30.4.08

Rua do ENCONTRO

31|04|08

Fotografia publicada no Flickr

Pois, mais uma vez não encontrei nada sobre esta rua do Encontro!

Caro leitor, só posso dizer que o encontro é em Paranhos.



29.4.08

Rua CARLOS DA MAIA

29|04|08

Fotografia publicada e localizada no Flickr

Já teve o nome de Travessa do Couto.

Quem foi Carlos da Maia?
José Carlos da Maia (1878-1921)

Revolucionário do 5 de Outubro. Algarvio, natural de Olhão. Maçon desde 1907. Companheiro de percurso de Machado Santos. Governador de Macau entre 1914 e 1916.
Ministro da marinha de Sidónio Pais, de 9 de Março a 7 de Setembro de 1919 (formalmente secretário de Estado desde 15 de Maio).
Ministro das colónias no governo de José Relvas, de 26 de Janeiro a 21 de Março de 1919.
Assassinado em 19 de Outubro de 1921, na Noite Sangrenta, juntamente com Machado Santos.
MARTINS, Rocha e MENEZES, Bourbon e, Um Marinheiro Romântico, Lisboa, Tipografia e Papelaria América, 1924.
Ver artigo de Rui Manuel Ramalho Ortigão Neves na Revista da Marinha
Projecto CRiPE- Centro de Estudos em Relações Internacionais, Ciência Política e Estratégia. © José Adelino Maltez.

http://maltez.info/respublica/portugalpolitico/


Sobre Carlos da Maia também pode ver o Blog Paranhos


28.4.08

Rua COSTA E ALMEIDA

28|04|08

Fotografia publicada no Flickr


O conselheiro António Ribeiro da Costa e Almeida nasceu a 21 de Setembro de 1828, em Viseu e faleceu a 17 de Outubro de 1903. Exerceu as funções de vogal do concelho do distrito e depois de ser vogal e presidente da Junta Geral do distrito, Vice-Presidente e Presidente da Câmara Municipal do Porto foi finalmente Governador Civil desta cidade desde Dezembro de 1887 cargo de que se demitiu.

(Arquivo da Toponímia)


O bispo que urbanizou o antigo Campo das Hortas

O sítio da porta de carros



O bispo em questão foi D. Tomás de Almeida, filho de D. António de Almeida Soares, 2º conde de Avintes; e de D. Maria Antónia de Bourbon, filha de D. Tomás de Noronha, 3º conde dos Arcos, descendente, portanto, de duas das mais importantes famílias do país daqueles tempos.

D. Tomás de Almeida foi apresentado bispo do Porto, por carta régia de D. João V, em 30 de Abril de 1709. Logo no mês seguinte aquele mesmo monarca nomeou-o governador da Relação e das Armas desta cidade. Tratava-se, na época, de dois dos mais importantes cargos civis e de extraordinária relevância se tivermos em conta que Portugal participava na Guerra da Sucessão de Espanha.

Mas o que nos interessa especialmente abordar nesta crónica é a faceta de grande renovador urbanístico revelada por D. Tomás de Almeida - que viria a ser o primeiro Cardeal Patriarca de Lisboa.

Foi ele que transformou o medieval campo das hortas na antiga Praça Nova das Hortas que é hoje a Praça da Liberdade; e foi ele que mandou abrir, no pano da muralha fernandina, "para a maior comodidade do público", o Postigo de Santo Elói, em frente à velha Rua das Hortas, actual Rua do Almada.

A estes dois importantes melhoramentos devemos juntar as obras mandadas fazer por D. Tomás de Almeida na igreja dos Congregados, nomeadamente o embelezamento do interior do templo e a construção de um amplo e elegante átrio exterior.

E sobre este último melhoramento é que nos vamos deter mais em pormenor.

Tratava-se de construir um amplo átrio no terreno que ficava na frente da igreja.

Havia no entanto um pequeno problema que obstava a que as obras arrancassem mesmo diante da fachada do templo e a dois passos da muralha fernandina que ficava a escassos metros de distância, erguiam-se dois enormes álamos junto dos quais havia bancos de pedra que "serviam de assento" a quem por ali passava, naturalmente.

As árvores eram da cidade. Para poderem ser derrubadas era preciso uma autorização camarária.

E foi no sentido de obter essa autorização que, nos começos de Novembro de 1712, os padres da Congregação do Oratório (Congregados) oficiaram à Câmara. É muito curiosa a petição redigida pelos religiosos.

Começava assim "… dizem o pe. Propósito e mais Padres da Congregação do Oratório que, como a V. M.cês. já é notório, o ilustríssimo Senhor Bispo lhes manda fazer defronte da igreja, um átrio ou tabuleiro que aformoseará muito e fará deleitável aquele terreno como muito bem se deixa ver…"

Vem a seguir o problemas dos álamos, alegando os Congregados, na sua petição, que a manutenção das duas árvores no local, além de impedirem a vista da igreja, "farão o projectado átrio menos formoso" e tentam justificar o seu abate explicando que "são já uns troncos secos e feios".

Mas o melhor da petição ficou para o fim. Os assentos à sombra dos álamos também não estavam bem onde os haviam posto. O melhor é transcrever a parte final da petição "… além disso, como o dito átrio há-de ter degraus por onde a ele se suba, não convém que defronte estejam assentos, dos quais se esteja registando (notem bem!) a descompostura das mulheres que sobem…"

Ora aí está. Tratava-se afinal da preservação dos bons costumes. "E como reagiu a Câmara" - pergunta o leitor com toda a legitimidade.

Para já sabe-se que reagiu rapidamente, ao contrário do que normalmente acontece nos dias de hoje.

Em 26 de Novembro daquele ano a edilidade mandou que os ficais municipais fizessem uma vistoria ao local e mediante o relatório por estes apresentado autorizou o abate de um dos álamos, o que estava mais chegado à muralha. Quanto ao problema da descompostura das mulheres, nada se sabe porque os fiscais não o mencionaram no seu relatório pelo simples facto de que não havia ainda as escadas e elas ainda se não descompunham.

O dr. Artur de Magalhães Basto, que estudou este assunto, comentando o facto de ter sido derrubado apenas um álamo, teceu este jocoso mas excelente e oportuno comentário "… como o outro álamo ficou subsistindo é de crer portanto que subsistissem também alguns inconvenientes assentos dos quais, uma vez construídas as escadas, poderiam os curiosos estar a registar … o que não era para se registar…"


Como é geralmente sabido o pano da muralha fernandina que passava em frente à igreja dos Congregados descia da Batalha pela Calçada da Teresa (actual Rua da Madeira); limitava a cerca do convento das freiras de S. Bento da Ave Maria (onde está a estação ferroviária de S. Bento); e continuava, em ligeira curvatura, em direcção à antiga Calçada da Natividade (hoje Rua dos Clérigos) até à Porta do Olival, na Cordoaria.
Mesmo em frente à fachada da igreja dos Congregados havia uma porta na muralha chamada a Porta de Carros. Fora aberta, segundo um velho documento, "… para assim dar melhor serventia à cidade, principalmente aos inumeráveis carros que da comarca da Maya, Penha Fidel (Penafiel) e mais contornos da cidade, por ella entrão e por isso tomou dos Carros o apelido chamando-se Porta de Carros…" O citado documento refere ainda que ".. quem olhasse da porta para Norte, veria uma planície bastante dilatada… tão amena, desafogada e fértil que pella abundância de hortaliças que produzia, se chamava Campo das Hortas e hoje por estar todo povoado de nobres edifícios, deixando o nome de Campo conserva no entanto o nome das Hortas…"


Germano Silva


Publicado no Jornal de Notícias






Rua da IGREJA DE PARANHOS

Como é sabido Paranhos era um antigo couto, pertença da igreja portucalense. A própria palavra tem aquele significado. Com a designação de Vila de Paranhos (vila, propriedade rústica) a encontramos em escritura do Cabido, de 1130, vindo já certamente dos séculos anteriores, porque se lhe referem outros documentos de 1053 e 1048.Também a sua igreja deve datar, pelo menos do século X, porque escrituras de 1123, mencionam padroeiros dela, que já o eram por sucessão de seus maiores.

"Toponímia Portuense" de Eugénio Andrea da Cunha e Freitas


27|04|08

Fotografia publicada no Flickr


A Igreja Matriz de Paranhos, dedicada a S. Veríssimo, padroeiro da freguesia, assemelha-se às igrejas das aldeias e vilas do Norte de Portugal, pelo seu aspecto harmónico. Não sendo a primitiva - que já existia em 1123 – desconhece-se a data de construção da igreja matriz.
Sabe-se apenas que foi reconstruída em 1845 por se encontrar em ruínas e que, posteriormente, foi alvo de sucessivos benefícios e melhoramentos. A fachada tem o corpo central ladeado por duas torres sineiras, uma do século XIX e outra construída em 1946 e dois relógios, um de sol, de 1878, e outro mecânico, de 1857.
No seu interior tem uma só nave separada da capela-mor por um arco cruzeiro. Possui oito altares e um coro definido por gradeamento de ferro e bronze assente em três arcos sobre quatro colunas de pedra que formam o pórtico.

Encontra-se em fase de projecto, a construção da Nova Igreja de Paranhos.

ver mais aqui, no "site" da Junta de Freguesia de Paranhos




24.4.08

Rua LUZ SORIANO

26|04|08

Fotografia publicada no Flickr, para ver a localização clique aqui.



Quem foi Luz Soriano?

Simão José da Luz Soriano
(1802-1891)

Participa nas guerras liberais.
Exilado desde 1828, passou à Terceira em 1829. Redactor de Crónica da Terceira, em 1830.
Mindeleiro.
Colaborador de Sá da Bandeira. Deputado por Angola em 1853.
Memorialista e historiador da guerra civil.

·História do Cerco do Porto

1846.

·Utopias desmascaradas do systema liberal em Portugal ou Epitome do que entre nós tem sido este sistema

Lisboa, 1858.

·Revelações da minha vida e memórias de alguns factos e homens meus contemporâneos

Lisboa, 1860 (2ª ed., Porto, 1891).

·História da Guerra civil e do estabelecimento ddo governo parlamentar em Portugal

19 tomos, Lisboa, 1886-1890.



Projecto CRiPE- Centro de Estudos em Relações Internacionais, Ciência Política e Estratégia. © José Adelino Maltez.



Rua CARVALHO ARAÚJO

25|04|08

Fotografia publicada no Flickr para a localização clique aqui

"A actual Rua de Carvalho Araújo, chamava-se antes Rua do Couto, de um antigo casal que tinha esta denominação e era foreiro ao Cabido da Sé. Derivaria o seu nome justamente dessa circunstância, visto pertencer ao Couto de Paranhos...."

("Toponímia Portuense" de Eugénio Andrea da Cunha e Freitas )


José Botelho Carvalho Araújo.
(1880-1918)
- Primeiro-tenente da Armada no comando do caça-minas Augusto de Castilho, quando este, em Outubro de 1918, escoltava do Funchal para Ponta Delgada o navio mercante S. Miguel. Perante o ataque de um submarino alemão, o U 139, Carvalho Araújo não hesitou em cumprir a missão que lhe cabia.
Que era: deter o inimigo para salvar o S. Miguel e a vida dos seus 00 passageiros, apesar de saber que não poderia ganhar o combate tão desigual. A luta durou duas horas, até se esgotarem as munições do Augusto de Castilho, mas só depois de o S. Miguel se encontrar a salvo. O último disparo do U 139 atingiu mortalmente o Carvalho Araújo, o seu comportamento heróico ficou registado no livro de bordo do comandante alemão, Von Arnaud de La Periére.

Com Carvalho Araújo morreu também o aspirante Elói de Freitas. Os sobreviventes, alguns deles muito
feridos, conseguiram salvar-se, doze deles depois de vários dias em luta com o mar, numa epopeia que teve por sua vez outro herói – o guarda-marinha Armando Ferraz...

Publicado aqui



Para saber mais sobre o Comandante Carvalho Araújo pode ver a Wikipédia



Imagem publicada aqui


23.4.08

Avenida 25 de ABRIL

24|04|08

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"A Queda da PIDE na cidade do Porto"

Testemunhos
Crónica do Dr. Arnaldo Mesquita


"Poucos o saberão hoje e por isso o recordo aqui: Os três últimos presos políticos a serem libertados das garras e das cadeias da PIDE (DGS) no Porto, não no dia 25 mas já no dia 26 de Abril de 1974 - fez agora 33 anos! - foram um jovem comunista, chamado Jorge Pisco, de condição trabalhadora, que se havia destacado numa manifestação popular anterior enfrentando os policias (PIDE e PSP), que no decurso dela o pretenderam prender; eu próprio, seu advogado com procuração junta ao respectivo processo; e Óscar Lopes, o bem conhecido pensador, escritor, professor e ensaísta, meu querido camarada do PCP, então membro destacado (e abnegado) da tão necessária, útil (e valiosa) Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos, felizmente hoje ainda vivo (e que o seja por muitos anos).
Já vos direi algo sobre o insólito de tudo isto. Por agora devo lembrar o que também nem todos saberão ou terão presente.


A queda do fascismo, na cidade do Porto, apenas se consumou no dia 26 de Abril de 1974, já com as massas populares a movimentarem-se e a manifestarem-se publicamente, assim forçando quer à rendição da famigerada PIDE (DGS), então aqui chefiada pelo depois muito falado Rosa Casaco, quer à semi- neutralização da PSP sob comando de Santos Júnior (coronel), de triste memória, celebrizado pelas malfeitorias das suas brigadas, bem conhecidas, porque especializadas em reprimir sobretudo as manifestações populares. Quanto ao Rosa Casaco (a quem eu já conhecia desde 1959, da tortura do sono por mim sofrida na sede da PIDE, em Lisboa) tinha sido escolhido depois, pelo próprio Salazar (o ditador, seu Chefe Supremo), para chefiar a brigada que atraiu Humberto Delgado a uma armadilha no Sul de Espanha e ali o assassinou).


Rosa Casaco encontrava-se então no Porto a frente da delegação da PIDE, (que Marcelo Caetano havia crismado de D.G.S)., e era secundado nisso por um tal Dr. Cunha, igualmente muito conhecido como dirigente local (e superior) dessa sinistra organização de malfeitores, torcionários e assassinos profissionais a mando dos dois, in loco.


Ora bem: Quando se tornou claro que o histórico levantamento dos militares de Abril havia triunfado em Lisboa, a multidão dos populares começou também a manifestar-se, embora de início ainda timidamente, nas ruas do Porto, concentrando-se, sobretudo de tarde, na Praça da Liberdade, na Avenida dos Aliados e ao redor delas.


Pela minha parte, deixei o meu filho mais velho na Praça da Liberdade e fui observar o que se passava com a PIDE/DGS, na sua delegação, à Rua do Heroísmo, constatando dali que o edifício estava com as portas e as janelas praticamente todas cerradas, embora com algumas sombras por detrás das mesmas, a espiar.


Junto dele não se via avistava ninguém. Literalmente, ninguém.
Concluí que a rendição (inevitável) daqueles miseráveis apenas se daria no dia (ou dias) seguintes e assim veio a acontecer de facto, no dia 26.


Quando nesse dia, seriam 8 horas, lá cheguei de novo, já as Forças Armadas estavam no interior do edifício e a multidão expectante, na rua, crescia momento a momento.
Juntei-me a um grupo de camaradas meus. Recordo alguns: Virgínia de Moura, Óscar Lopes, Papiniano Carlos, Olívia Vasconcelos. Ficamos todos junto do portão da entrada de serviço, a aguardar (e a influenciar também, na medida do possível, os soldados do MFA que ali estavam).

Em face das nossas insistências, passado já um tempão, permitiram por fim que entrássemos alguns: Virgínia de Moura (de todos bem conhecida e logo aplaudida); Óscar Lopes, idem: quer por si quer como membro da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos; e eu próprio, como advogado do Jorge Pisco, último preso político que a parte, mais retrógrada, dos militares ali presentes queria manter preso! Diziam estes (spinolistas) que não devia ser libertado, porque ele resistira à prisão defendendo-se, no acto dela!


Portanto era um preso de direito comum e não um politico, assim seguindo eles na mesma esteira da argumentação pidesca!
Tanto quanto pude perceber, o comandante dos militares que tal sustentavam, que teria negociado a rendição e que para isso teria sido destacado, era um coronel (ou major?) de seu nome Azeredo, que depois foi muito falado, nas voltas e reviravoltas do processo libertador; e que os jovens militares do MFA com quem falei, aliás, logo apontavam como spinolista ferrenho.


O qual não permitia, pois, a libertação do Jorge Pisco porque agressor da "autoridade", segundo o dissera a própria PIDE! E quiçá a PSP!
Claro, que nem eu nem Óscar Lopes, de modo nenhum podíamos concordar com isso e foi o cabo dos trabalhos:
Ficamos os três presos dentro do próprio edifício, enquanto sorrateiramente, quase sem nos darmos conta disso, os demais presos políticos já estavam em liberdade!


E (pasme-se!): os próprios PIDES em vias de o ser também.
Abro aqui um parêntesis: Logo à entrada, denunciei aos militares o famigerado inspector "Dr. Cunha" (que continuava armado, com as armas escondidas nos bolsos, e que só então foi, pressuroso, ao ver-nos, entregá-las a um militar).


Tal como denunciei o Rosa Casaco, indicando-os a ambos como responsáveis principais dos muitos crimes ali cometidos, e frisando bem que podia testemunhar, pessoalmente, quer a tortura do sono por mim sofrida anos antes, quer, como advogado, a tortura sofrida pelos outros presos às ordens do primeiro (Rosa Casaco) e do segundo (Dr. Cunha). Mas debalde o fiz.


Como que à socapa, passado pouco tempo e quase sem nos darmos conta disso, também os PIDES foram metidos em camiões, e retirados dali.
Soube-se mais tarde que vieram a ser soltos todos, imagine-se! para os lados da Maia nos arredores da cidade do Porto.


E assim ali ficamos nós - eu, Óscar Lopes e Jorge Pisco - guardados pelos militares, quais presos políticos de última hora, fechados no soturno edifício.


Fomos fotografados até, por um repórter que entretanto devia ter conseguido entrar, ao meio da tarde. Finalmente, meteram-nos num veículo militar e conduziram-nos ao Quartel General, aonde um jovem graduado do MFA, indignado com o que lhe contámos, nos mandou em paz depois de nos informar que os PIDES não se encontravam nem haviam passado por ali! Desconhecendo ele o seu paradeiro.


E assim, Rosa Casaco, o torcionário e assassino chefe da brigada que matou Humberto Delgado, etc, etc., pôde ir tratar da rica vidinha, para Espanha, como qualquer inocente cidadão deste país, até que a prescrição o salvasse!


No tocante ao "Dr. Cunha", este até teve a "lata" de tentar inscrever-se como advogado na respectiva Ordem, o que não conseguiria. Aliás, seguindo o exemplo doutros fascistas notórios, das altas esferas, ministros incluídos, que o conseguiram!


E pronto. Fico-me por aqui, por agora.
Não posso porém deixar de recordar (ainda que de passagem) o espectáculo empolgante que foi, sobretudo na Baixa do Porto, o 1.º de Maio de 1974, com a multidão de larguíssimas centenas e centenas de milhares e milhares de pessoas a gritarem Vivas à Liberdade a ao M.F.A! Espectáculo inesquecível, ainda hoje a merecer outra crónica, inclusive pelo que viria a acontecer anos depois, mormente em 1982, noutro 1.º de Maio (sangrento e vergonhoso) por obra da direita, em que ali perderam a vida dois trabalhadores.


Por agora envio apenas, em anexo, com vista, se possível, à desejável publicação, o poema que no entretanto escrevi e publiquei sobre o 1.º de Maio de 1973, último anterior à queda do fascismo português (ou seja, deste mesmo que agora tenta erguer de novo a cabeça e tenta criar falsamente saudades dessoutro tempo maldito, do sumo poder do grande capital explorador, que, também ele, cada vez mais, levanta a cabeça para nos sugar a todos.
Mas que não podemos deixar (nem deixaremos) que volte como antigamente!


E também por isso (benvinda seja a próxima greve geral, anunciada para o próximo dia 30).
Que os trabalhadores, de novo tão prejudicados, de novo avancem decididos, no seu protesto, geral e à escala de todo o Pais.
E que a maioria PS da Assembleia da República desperte finalmente! Que não continuem a repetir-se aqui os bem conhecidos erros do passado cometidos cá e lá fora.
Acabe-se com o retrocesso!
Atenda-se a quem trabalha!
Combatam-se, sim, seriamente, os grandes exploradores, os do grande capital, e dos seus grandes grupos económicos, nos seus chorudos lucros, juros e dividendos!
E para isso, defenda-se a Liberdade que em 1974 Abril nos trouxe e o 1.º de Maio mais confirmou!"

Crónica publicada no semanário Terras Vale do Sousa - Lousada



Texto encontrado aqui: Pimenta Negra


OBSERVAÇÃO:

No meu trabalho de pesquisa na internet, reparei que a página da Toponímia do Município ignora que esta avenida existe. Pode verificar no "Portal" da Câmara Municipal do Porto.


21.4.08

Hotéis da Praça da Batalha do tempo da 'mesa redonda'

Naqueles tempos (finais do século XIX) os hábitos familiares eram muito diferentes dos de hoje. Por exemplo, almoçava- -se cedo, às oito horas, jantava-se às duas (14 horas) "quando o sino da Sé tocava a chamar para o coro", conta um cronista da época; e ceava-se das nove para dez (da noite) "quando tangia o sino de recolher também chamado dos mariolas", acrescenta o cronista. Isto era o que se passava, digamos assim, em família. E fora de casa, como era ?

Havia na cidade um sem-número de restaurantes e hotéis, onde também se servia refeições. Nos finais do século XIX, só na actual Praça da Liberdade, Arnaldo Leite cita os seguintes restaurantes "… do lado nascente, "Porto Clube", "Camanho" e "Suíço" (com sala de jantar e gabinetes); do outro lado, em frente, "Europa", "Antiga Cascata", "Rainha" e ainda, à entrada da Rua da Fábrica, onde está agora a filial do Banco de Portugal", "O Potro", que espreitava para a Praça e tinham, na tabuleta, a figura do guerreiro que dava nome à casa; do lado sul, o "Internacional" onde depois se fundou a casa bancária Sousa, Cruz & Cª , Ldª." Havia ainda o "Ventura" que era dos mais afamados; o "Mesquita", o "Lisbonense", o "Adriano" célebre pela qualidade e abundância das suas refeições que servia; e o "Monteiro". Isto no que respeita a restaurantes. E hotéis?

Os mais famosos situavam-se na Praça da Batalha e imediações. Alguns anúncios da época explicam os motivos dessa localização "… próximo dos teatros e das repartições públicas…"

O hotel (ou hospedaria) da "Águia d'Ouro" que ficava onde persistem, para nossa vergonha, os restos do cinema e café "Águia d'Ouro" dos nossos dias, era onde se hospedavam os intelectuais e artistas de teatro quando vinham ao Porto, casos de Antero de Quental e Ramalho Ortigão e do célebre actor Taborda. As diárias eram de 800 e 1200 réis.

O mais célebre, contudo, era o "Estanislau" ou "Stanislau". Ficava quase à esquina da Rua da Madeira, num prédio onde, depois, funcionou o "Hotel Portuense" que a seguir viria a servir de sede à Casa de Espanha e onde, muitos anos mais tarde (1938), se instalou o Orfeão do Porto. Era célebre a cozinha deste hotel pela sua alta qualidade. O seu restaurante era um dos preferidos de Camilo que se zangou com o barão de Forrester por este ter contratado para o seu serviço pessoal a cozinheira que confeccionava os petiscos para a clientela do "Estanislau". Aqui uma diária variava entre os 600 e os 800 réis.

No edifício que fica à entrada da Rua de Alexandre Herculano, onde agora funciona a Messe dos Oficiais, esteve instalado o Hotel Universal, um dos mais procurados pelos lisboetas que se deslocavam ao Porto. Tinha trens para ligação, em exclusivo, com a "estação central" (S. Bento) dos caminhos de ferro. Na Rua de Cima de Vila funcionava o "Hotel Estrela" e na Rua de Alexandre Herculano o célebre "Hotel das Camélias", perto do Teatro de D. Afonso no sítio onde muitos mais tarde viria a funcionar o Parque das Camélias de saudosa memória.

Mesmo defronte ao Teatro de S. João, ficava o "Hotel da Nova Itália", uma homenagem à Itália reunificado. Era preferido pelas prima-donas que vinham actuar naquela célebre sala de espectáculos do Porto. Como muitos outros, possuía "mesa redonda às três da tarde" ao preço de 360 réis. Esta "mesa redonda" corresponderia àquilo a que hoje se convencionou chamar o "self-service".

Ainda na Praça da Batalha havia o "Hotel Sul Americano", procurado especialmente por "brasileiros de torna viagem". Ficava onde depois se instalou o "Grande Hotel do Império" e onde ainda funciona um dos modernos hotéis do sítio.

O "Grande Hotel da Batalha", que chegou com esta designação até aos nossos dias, era, nos idos de cinquenta, o mais antigo.

Nas imediações da Praça da Batalha havia, na Rua de Entreparedes, o "Hotel de Bragança", "dos mais antigos e conceituados do país, com mesas pequenas, quartos de banho e luz eléctrica" e os hotéis "Aurora do Lima" e "Estrela do Norte", com magníficos aposentos para famílias"; e ainda o "América Central" , onde está a Residencial Aviz na esquina da Avenida de Rodrigues de Freitas; o "Nacional" e o "Continental", situado, dizia um prospecto publicitário da época, "no ponto mais central, próximo da estação dos caminhos de ferro, correios, telegraphos e teatros, passando-lhe à porta os carros eléctricos para todos os pontos da cidade…"

Por Germano Silva




Capela da Nossa Senhora da Batalha



Sabe-se, porque existem documentos em cartórios portuenses que o confirmam, que antes da capela de Nossa Senhora da Batalha que foi demolida, em 1924. para "desafogo da fachada do Teatro de S. João" existiu uma outra, bastante mais antiga, sob a mesma invocação, num local extramuros, da parte de fora, portanto, da muralha fernandina, mas que pertencia à freguesia de Santo Ildefonso. Nessa capela foi colocada a imagem de Nossa Senhora da Batalha que antes havia estado numa edícula sobre a porta da muralha fernandina de Cima de Vila.
Em 1686 já se falava "…da fabrica da capella de Nossa senhora da Batalha, Nossa senhora dos Remédios e S. José…"
No lugar desta antiga ermida é que terá sido construída aquela que foi demolida em 1924 e que pertencia ao Município portuense. Nessa capela teve a sua sede a influente e importante Confraria dos Sirgueiros.
A imagem da padroeira foi recolhida na Catedral em cujo museu está exposta ao público.


Por Germano Silva




19.4.08

Rua SÁ DE ALBERGARIA

22|04|08

Fotografia publicada e localizada no Flickr



Quem foi Sá de Albergaria?

António José da Costa Couto Sá de Albergaria era natural do Concelho de Arouca, onde nasceu em 1850 tendo vivido no Porto onde faleceu em 1921.Foi notável jornalista e escritor. Na sua obra jornalística e literária em que sobressaem quanto à primeira, a famosa secção " De Raspão " publicada durante muitos anos, no " Jornal de Notícias " e, quanto à segunda os seus romances "Os Meus Pecados " " Noites do Porto ", " Irmã Doroteia ", " O Sagrado do Ermita " e " Os " O Brasileiro Pancrácio "; sempre enalteceu o Porto.
Fundou na Foz do Douro, uma escola por onde passaram milhares de alunos de ambos os sexos e que foi dirigida, depois por suas filhas Maria José também escritora e Cândida Sá de Albergaria, professora modelar.

(Intervenção do Vereador Hugo Rocha - Arquivo da Toponímia)

Aqui existem dois blocos de apartamentos, ali do lado esquerdo da foto, cujo projecto foi iniciado em 1991 pela arquitecta Isabel Furtado e pelo arquitecto João Serôdio.

17.4.08

Rua HENRIQUE LOPES DE MENDONÇA

21|04|08

Fotografia publicada e localizada no Flickr


Quem foi a personagem que deu nome a esta rua?


Henrique Lopes de Mendonça (2/02/1856 - 24/08/1931) seguiu a carreira naval, tendo viajado como oficial da Marinha pela Europa e pela África. Foi professor da Escola Naval e da Escola de Belas-Artes de Lisboa, presidente da Academia das Ciências e um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Autores (1925).
Em 1890 foi encarregado de escrever a letra do hino nacional, A Portuguesa.
Notabilizou-se como dramaturgo historicista, inserindo-se a sua obra no neo-romantismo.
Estreou-se em 1884 no Teatro D. Maria II com o drama A Noiva. A sua obra comunga do nacionalismo derivado do Ultimatum inglês. Obras dramáticas: A Noiva (1884), O Duque de Viseu (1886), A Morta (1890), Afonso de Albuquerque (1898), Amor Louco (1899), O Salto Mortal, Nó cego (1905), O Azebre
(1909), Auto das Tágides (1911), A Herança, Saudade e O Crime de Arronches (1924). Romance: Os Órfãos de Calecut, Terra de Santa Cruz; Cenas da Vida Heróica (folhetins históricos em oito volumes): Sangue Português, Gente Namorada, Lanças na África, Capa e espada, Fumos da Índia, Santos de Casa, Almas Penadas, Argueiros e Cavaleiros. História e arqueologia: Estudos sobre navios portugueses nos séculos XV e XVI, O Padre Fernando Oliveira e a sua obra náutica, Memórias Académicas.

Publicado no "Projecto Vercial" - pode continuar a ler aqui


Um novo nome de rua



Rua Amândio Galhano


(Enólogo responsável pela projecção do vinho verde)


A partir de hoje, a cidade do Porto presta homenagem ao enólogo Amândio Galhano, um dos responsáveis pela projecção da região demarcada do vinho verde, atribuindo o seu nome a uma rua junto ao Hospital de S. João (entre a estrada da Circunvalação e a Travessa da Asprela, na freguesia de Paranhos).
A iniciativa da homenagem, que coincide com o centenário do nascimento do enólogo, partiu de António Martins, um homem que com ele trabalhou na Comissão de Viticultura da Região do Vinho Verde.
Em 2005, apresentou a proposta à Câmara, que foi aceite no ano seguinte.
"Com a cerimónia, que terá lugar hoje pela 18 horas na Casa da Cultura de Paranhos, será finalmente resolvida uma lacuna, de 17 anos, da cidade para com um homem de mérito e com responsabilidades na projecção do vinho vede", afirmou António Martins.


Artigo publicado no Jornal de Notícias


Actualização em Dezembro de 2013:

Breve nota sobre o engenheiro agrónomo Amândio Galhano:

« Amândio Barbedo Galhano, Engenheiro Agrónomo, 1908 -1991 - Uma Vida, Uma Causa. Uma justa e nobre homenagem a QUEM, mais do que ninguém fez o melhor pela grande Região dos Vinhos Verdes. Edição da CVRVV. - Engenheiro Agrónomo. Foi Director da Estação Agrária do Porto, Vice-Presidente da Comissão Técnica Permanente de Viticultura e Enologia, Delegado Permanente de Portugal no OIV, Director do Laboratório da CVR Vinhos Verdes. Delegado activo de Portugal nos congressos e assembleias gerais da OIV e comissões internacionais de Enologia. A partir de 1950 participa no «Plano de Fomento de Adegas Cooperativas». Contribui de forma decisiva na reivindicação para o Registo Internacional da DO "Vinho Verde", atribuído pela Organização Mundial da Propriedade Industrial. Pioneiro do progresso qualitativo do Vinho Verde e da expansão deste produto nos mercados internacionais. - Irmão do antropólogo e fundador do Museu de Etnologia em Lisboa, Fernando Galhano (1904-1995) eram ambos descendentes de famílias de Cinfães (mais propriamente do lugar das Pias). Os Barbedos constituíam um clã com certa notabilidade na região. Foram médicos, eclesiásticos, advogados e comerciantes, nomeadamente alguns deles destacados ourives na cidade do Porto, onde tinham loja aberta na rua das Flores. De um destes ramos de comerciantes, descendia o Eng.º Amândio Barbedo, como ele próprio refere: "Se na família de meu pai havia certas maneiras menos preconceituosas, a de minha mãe era genuinamente burguesa - avô de cepa duriense com loja de ourives na Rua de Flores e avó saída de negociantes de mercearia por grosso na Rua de São João." »

Publicado em Lusawines



16.4.08

Rua do CARVALHO

20|04|08

Localizada no Flickr - clique aqui



Rua do NIASSA

19|04|08

Esta foto está localizada aqui


As casas que se encontram nesta rua fazem parte do chamado "Bairro Operário O Comércio do Porto" que foi construído por volta de 1899. Devemos o desenho deste bairro ao arquitecto José Marques da Silva.

Actualização 30/10/2012:
Graças a uma senhora francesa que na semana passada fez uma intervenção sobre "o habitar em Paris de 1945 e 2010" fiz a descoberta que o arquitecto Marques da Silva se inspirou, para desenhar este bairro num tipo de alojamento social da Alsácia que é designado por "Carré Mulhousien". As semelhanças são evidentes, há somente uma diferença de escala. 
É algo que, até agora, eu nunca tinha lido sobre este tipo de "habitação social", embora pense que o "bloco habitacional" da rua Duque de Saldanha tenha uma pequeníssima influência do "Falanstério" de Guise, claro que só na forma, pois tudo o resto ficou ignorado. 

_________

Niassa é uma província de Moçambique, a maior do país em área e aquela que tem menos população. Está situada no extremo noroeste de Moçambique, é montanhosa e foi muito afectada pela Luta Armada de Libertação Nacional. 
(Arquivo da Toponímia)

Para saber mais sobre o Niassa: http://www.niassatourism.com/


Sobre a História de Niassa:
No período colonial, foi construído um ramal de caminhos de ferro até Vila Cabral, como se chamava nessa altura a capital do então distrito do Niassa e, já nos últimos anos, como forma de apoio à guerra colonial, uma estrada alcatroada com cerca de 40 km. O colonato que se tinha instalado em Nova Madeira (actual ...) era formado por agricultores pobres, que pouco contribuíram para o desenvolvimento da região.

Depois da Independência Nacional, em 1975, foi feito algum esforço para “recolonizar” a província e, na década de 1990, foi inclusivamente firmado um acordo entre os governos de Moçambique e da África do Sul que previa o financiamento para a instalação de farmeiros boers no Niassa, permitindo assim a reforma agrária naquele país. No entanto, a guerra dos 16 anos que muito afectou a província, impediu um real desenvolvimento.

A seguir ao Acordo Geral de Paz, em 1992, houve algumas iniciativas importantes, nomeadamente a concessão do Parque Nacional do Niassa a uma empresa privada, a instalação duma Faculdade de Agronomia da Universidade Católica de Moçambique em Cuamba, a maior cidade da província e, neste momento, a rede viária, apesar de rudimentar, já permite a ligação efectiva entre os vários distritos.

Pode continuar a ler na Wikipédia.


15.4.08

Rua Dr. FERREIRA DA SILVA

16|04|08

Fotografia publicada e localizada no Flickr

O Dr. António Joaquim Ferreira da Silva, nascido em Cucujães (Oliveira de Azeméis) em 1853, bacharel em Filosofia pela Universidade de Coimbra, lente da antiga Academia Politécnica do Porto (1877) foi um distintíssimo cientista, químico de nomeada, escritor de grandes méritos, com extensa bibliografia da sua especialidade.
(Arquivo da Toponímia)


Já teve o nome de "Rua da Academia Politécnica" e terá sido aqui que se situava a antiga Calçada dos Órfãos.


11.4.08

Praceta Professor EGAS MONIZ

13|04|08

Fotografia publicada no Flickr

António Caetano Abreu Freire Egas Moniz, médico neurologista e neurocirurgião (Avanca, Estarreja n.29.11.1874 - Lisboa f. 13.12.1955). Formou-se em Medicina na Universidade de Coimbra em 1898.
Recebeu o Prémio Nobel de Medicina em 1949, partilhado com W. R. Hess.

(Arquivo da Toponímia)

Moniz, António Caetano de Abreu Freire Egas (1874-1955).

Médico por Coimbra desde 1898, Prémio Nobel da Medicina em 1949. A dissertação de 1902, A Vida Sexual, tem cerca de duas dezenas de edições até 1932, apesar de só poder ser vendida por receita médica. Catedrático desde 1902, transita para a Faculdade de Medicina de Lisboa, em 1911, como professor de Neurologia. Começa como militante do partido progressista, sendo deputado por Estarreja em 1900. Alinha em 1905 com a dissidência de José Maria Alpoim. Um dos adesivos ao regime republicano. Deputado desde 1911. Fundador do Partido Centrista, anunciado em 18 de Outubro de 1917. Responsável pela pasta dos negócios estrangeiros, com Sidónio Pais, de 8 de Outubro a 23 de Dezembro de 1918. Ministro dos negócios estrangeiros de Tamagnini Barbosa de 23 de Dezembro de 1918 a 27 de Janeiro de 1919. Ministro dos negócios estrangeiros do governo de José Relvas, em 26 e 27 de Janeiro de 1919. Participa nas primeiras sessões da Conferência de Paz de Versalhes. A partir de 1920 dedica-se inteiramente à investigação científica, inventando a angiografia em 1926 e o processo da leucotomia que lhe dá o Prémio Nobel em 1949. Jubilado em 1935. Assume-se como um dos principais oposicionistas face ao regime salazarista. Chega a ser proposto pelo Partido Republicano e pelo Partido Socialista para candidato à presidência em 1951. Em 1953 prefacia a obra de Norton de Matos, A Nação Una, onde dois anteriores adversários políticos se irmanam na defesa do património ultramarino português. Autor de Um Ano de Politica, Rio de Janeiro, 1920, e de Confidências de um Investigador Científico, Lisboa, 1949.

Projecto CRiPE- Centro de Estudos em Relações Internacionais, Ciência Política e Estratégia. © José Adelino Maltez.

Publicado aqui: http://maltez.info/respublica/portugalpolitico/

Mas também poder consultar a página do Museu Egas Moniz na Câmara Municipal de Estarreja.



10.4.08

Rua D. DOMINGOS PINHO BRANDÃO

aqui só fotografias 01

Fotografia localizada aqui


Quem foi o homem que deu nome a esta rua?

"D. Domingos Pinho Brandão - Arqueólogo, homem de muita e variada cultura, foi nomeado Bispo Auxiliar do Porto, em 1972. Nascido em Arouca, em 1920, faleceu, na cidade do Porto, em 22 de Agosto de 1988."
in "Monografia de Aldoar" Júlio Couto
Esta rua apesar de estar do outro lado da "avenida" também pertence à freguesia de Aldoar.


9.4.08

Rua de NEVOGILDE


1975
(foto publicada no Fotolog)

"Nevogilde, a par de Novegilde e do galego Novegil, é topónimo originário do onomástico germânico. Deriva de nome de homem Leovegildo, que se enontra em documentos do século X e dos seguintes. Uma escritura de 1058 refere-nos uma Uilla Lovegilde, mas só dois séculos mais tarde temos noticía da freguesia de Nevogilde. Nas inquirições ordenadas por D. Afonso III, em 1258, no julgado de Bouças os oficiais régios foram à "Ville que vocatur Lovigilldus", então já freguesia, com sua igreja de que eram padroeiros os mosteiros de Santo Tirso e de Pombeiro, que aí tinham seus casais, assim como os possuíam o rei, a Ordem do Hospital os mosteiros de Tarouca (por doação dos cavaleiros de Esposade) e de Macieira, e outros. "
"Toponímia Portuense" de Eugénio Andrea da Cunha e Freitas

12|04|08

Fotografia publicada e localizada no Flickr



8.4.08

Travessa de CIMA DE PEREIRÓ

11|04|08

Fotografia localizada no Flickr

Sobre "Pereiró":

"Em 1542, a viúva do bacharel Heitor de Cunha trazia de prazo da Mitra do Porto vários casais e outras herdades em Ramalde, entre elas uma leira chamada do Pereiro.Cremos que seja referência a Pereiró, que segnifica como é geralmente sabido, um diminutivo de Pereira ou Pereiro, tal como Grijó (de igreja). Paçó (de paço), Mosteirô (de mosteiro), etc. O Topónimo subsiste só na Rua de Pereiró."
"Toponímia Portuense" de Eugénio Andrea da Cunha e Freitas


Rua Engenheiro EZEQUIEL DE CAMPOS

10|04|08

Fotografia publicada e localizada no Flickr


Ezequiel de Campos - Engenheiro civil, político (Beiriz, Póvoa de Varzim n. 12/12/1874 - f. Leça do Bailio, Matosinhos 26/08/1965). Iniciou a sua vida profissional ao serviço das obras Públicas em S. Tomé estudando o Caminho de Ferro da cidade à Vila da Trindade. Depois de proclamada a República em 1910 foi deputado às constituintes em 1912, lugar que abandonou para em 1914 ser nomeado Director das Obras Públicas da Província de S. Tomé. Em 1916 apareceu-nos nos Serviços de Obras Públicas em Évora, tendo o Governo de 1918 incumbido do estudo para o aproveitamento dos rios Douro, Cávado e Tejo. Amigo e votado aos assuntos de S. Tomé, escreveu em 1921 um valioso trabalho que intitulou - A Revalorização da Ilha de S. Tomé. Desde 1922 a 1939 dirige os S.M.G.E. desta cidade onde desenvolve grande actividade. Em 1923 é nomeado Ministro da Agricultura lugar que ocupou durante 2 escassos meses dada a instabilidade política da época. Em 1925 é nomeado professor do Instituto Superior do Comércio, tendo atingido em 1944 o limite de idade como professor de Ciências Económicas - Sociais da Faculdade de Engenharia do Porto. Fez parte do Concelho Superior das Públicas e foi Procurador da Câmara Cooperativa. Em 1954, apareceu-nos ainda chefiando na Junta das Missões Geográficas de S. Tomé com o objectivo de estudar os aspectos da história natural etno-sociológica e económica de S. Tomé e Príncipe. Aos vindouros se apresenta assim como exemplo magnífico pelo trabalho em favor da Nação.
(Arquivo da Toponímia)


Para saber mais sobre o engenheiro Ezequiel de Campos e a história da energia:

http://www.historia-energia.com/imagens/conteudos/A3ACMeFF.pdf




E encontrei mais um texto interessante onde se fala da sua obra:


Ezequiel à descoberta do Porto


In " O Tripeiro", edição de Janeiro de 2007,crónica de Jorge Villas ( jornalista)

"Com as botas calçadas, como ele afirmou na sessão pública em que apresentou o seu trabalho, Ezequiel de Campos caminhou Porto fora e descobriu que o território municipal não era mais do que "um agregado de aldeias mais ou menos densamente povoadas em torno de S.Nicolau" e que o resto eram zonas rurais, nomeadamente e, Lordelo, em Ramalde, em Paranhos e em Campanhã. Enfim, um "Porto sem destino e sem directrizes" -sem um "verdadeiro programa de cidade". E apontou algumas mazelas, como é o facto de se ter rasgado a Rua de Pinto Bessa, desde a Estação de Campanhã até à Rua do Bonfim, sem "grandeza e metro de cidade", sucedendo o mesmo em relação à Avenida dos Combatentes que começava, "sem perspectiva", em campos longínquos ( antas e Vale de Campanhã) e terminava na Rua de Costa Cabral, em vez de prosseguir a direito até Ramalde, onde se deveria enconrtar com a Avenida do Marechal Gomes da Costa, esta por seu turno prolongada para norte da Boavista.
Se os leitores mais atentos se munirem de um lápis e de uma régua e, sobre um mapa da cidade, traçarem o prolongameento das referidas artérias, depressa darão conta que deste modo o Porto teria ganho uma "via de cintura interna" adeuqada à sua dimensão e exclusivamente ao seu serviço, ao contrário da VCI dos nossos dias que comtempla, sobretudo, os intereces das Estradas de Portugal e é causa de arrelia de milhares de portuenses.
Quando Ezequiel de Campos escreveu "metro de cidade" estava a pensar em avenidas e acessos largos e adeuqdos à dimensão de uma cidade que se queria "traçada ao modo europeu". De Valbom a Gondomar, defendeu ele, "deveria subir-se pela marginal de Campanhã até às Fontaínhas, para atingir principalmente a Rua de Alexandre Herculano, com linda vista sobre o Douro". Se isto não é um traçado idêntico à famosa cota/baixa-cota/alta que tanta celeuma tem dado no seio da vereação de Rui Rio, vamos ali e já voltamos....
Propunha também que a estrada de Penafiel tivesse franco acesso à Avenida Camilo e ao Campo 24 de Agosto, com um traçado idêntico ao túnel rodoviário que foi desenhado no primeiro mandato da Câmara presidida por Fernando Gomes, e que ficou no tinteiro. Só que na altura a nova artéria podia ser construída à superficie; 80 anos depois, nem pensar! Entretanto, Ezequiel de Campos propunha que a estrada deGuimarães chega-se à Trindade; a de Braga e de Viana à Praça de Carlos Alberto; a da Senhora da Hora à Rotunda da Boavista. Pelo sul, a penetração na cidade deveria fazer-se pelo tabuleiro da ponte de Luis I até à Praça de Almeida Garrett. A famigerada Avenida da Ponte aí está a atestar o caminho preconizado por Ezequiel de Campos, que quando a desenhou não estaria certamente à espera de que ela viesse a dar no que deu. Por último - e tal como Cunha Morais - defendeu oprolongamento da Rua de Gonçalo Cristóvão até Lordelo, onde amarraria na nova ponte da Arrábida, que só foi concretizada 30 anos depois, mas sem o acesso que ele antevia.
Uma nota curiosa a termninar este capítulo: Ezequiel de Campos propôs a criação da "super-higway" de Ramalde, que coincide, mais coisa menos coisa, com a actual Avenida da AEP que atravessa a zona industrial. Para o autor, o seu traçado não tinha qualquer problema, na medida em que, tal como todas as outras avenidas por ele advogadas, ela iria "atrvés do Porto desconhecido - campos, pinheirais, pedreiras e dunas - que a maior parte da gente que vive na cidade jamais viu, e que eu, valha a verdade, também não tinha visto nunca, antes de agora percorrer metódicamente a cidade com as botas" para depois a "riscar com um lápis".
Era, efectivamente um Porto feito à medida dos ecologistas e ambientalistas dos nossos dias...

Um homem multifacetado e controverso

Ezequiel de Campos era uma personalidade brilhante, mas controversa. Nasceu na Póvoa de Varzim em 1874 e, em 1899, estava licenciado pela Academia Politécnica do Porto em Engenharia Civil, Industrial e de Minas. Trabalhou em STomé e Principe, fez parte da Constituinte em 1911 -na sequência da implantação da República -, mas manifestou-se contra a nossa participação na Grande Guerra. Depois recusou participar nos governos de Sidónio Pais e de Bernardino Machado e, mais tarde, aproximou-se dos homens que inspiravam a Seara Nova.
Foi, entretanto, ministro da Agricultura num dos governos de José Domingos dos Santos e muito próximo de personalidades como Antunes Guimarães e Quirino de Jesus. Destacou-se, porém. com presidente da comissão executiva dos Serviços Municipalizados de Gás e Electricidade, entre 1922 e 1938, altura em que se tornou um homem controverso ao advogar o abandono da produção de gás e a construção, em Bitetos, de uma barragem hidroeléctrica no rio Douro para o abastecimento de elctricidade ao Porto e ao Norte do país. Em volta deste projecto, que viria a mostra-se inexequível, grassou na cidade violenta polémica, tendo o prestígio de Ezequiel de Campos saído chamuscado, sobretudo por causa das suas relações preferencias com a União Eléctrica Portuguesa ( UEP), de que era um dos acccionistas.
Regressemos, porém, ao seu "Prólogo ao Plano da Cidade do Porto". Depois do "terremoto inicial de El´sio de Melo" que levou à abertura da Avenida dos Aliados, Ezequiel de Campos considerou que, afinal de contas, o "inglês" ( ou seja, Barry Parker) nos havia "calçado uma bota na Praça Nova" pelo que, na tentativa de remediar o caso, considerou que o novo edifício da Câmara do Porto deveria ser construído onde ele está hoje, tendo a seu lado e em seu redor os serviços municipalizados de electricidade e águas.
Outras ideias: o "Centro Universitário" deveria ficar entre a Praça de Carlos Alberto e a Cadeia da Relação; o Hospital de Santo António, transferido para local "mais salubre", aproveitando-se o majestoso edifício para lá instalar os tribunais da cidade. Do mesmo passo, defendeu que a GNR devia abandonar as suas intalações no Carmo, entregando-as à Universidade do Porto e que, se fosse ele a decidir, o Mercado do Anjo deveria ser arrasado, deixando o local livre.

Gaia, Matosinhos, Leça... e logo também Gondomar

Segundo Ezequiel de campos, "a fatalidade das coisas e dos acontecimentos deveria vencer a ignorância e a teimosia dos homens", pelo que, no que toca à "área futura da cidade do Porto", não se ficava pelas meias tintas: " Vila Nova de Gaia, com os seus vinhos do Porto e o seu movimento comercial nos cais fronteiriços aos que vão da Ribeira até à Alfândega, é uma parte da vida económica do Porto; como Matosinhos e Leça da Palmeira, com o porto de Leixões (era) outra parte da cidade". E concluia ele, categóricamente: "Por isso, o plano da Cidade do Porto deve compreender Gaia, Matosinhos e Leça; logo também Gondomar, seguindo-se a práctica universal do plano de expansão urbana, adoptada em tantíssimas cidades de todo o mundo."
No mais e ao resto, no que respeita a grandes infra-estruturas, considerava as seguintes localizações: a estação cebtral de caminho de ferro no Campo Alegre ou em Ramalde; o estádio municipal em Lordelo e o campo de aviação na Senhora da Hora, a não mais do que a 20 minutos do centro da cidade...perto de Leixões. Para ele, a aviação comercial tendia em 1932 a decair, e mesmo em relação ao porto de Leixões considerava que este último não teria grandes condições para "derrotar definitivamente o porto do Douro", a "menos que fechassem a barra com penedos, o que é muito fácil".
Há se ele viesse ao mundo dos nossos dias..."

(fim da transcrição)

Como prometido, aqui está a crónica...deu um trabalhão....
prof. Godin, podia postar o sei mapa da planta utópica do Ezequiel de Campos para o Porto, que está no seu thread "Cartografia do Porto"!

do site da revista, transcrevo a defenição da própria:

«O Tripeiro», propriedade da Associação Comercial do Porto, é uma revista de culto e tradição, coleccionável, com preocupações de natureza literária e que guarda a memória colectiva da nossa comunidade. Cultivando a identidade Portuense, recorda-nos o Porto que fomos, para que o preservemos, mostra-nos o Porto que somos, para que o sintamos, e ajuda-nos a antever o Porto que seremos, para que o possamos prevenir.

E tenta fazer passar uma ideia de Porto a construir - um Porto que extravasa os limites da Circunvalação e é pólo de funções centrais de todo o Noroeste da Península Ibérica.

Entre tudo o mais, cabe-lhe contribuir para a passagem de testemunhos culturais de geração em geração.

A crónica transcrita está presente numa secção intitulada: "Pensar a cidade"
Bem hajam....

Publicado aqui:
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=439231


7.4.08

Memórias do Prazo do Coxo e do antigo Casal do Pombal

Os privilégios da colegiada


O meu amigo e homem de Cultura Nuno Canavez, proprietário da Livraria Académica, uma vez por outra (pena que seja tão de longe a longe) tira-se de cuidados, deixa o balcão do estabelecimento entregue às suas duas zelosas colaboradoras e sobe até aos armazéns para uma operação que ele próprio designa de "escavações".

Consiste esse aturado trabalho em minuciosas buscas que são feitas entre o muito e variado material que jaz adormecido nas estantes daqueles depósitos. O resultado, em regra, traduz-se na descoberta de preciosos folhetos, não menos valiosas fotografias que o tempo amareleceu e, frequentemente, também, de raros e cobiçados pergaminhos sempre tão úteis a quem se debruça sobre a história do Porto.

Um desses documentos, por mim recentemente adquirido ao Nuno, ocupa-se de uma longa contenda que nos começos do século XIX se travou entre os cónegos da Colegiada de Cedofeita e o rico negociante Jerónimo Pereira Leite por causa da urbanização do Casal do Pombal, de que este era proprietário e a Colegiada o senhorio directo.

Vamos pôr de parte os dares e tomares do pleito judicial, que pouco significado têm, passados que foram todos estes anos, para tentar saber o que era aquele Casal do Pombal e, de caminho, desbravar um pouco a história de um Prazo do Coxo que também existia para aqueles lados.

O Casal do Pombal, "situado junto à Torre de Pedro Sem e ao cemitério dos ingleses", ocupava uma enorme área que hoje podemos imaginar como abrangendo as ruas de Adolfo Casais Monteiro, que durante muitos anos se chamou, exactamente, Rua do Pombal; Miguel Bombarda; Breiner; e o próprio Largo da Maternidade de Júlio Dinis, anteriormente chamado Largo dos Ingleses e, também, Campo Pequeno.

Segundo o documento na minha posse, integravam o Casal do Pombal "vários campos, um dos quais está tapado de parede, que se costumam afructar e que produzem milho e centeio e que rendem, uns anos por outros, oitenta alqueires…"

Faz-se referência, no mesmo documento, à existência de um outro campo, " que fica da parte de fora e em frente do cemitério dos ingleses e que se acha há muitos anos aberto, no uso público e oculto e que mesmo pela sua qualidade é impróprio de cultura…"

Estávamos em 1806. A cidade começava a sair da apertada muralha fernandina em que vivera durante séculos e estendia os seus tentáculos ao longo dos terrenos arrabaldinos. Jerónimo Pereira Leite, proprietário do Casal do Pombal deve ter chegado à conclusão, lógica, aliás, de que o tempo de se viver à custa do rendimento dos campos tinha os dias contados e decidiu-se pela urbanização daquela sua propriedade. Ofereceu à Câmara terrenos seus para neles se construírem novas artérias pedindo em troca autorização para construir moradias ao longo dos dois lados das novas artérias. A este projecto, no entanto, opôs- -se a Colegiada de Cedofeita sob a alegação de que sobre as terras a urbanizar tinha o direito de cobrar foros e dízimos do género, um frango por cada chão (talhão) de vinte e cinco palmos. Esta questão arrastou-se por muitos anos nos tribunais mas acabou por vencer o projecto do proprietário porque com a revolução liberal de 1820 foram extintos os dízimos e o principio do domínio directo. Com efeito foi só a partir de 1851 que verdadeiramente se começaram a retalhar e a dividir em talhões para construção de casas as várias quintas e propriedades que havia fora dos muros da cidade.

E agora o Prazo do Coxo. Era vizinho, digamos assim, do Casal do Pombal. Abrangia uma área onde depois foram abertas partes das ruas de Cedofeita, Torrinha, Boa Hora, anteriormente chamada da Boa Morte, por causa da existência por ali perto de uma capela desta invocação; do Rosário e do Breiner. Esta propriedade também era foreira da Colegiada de Cedofeita. No século XVIII pertencia a uma senhora viúva, D. Floriana Flora de Bettencourt de Azevedo. A actual Rua do Breiner, que homenageia o liberal Pedro de Melo Breiner, que morreu nas prisões de D. Miguel, começou a ser aberta nos começos do século XIX, mas, quando se traçou a primeira planta topográfica da cidade, a chamada Planta Redonda de George Balck, ainda não estava toda construída e eram muito poucas as casas construídas. Por essa altura ainda não lhe havia sido dado um nome. A designação actual é de 1839.

Voltemos ao Casal do Pombal. A artéria que tomou o nome desta propriedade e que agora se chama de Adolfo Casais Monteiro, na parte que vai da antiga Ruas dos Quartéis, actual Rua de D. Manuel II, até à esquina da Rua de Miguel Bombarda, em 1839, mais de trinta anos depois de feito o pedido para a urbanização da propriedade, ainda não passava de "uma estreita e tortuosa azinhaga". Com aspecto de artéria e já com casas construídas, de um lado e do outro, estava apenas o troço compreendido entre a Rua de Miguel Bombarda, que antes se chamou Rua do Príncipe, em homenagem ao príncipe regente D. João, futuro rei D. João VI.

Memórias do Prazo do Coxo e do antigo Casal do Pombal

Ao longo dos séculos vários reis concederam à igreja de Cedofeita e ao seu abade muitos privilégios, como, por exemplo, os concedidos por D. Dinis, que permitiam aos cónegos da Colegiada a faculdade de "tirarem o sal que quisessem das salinas que estão em Massarelos". Anteriormente, D. Afonso Henriques, para além de ter doada aos cónegos "as herdades confinantes ou próximas da igreja", concedia-lhes ainda direitos sobre todas as pescarias que se fizessem no Douro, a parte em que o rio corria junto ao domínio da Colegiada. D. Afonso IV, por seu lado, escreveu aos administradores de Gaia dando-lhes instruções para que "não embaraçassem os pescadores de Cedofeita e do logar de Massarelos o pescarem no mar e no rio Douro" porque o faziam por conta do D. Abade de Cedofeita. Quem infringisse estas directrizes ficava sujeito ao pagamento de multas de quinhentos soldos, uma boa quantia para a época.

Artigo de Germano Silva publicado no Jornal de Notícias





Rua de PAREDES

09|04!08

Fotografia publicada e localizada no Flickr


"Paredes é uma cidade portuguesa no Distrito do Porto, região Norte e subregião do Tâmega, com cerca de 12 654 habitantes. [1] É sede de um município com 156,56 km² de área e 85 428 habitantes (2004), subdividido em 24 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Paços de Ferreira, a leste por Lousada e por Penafiel, a sudoeste por Gondomar e a oeste por Valongo. Fica na comunidade urbana do Vale do Sousa. O concelho foi criado em 1836, sucedendo, em grande parte, ao antigo concelho de Aguiar de Sousa. Presentemente o município de Paredes tem quatro cidades: Paredes, Gandra, Rebordosa e Sâo Salvador de Lordelo, sendo o município de Portugal com o maior número de localidades com a categoria honorifica de cidades."


História da Cidade de Paredes

"Paredes integra-se numa das regiões mais prósperas e paisagisticamente interessantes de Portugal:o Vale do Sousa, O actual Concelho de Paredes assenta No antigo concelho de Aguiar de Sousa que data dos primórdios da Monarquia. O concelho de Aguiar de Sousa surgiu num pacto de povoamento de Vale do Sousa tendo sido criado pelos meados do século XII. De facto, consta nas inquirições de 1258 mandadas fazer por D. Afonso III, conforme consta no fascículo II, Vol.I, do Corpus Codicum Latinorum, referem-se algumas das actuais freguesias do Concelho de Paredes, pertencentes, ao então, grande julgado de Aguiar de Sousa (Estremir, Crestelo, Vilela, Bendoma, Ceti, Gondalães, Veiri, Gandera...). Aguiar de Sousa recebeu foral em 1269, confirmado em 1411 por D.João I e reiterado por D. Manuel I em 1513. Sensivelmente na mesma altura, Balta recebia também a categoria de concelho.Baltar foi elevada a categoria de vila, passando assim, a ter enormes direitos, só comparáveis às maiores povoações do reino. D. João V, a 6 de Março de 1723, confirmou esses privilégios.

Extinto em 1837, o concelho de Baltar era constituído por 9 freguesias: Baltar, Cête, Vandoma, Astromil, Gandra, Sobrado, S. Martinho do Campo, Rebordosa e Lordelo. À excepção de Sobrado e S. Martinho de Campo, que actualmente fazem parte de Valongo, todas as outras seriam posteriormente integradas no concelho de Paredes. Foi por volta do séc. XVIII que o pequeno lugar de Paredes, integrado na freguesia de Castelões de Cepeda, foi ganhando importância. Assim, em finais do séc. XVIII, já existiam os Paços do Concelho e o pelourinho. Paredes tinha então o aspecto de uma verdadeira cidade, embora nem sequer tivesse a categoria de vila.

Em 1821 Aguiar de Sousa era extinto como concelho e grande parte das suas freguesias eram anexadas a Paredes. Com a criação do concelho de Paredes, não só se extinguiu o de Aguiar de Sousa, com ainda o de Baltar, Louredo e Sobrosa que emergiram da crise liberal e tiveram duração pouco superior a dois anos. O concelho de Paredes foi criado por Passos Manuel apenas em 6 de Novembro de 1836, como resultado do reordenamento que ocorreu com a entrada da Constituição de 1820. Nesta data passou a conter algumas das freguesias do extinto concelho de Aguiar de Sousa, englobando um total de 23 freguesias. Em 1855, dos vários lugares da freguesia da Sobreira criou-se a freguesia de Recarei.

Com esta configuração, Paredes passou a vila em 7 de Fevereiro de 1844, data do Alvará Régio de D. Maria II que elevava Paredes a essa categoria, com os correspondentes direitos e deveres por "a mesma povoação possuir os necessários elementos para sustentar com dignidade a categoria de vila". A partir de 20 de Junho de 1991, Paredes ascendeu a categoria de cidade Decorria o ano de 1988, e o Presidente da Câmara apresentava na Assembleia Municipal uma proposta no sentido de entregar às entidades competentes o processo de pedido formal de elevação da vila de Paredes à categoria de cidade. O Processo foi moroso mas 3 anos decorridos o sonho de todos os Paredenses foi concretizado."




Rua do FUNCHAL

08|04|08

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3.4.08

Rua Dr. TIAGO DE ALMEIDA


06|04|08

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Quem foi o médico e professor que deu nome a esta rua:

Tiago Augusto de Almeida (1864 — 1936) foi um médico Português e professor da Faculdade de Medicina do Porto.

O Dr. Tiago de Almeida nasceu em Gandra no concelho de Esposende, em 1864 e faleceu em 1936.

Formou-se em medicina na Escola Médico-Cirúrgica do Porto em 1893, foi promovido a lente proprietário (1907), regendo Matéria Médica até 1919, em que foi nomeado proprietário dessa cadeira. Foi também professor de Medicina Interna (1911) leccionando a cadeira de Clínica Médica.

Obras

* O líquido Orquilíco
* A Terapêutica da tuberculose
* Os Clínicos do Porto no Meio Social
* O Aneurisma do coração

Expressões

"Ir ao Tiago" - Na antiga Faculdade de Medicina do Porto (Hoje Instituto de Ciências Bio-médicas Abel Salazar, significava ir a exame oral, o qual era realizado numa sala dominada pelo retrato do Dr. Tiago de
Almeida.

in Wikipédia

Está claro que brevemente eu terei que deixar aqui algo sobre o Hospital de Santo António.

Por agora, só direi, que ainda me lembro que naquela segunda porta sobre a esquerda existiu um balneário, onde as pessoas do meu bairro iam tomar banho no domingo de manhã. Pois, pois, os restantes dias da semana estava encerrado e as pessoas também trabalhavam ao sábado!