficará patente até dia 8 de Abril. A entrada é livre. »


Aproveito a realização deste evento para divulgar um texto sobre o homenageado que me foi cedido pelo meu amigo Augusto Baptista, mestre em tangram, repórter, fotógrafo,etc portuense de razão e coração. 


O retrato do retratista


Entre as muitas possibilidades que a fotografia suscita, o retrato sempre foi a sua primeira opção. Profissional com 81 anos de «puro amadorismo», Fernando Aroso é — na palavra de António Pedro — «um admirável artista que é preciso conhecer». 1



Texto de Augusto Baptista



Caminha inquieto, enquanto por gestos indica o trajecto para a entrada do estúdio: «Tenho de o fotografar à minha maneira», magica. O outro senta-se, olhos sobressaltados, rosto talhado a golpes de enxó, sem mais acabamento.
Um rosto assim nunca vira em teatro, cabeça a ressurtir sobre um pescoço seco. Tão avesso em mostrar-se, que desígnio o terá trazido? Que imagem buscará? Como não ficar aflito sob o fulgor destes olhos alerta, fronte a trepar cabeça acima, braços cruzados sobre um peito camponês?
Uma palavra mal medida poderá ser a centelha a incendiar o lendário mau génio do outro, deitar tudo a perder. Refugia-se em gestos comedidos, silêncios demorados. Deambula entre projectores, no acerto da luz, do ângulo, do enquadramento no visor da velha Rollei. E magica: «Tenho de o fotografar à minha maneira».
Mão no disparador, num quase sussurro, atreve pedir-lhe que olhe. Que olhe para além da câmara, como quem procura... como quem procura um poema. O outro balbucia Ó falcão, falcão, debicando as estrelas e, sorridente, fala dos mistérios que podem soltar o verso: um pedido inesperado, a palavra abraço de repente a emergir no dicionário, a lembrar que mais vale um abraço em vida que o nome numa rua depois de morto.
Fernando Aroso, o Arosinho, assim lhe chamava António Pedro, elege o frente-a-frente com Miguel Torga como momento marcante na sua vida de fotógrafo. Evoca com emoção a tarde de 1959, quando, ao seu estúdio na Rua Formosa, chegaram três inesperados visitantes: Alberto de Serpa, José Régio, Miguel Torga.
Por esta ordem os fotografou. Três retratos que integram a galeria dos famosos que passaram pelo seu estúdio, se entregaram ao seu olhar, em demoradas e exigentes sessões de trabalho.
Na transição dos anos 50-60, está no auge. Intelectuais, artistas, os rostos mais em foco da sociedade portuense aspiram a um retrato firmado por si. Para este apogeu muito contribuiu a exposição de fotografia de cena e retratos de gente do Teatro Experimental do Porto, TEP, em Fevereiro de 1958.
A apresentação de António Pedro, aos microfones da Emissora Nacional, consagra-o artista-fotógrafo, desiderato ao alcance das raras criaturas capazes de escolher «não apenas o motivo que, quasi diria ser secundário — não é a qualidade das pêras que faz a beleza de uma natureza-morta de Cézanne — mas escolher a coincidência entre a luz, o objecto e o seu desenho no espaço, o jogo de claros e escuros como esse espaço se estabelece, as relações de tonalidade que nesse espaço criam os volumes e as formas».
De «admirável artista que é preciso conhecer», Aroso torna-se conhecido. A reforçar estatuto, publica dois livros de poesia, em 59 e 61. Mas são as imagens, o seu modo de ver, a atmosfera psicanalítica das suas sessões fotográficas, que lhe conferem aura: «Às vezes chegava quase a hipnotizar a pessoa para conseguir aquele momento em que ela estava abstracta a pensar noutra coisa».
Oriundo da classe média, nasceu em Ramalde, Porto, em 1921. Nos estudos não foi longe e, como castigo, o pai passou a levá-lo para o escritório da empresa de que era sócio-gerente, na Rua Passos Manuel. «Mas eu não estava lá nunca, ia para o Mesquita», reputada casa de fotografia ali bem perto.
Encafuava-se no laboratório, fascinado pela câmara escura, a revelação: «Ali tirei um curso de autodidacta». E, sempre de máquina, deambulava pela cidade, fotografava. Os resultados via-os, com sobranceria e enfado, o velho Pedro Costa, traquejado profissional, sócio do Mesquita: «Umamerdaumamerdaumamerda». Mas um dia.
Um dia, jovem Aroso fez a cabeça de uma velha, na Ribeira. E a imagem foi à inspecção do Costa, que olhou, remirou, chamou o empregado: «Faz aí uma 18x24».
Munido da cópia em papel, não se fez rogado: «Fui logo à Foto Stand, na Rua Sá da Bandeira, onde se juntava a gente toda do Grémio Português de Fotografia, que funcionava nos Fenianos: o Manoel de Oliveira, o António Mendes, o Silva, o Manuel Pinheiro da Rocha, Platão Mendes, dr. António Pinto de Miranda, dr. Oliveira Alves...». Abordou este último, mostrou-lhe a obra, propondo-a ao Salão Internacional de Fotografia. O outro olhou, remirou, «achou piada ao atrevimento de um miúdo de 20 anos», acedeu: «Faça aí uma 30x40».
A cabeça da velha foi o abre-te Sésamo de Fernando Aroso no mundo da imagem. Frequentou tertúlias, integrou o núcleo fundador do Condor Cineclube e da Associação Fotográfica do Porto, experimentou caminhos, «sempre à boa maneira da exigência do amador».
Entretanto, nos anos 50 surgiu o TEP. O actor Vasco de Lima Couto, seu primo, apresentou-o a António Pedro, que o convidou a fotografar Antígona: «Nunca tinha feito fotografia de cena, nem estava dentro do campo comercial. Mandei umas provas e daí nasceu uma empatia tão grande com António Pedro que eu fiz todas as peças dele».
Visando «uma aproximação ao retrato», abre estúdio na Rua Firmeza, em 1959. São anos de ouro, curtos e rápidos. Com a saída de António Pedro do TEP, em 1961, interrompe a colaboração com a companhia. Em 1965, transfere o estúdio para a Rua de Entreparedes.
Com o declínio do preto e branco, orienta a actividade profissional para o meio discográfico. Politicamente desligado, «nunca me filiei em nada», fotografa José Afonso, Adriano, Fanhais, «essa gente toda dos andarilhos, os cantores de protesto». E fadistas, ranchos, grupos musicais, cantores populares: «Fiz até hoje à volta de duas mil capas de discos».
Edita postais, calendários, experimenta a fotografia industrial, publicitária. E perde-se no Porto, a captar ruas, casas, clarabóias, batentes, estátuas, cemitérios. Por puro amadorismo. Expõe, edita álbuns (Dádivas do Tempo, Pontas de Rolo), fotografa a cidade com olhos de retratista: «A câmara é um ponto de intercepção entre o assunto e o fotógrafo. E é nesse ponto que se capta o momento, o tal momento mágico, a pessoa». O mundo.




1 Texto publicado na revista Notícias Magazine n.º 543, 20 de Outubro de 2002.




11.7.12

Rua ROCHA PEIXOTO


040712


Sobre Rocha Peixoto a página camarária diz-nos: "António Augusto da Rocha Peixoto,nasceu na Póvoa de Varzim em 18/05/1866 e faleceu em Matosinhos a 02/05/1909. Naturalista, etnólogo e arqueólogo, foi uma das figuras marcantes na vida cultural portuguesa na transição do século XIX para o nosso século." E a Wikipédia poucos detalhes nos dá!


É uma rua estranha que só a partir do século XXI encontrou uma certa utilidade para quem se quer dirigir ao centro da cidade.
É uma rua estranha porque do outro lado da rua encontramos isto:

050712


Actualização | Dezembro 2013:

Por mero acaso descobri que a Universidade do Porto presta homenagem ao seu antigo aluno.

Passo a transcrever:

« António Augusto César Octaviano da Rocha Peixoto nasceu a 18 de Maio de 1866 no n.º 20 da antiga Rua da Silveira (actual Rua Rocha Peixoto), na Póvoa de Varzim.

O 11.º dos 12 filhos de António Luís da Rocha Peixoto, médico, cirurgião e militante miguelista, natural de Arcos de Valdevez, e de Constança Amélia da Costa Pereira Flores, de Vila do Conde, foi baptizado na Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Conceição, a 21 de Maio.

Em 1874 ficou órfão de pai, acontecimento que dificultou grandemente a sua vida, obrigando-o a trabalhar para prover o sustento da mãe e de três irmãs, ainda antes de completar a formação académica.
Em criança tinha um aspecto frágil que o ajudava a esconder um carácter dotado de grande força de vontade. Estudou no Colégio de Nossa Senhora do Rosário, no Porto, e, aos 15 anos de idade, ajudou a fundar a revista estudantil "Boletim Litterario. Revista Académica Mensal", que produziu 3 números.

Em 1883, com dezasseis anos e sob o nome de Augusto César, publicou artigos críticos sobre os Jesuítas no jornal da Póvoa de Varzim, intitulado "A Independência", em resposta a Afonso dos Santos Soares, defensor confesso da Companhia de Jesus.
No ano seguinte, já estudava no Instituto Escolar de S. Domingos (depois convertido na Escola Académica), nas proximidades da Rua da Sovela, no Porto, tendo por condiscípulos António Nobre e Alexandre Braga.

Aquando da mudança da Escola Académica para a Quinta do Pinheiro, conviveu com Hamilton de Araújo, Fonseca Cardoso e Ricardo Severo, organizadores do "Grémio Oliveira Martins".

Em 1887, na Academia Politécnica do Porto, fundou com Fonseca Cardoso, João Barreira, Ricardo Severo e Xavier Pinho a "Sociedade Carlos Ribeiro". Este grupo, ao qual se juntou Basílio Teles, António Arroio, António Nobre e Augusto Nobre, reunia-se numa casa na zona do Moinho de Vento para debater a crise nacional. Destas reuniões resultou a publicação da "Revista de Sciencias Naturaes e Sociaes", entre 1890 e 1898, dirigida por Rocha Peixoto, Ricardo Severo e Wenceslau de Lima.
Nesses tempos de estudante, Rocha Peixoto publicou artigos a folhetos sobre a degradação do Museu Municipal do Porto, colaborou em opúsculos e jornais, como "O Primeiro de Janeiro", do Porto, e "O Século", de Lisboa, e também participou em tertúlias musicais, tocando guitarra, tendo mesmo chegado a compor uma valsa intitulada "Lavandisca".

Rocha Peixoto participou na Tumulto de 31 de Janeiro de 1891, como nos conta Basílio Teles na sua obra "Do Ultimatum ao 31 de Janeiro: esboço d' historia política". Nela refere que Peixoto e Ricardo Severo, na manhã desse dia histórico, o convocaram para aparecer na Foz para o pôr a par dos acontecimentos. Os três vistoriaram o centro do Porto, para se inteirarem das movimentações das tropas fiéis ao Governo, e Rocha Peixoto escreveu um manifesto dirigido à população civil, em especial ao operariado, com o intuito de instigar a agitação social e assim perturbar a Guarda Municipal. Com a consciencialização do fracasso desta sublevação, Basílio Teles e Ricardo Severo deixaram Rocha Peixoto e centraram-se na busca de auxílio para os revoltosos.

Foi secretário da "Revista de Portugal" (1891-1892), dirigida por Eça de Queirós, organizou o "Catálogo de Mineralogia, Geologia e Paleontologia: Extracto do Annuário de 1890-91", da Academia Politécnica do Porto. Em 1893 passou a ser sócio da Academia das Ciências e desempenhou o cargo de bibliotecário no Ateneu Comercial do Porto (1893-1900).

Em 1895 começou a colaborar com a "Revista d'Hoje" e recebeu o diploma de académico da Classe de Ciências Matemáticas, Físicas e Naturais.
Pela altura da extinção do grupo "Sociedade Carlos Ribeiro" e da "Revista de Sciencias Naturaes e Sociaes" (1898), Rocha Peixoto leccionava Geografia e Ciências Físico-Naturais na Escola Industrial Infante D. Henrique, no Porto.

Em 1899 associou-se à nova revista "Portugália", de carácter nacionalista, que tomou o lugar da "Revista de Sciencias Naturaes e Sociaes". Esta publicação, dirigida por Ricardo Severo, contava com Fonseca Cardoso, como secretário, e com Rocha Peixoto, como redactor-chefe e articulista.

Em meados de 1900 foi nomeado Conservador do Museu Municipal do Porto, então instalado num edifício da Rua da Restauração, e, em 28 de Junho desse ano, acumulou esse cargo com o de Director da Biblioteca Pública Municipal do Porto, de que foi Director Interino entre 1900 e 1904 e Director Efectivo entre 1904 e 1909.

A sua relação com o Museu Municipal era anterior à sua entrada na instituição, pois, ainda estudante na Academia Politécnica do Porto, escrevera sobre o seu estado ruinoso, no título "O Museu Municipal do Porto (História Natural)" e no artigo "O Museu da Restauração" publicado n' "O Primeiro de Janeiro", em 1893. Em 1894, no mesmo jornal, sugeriu que a edilidade portuense comprasse a colecção de faiança de Guerra Junqueiro e, em 1897, integrou uma comissão de estudo da reorganização do museu e da sua instalação num novo edifício.

Durante a comissão de serviço no Museu, organizou as diversas secções do acervo desta instituição, a saber, a de Mineralogia, de Paleontologia, de Etnografia, de Arqueologia, de Artes Decorativas e de Numismática, melhorou os espólios de pintura e de azulejo e promoveu obras no edifício. Em 1902, com Joaquim de Vasconcelos, criou o "Guia do Museu Municipal do Porto", iniciou a transferência do Museu para as suas novas instalações, anexas à Biblioteca (1902-1905), e dotou-o de peças provenientes do Mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde, iniciativa que levantou alguma polémica.

No período em que presidiu aos destinos da Biblioteca, fomentou profundas obras de restauro do edifício, a reorganização dos seus serviços e a reforma e modernização da classificação e catalogação dos livros. Criou três pequenas bibliotecas no Porto (no Bonfim, em Cedofeita e na Foz, com título modernos existentes em duplicado na B.P.M.P.), favoreceu doações às bibliotecas da Póvoa de Varzim e de Ponte de Lima e, ainda, mandou colocar nas paredes do claustro da Biblioteca Pública (antigo claustro do convento de Santo António da Cidade) azulejos quinhentistas e barrocos, oriundos de extintos conventos do Norte de Portugal (de Santa Clara e de São Bento de Ave Maria, do Porto, de Santa Clara e de S. Francisco, de Vila do Conde, de Grijó, em Vila Nova de Gaia, etc.).

No final de 1901 foi nomeado naturalista-adjunto da secção de Mineralogia da Academia Politécnica do Porto e, em 1903, foi enaltecido pelo Ministro Luís Augusto Pimentel Pinto, juntamente com os outros responsáveis da revista "Portugália".

Em 1908 passou uma temporada nas termas do Peso de Melgaço, onde fez amizade com um grupo de utentes da estância termal, entre os quais se destacavam o Dr. Teixeira de Sousa, de Chaves, o Dr. Silva Gaio, Secretário da Universidade de Coimbra, e o artista portuense António Carneiro. A esse grupo chamou "Academia".

Apesar da ligação académica, cultural e profissional ao Porto, Rocha Peixoto nunca deixou de manter um forte vínculo à sua terra natal, comprovado pelos estudos sobre o património arqueológico, histórico, e etnológico da Póvoa de Varzim. Foi responsável pelas primeiras escavações da Cividade de Terroso, do Castro de Laúndos e da vila de Martim Vaz, envolveu-se na questão da naturalidade de Eça de Queirós e empenhou-se na defesa da comunidade piscatória poveira, que influenciou, entre outros, os trabalhos de Fonseca Cardoso (estudo antropológico sobre os pescadores da Póvoa, editado na "Portugália", em 1908), de Cândido Landolt (livro sobre o Folk-Lore da Póvoa de Varzim, de 1915) e de António dos Santos Graça ("O Poveiro", de 1932). Não é, portanto, de estranhar, que tenha legado a sua biblioteca, constituída por mais de 2.000 títulos, à Biblioteca Municipal da Póvoa de Varzim.

Este notável naturalista, professor, antropólogo, etnólogo e escritor faleceu em Matosinhos, vítima de tuberculose aguda seguida de uma crise, a 2 de Maio de 1909.
Na altura da sua morte trabalhava no Porto como naturalista-adjunto da Academia Politécnica, como Director da Biblioteca Pública e do Museu Municipal do Porto e, ainda, como professor de Geografia e de Ciências Físico-Naturais da Escola Industrial Infante D. Henrique.

Do Cemitério de Agramonte, no Porto, onde foi sepultado, o seu corpo foi trasladado para o Cemitério da Póvoa de Varzim, em 16 de Maio de 1909, a pedido da Câmara Municipal poveira.
(Universidade Digital / Gestão de Informação, 2010) »

A Biblioteca Municipal da Póvoa de Varzim também publica uma cronologia de Rocha Martins nesta página.


20.11.06

Rua do ATENEU COMERCIAL DO PORTO

Já foi Travessa Passos Manuel.


Nesta rua (então Travessa Passos Manuel) existia, nos anos 60, o Teatro de Bolso "António Pedro" do T.E.P. - Teatro Experimental do Porto.




A história da benemérita e velha instituição tão portuense que é o Ateneu Comercial está há muito feita, e vamos apenas esboçá-la para quem de todo a desconhece. No dia 29 de Agosto de 1869, na Rua da Porta do Sol, António Bernardino Alves Costa, Pedro Pinto Gonçalves Pimenta e Manuel José Alves de Azevedo fundavam uma sociedade recreativa que denominaram Nova Euterpe. Foi graças a estes cavalheiros que pôde sobreviver e prosperar. Em 1877 ou 78, começaram a funcionar ali cursos de escrituração e geografia comerciais entre outros. Desde 10 de Janeiro de 1885 estava o Ateneu instalado na Rua de Passos Manuel. Uma das mais belas coisas que o Ateneu possui é a sua bibliotéca, que começou com 326 volumes num gabinete de Leitura e que já em 1944 ascendia a mais de 50 000, com verdadeiras preciosidades, tal como « um precioso e raríssimo exemplar» da 1º edição de «Os Lusíadas». Foi em 1884, um ano antes de se mudar para a nova sede, que se trocou o nome de Nova Euterpe pelo de Ateneu Comercial. E foi cremos, pelo seu centenário que à antiga Travessa de Passos Manuel foi dado o nome de Ateneu Comercial do Porto.

Mais sobre o Ateneu Comercial do Porto


Plateia e Balcão do Teatro de Bolso António Pedro.
(foto do Círculo de Cultura Teatral)