31.10.12

A ALFÂNDEGA

391012

Museu das Alfândegas

O edifício foi mandado edificar a 25 de Setembro de 1859, na praia de Miragaia, segundo projecto do arquiteto francês Jean F. G. Colson (o mesmo arquitecto do Observatório Astronómico de Lisboa), tendo o seu primeiro núcleo sido inaugurado em 1869 e terminada a construção dez anos mais tarde.

A sua edificação implicou a construção da enorme plataforma do cais onde assenta a Alfândega e que substituiu a antiga praia de Miragaia. Complementarmente, de forma a facilitar o transporte de mercadorias, a Alfândega e a Estação de Campanhã foram ligadas por um ramal de caminho de ferro (Ramal da Alfândega) em 1888, tendo ainda sido aberta a rua Nova da Alfândega.

Este conjunto de modificações é por muitos considerada como uma das mais profundas alterações urbanísticas e paisagísticas da cidade do Porto no século XIX.

A partir da década de 1990, conheceu intervenção de restauro e requalificação com projeto do arquiteto Eduardo Souto de Moura, passando a abrigar um Centro de Congressos, o Museu de Transportes e Comunicações e a sede da Associação Museu de Transportes e Comunicações (AMTC), instituição privada sem fins lucrativos criada em Fevereiro de 1992, com a missão de preservar o edifício da antiga Alfândega do Porto, assim como todo o património na área dos transportes e comunicações.
in Wikipédia



30.10.12

Igreja de São Pedro de Miragaia

371012

Miragaia e a igreja de S. Pedro de Miragaia vistas de uma janela da Alfândega (nova) do Porto.

A Casa das Sereias e a Bandeirinha

381012

O Palácio das Sereias, ou Casa das Sereias (ou das Mamudas), foi construído em meados do século XVIII com o objectivo de ser residência da família Cunha e Portocarrero, senhores das Torres de Porto Carreros e da Casa de Pombal, no Marco de Canavezes, razão pela qual este edifício é conhecido por Palácio dos Portocarreros. 

É igualmente designado de Palácio da Bandeirinha, devido à proximidade da Bandeira da saúde, que marcava o limite da atracagem de navios em tempo de peste.


29.10.12

Lar Nossa Senhora do Livramento

321012

O lar Nossa Senhora do Livramento foi criado por António Lourenço de Jesus em Janeiro de 1810, na freguesia de Santo Ildefonso, com o nome de Obra de Nossa Senhora do Resgate e do Livramento que acolhia mulheres e crianças.

O actual edifício data de 1921 após uma evolução da instituição passou a recolher somente raparigas que frequentavam o ensino primário em meio fechado.

Após 1974 há uma evolução qualitativa significativa da instituição e da maneira de viver das educandas. As utentes actualmente já frequentam estabelecimentos de ensino no exterior. Paralelamente existe igualmente um jardim-de-infância aberto ao público em geral.

Poder ler mais sobre este lar em Solidariedade.








24.10.12

Jazigo de Elísio de Melo (Cemitério do Prado do Repouso)

291012


Duas coisas sobre Elísio de Melo:

- Nota biográfica:


ELíSIO DE MELO - Nasceu na cidade da Guarda. Faleceu em 1929. Foi vereador da Câmara Municipal na primeira vereação após a implantação da República.  Comerciante. A ele devem-se entre outras: o Mercado do Bolhão, Avenida dos Aliados, a Rua Sá da Bandeira, o Matadouro, etc.






(Imagem em anexo retirada de "O Tripeiro" nº 2 - Junho 1952 - V Série - Ano VIII. Desenho de Manuel Monterroso.)


23.10.12

BIBLIOTECA ALMEIDA GARRETT

271012


Biblioteca municipal integrada no Jardim do Palácio de Cristal.


José Manuel Soares (1953) é o arquitecto responsável pelo projecto deste edifício. 
Nascido no Porto, formou-se em arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto com 15 valores: concluiu a parte escolar do curso em 1977 e obteve a Carta do Curso em 1984.
Foi docente no curso de Arquitectura da Faculdade de Engenharia da Universidade de Angola em regime de cooperação entre os Ministérios da Educação Português e 
de Angola. É docente na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Porto 
desde 1984.
Foi consultor na Sociedade Porto 2001, S.A. entre 1998/2000.



281012



Rua de PINTO BESSA

251012


Outrora existiu nesta artéria da cidade um cinema era o Odéon Cine-Teatro.

Deu o nome a esta larga artéria que liga a estação de Campanhã à igreja do Bonfim:

Francisco Pinto Bessa (Lordelo do Ouro, 6 de Fevereiro de 1821 - Porto, 4 de Maio de 1878) foi um dos sócios fundadores da Sociedade do Palácio de Cristal e vereador da Câmara Municipal do Porto em 1866, tornando-se seu presidente no ano seguinte. Durante o seu mandato foram abertas a Rua Nova da Alfândega, a Rua de Sá da Bandeira, a Rua Mousinho da Silveira, a Rotunda da Boavista, inaugurada a Ponte D. Maria, entre tantos outros empreendimentos. Em 1868 foi eleito membro do Parlamento, cargo que acumulou com a presidência da Câmara, em sucessivas eleições, até ao seu falecimento a 4 de Maio de 1878.

O blogue Porto Antigo fornece-nos mais algumas indicações sobre este cidadão que fez fortuna no Brasil. 


22.10.12

Rua da ESTAÇÃO

241012


Claro, a estação é a de Campanhã.

Rua SANTOS POUSADA

211012



Na parte baixa desta rua, junto ao Campo 24 de Agosto existiram algumas fábricas. Hoje só nos resta o edifício da antiga Fábrica de Moagem Aliança, que anteriormente tinha tido o nome de Invicta e que fora, anteriormente a 1908,  propriedade de António Joaquim de Andrade Villares, fundada em 1874. Este enorme edifício encontra-se hoje transformado num complexo habitacional. 

Anteriormente esta rua teve o nome de S. Jerónimo.

Se está interessado em saber algo mais sobre Santos Pousada, veja aqui.

Arquitectura:
No número 1231 desta artéria situa-se a chamada casa José Braga, cujo projecto de Celestino Castro data de 1949.
O Edifício Bayer fica no nº 441. O autor do seu projecto foi Márcio de Freitas (1958).

20.10.12

CINEMA JÚLIO DENIZ

221012



231012

Fotos do início de 2007. Na altura já só funcionava como "dancetaria". De notar que na fachada não está: "Cinema Júlio Dinis". 


18.10.12

JAZIGO DE SANTOS POUSADA NO CEMITÉRIO DO PRADO DO REPOUSO


191012


António dos Santos Pousada era natural do Porto. Filho de Bernardo Pousada e de Maria Josefa Gomes, onde nasceu em 28 de Outubro de 1854.

Estudou na Escola Politécnica do Porto até 1884, tendo sido um dos estudantes contemplados com um prémio nesse ano que foi entregue em sessão solene realizada a 20 de Outubro de 1884.

Santos Pousada foi nomeado professor da escola industrial em concurso para professores em 1884, aprovado por portaria de 8 de Novembro de 1884 [Joaquim Ferreira Gomes, Estudos para a História da Educação no século XIX, Instituto de Inovação Educacional, Lisboa, 1996, p. 83, nota 3]. Santos Pousada foi colocado na Escola de Desenho Industrial Faria Guimarães, no Bonfim, cidade do Porto, por Despacho de 4 de Dezembro de 1884, tendo a escola sido inaugurada em 12 de Janeiro de 1885, com mobiliário emprestado pelo Instituto Industrial do Porto. Nessa escola matricularam-se 134 alunos para frequentar aulas nocturnas [Joaquim Ferreira Gomes, idem, p. 85]

Exerceu depois funções docentes na Escola Industrial Passos Manuel, em Vila Nova de Gaia. 

Santos Pousada foi consultado sobre as modificações necessárias à adaptação do Palácio dos Cirnes, já que ele tinha sido adquirido pela Junta de Freguesia do Bonfim para aí se instalar, bem como as escolas primárias. Foi convidado António dos Santos Pousada, que depois de um estudo exaustivo redigiu o seu parecer num documento datado de 1888.

Considerado um homem culto e trabalhador, que muito se empenhou na causa da implantação da República, em especial na região do Porto. Em 1904, Santos Pousada pertencia à comissão municipal republicana do Porto. Participou de forma activa nas campanhas contra a Monarquia e na organização do movimento republicano.

Foi ainda um dos propagandistas da mutualidade no norte de Portugal, tendo participado em inúmeras realizações. Foi relator de teses que abordavam a contabilidade e a escrituração das associações de socorros mútuos, no Congresso Regional que se realizou no Porto em 1904. Participou também de forma activa no Congresso Nacional da Mutualidade que se realizou em 1911, na Sociedade de Geografia de Lisboa. Neste congresso foi eleito vogal do Conselho Central da Federação Nacional das Associações de Socorros Mútuos e foi vice-presidente da Comissão Oficial de Reforma do Mutualismo, competindo-lhe a organização dos modelos de escrita que deviam acompanhar o novo modelo de reforma. 

António José dos Santos Pousada destacou-se como jornalista. Colaborou em diversos órgãos da imprensa republicana como Vanguarda, Voz da Beira, Voz da Justiça, Voz de Angola, O Alarme e A Democracia. Era correspondente do jornal República, em Espinho, terra onde vivia e era muito respeitado pela população. Foi ainda o fundador da obra beneficência O Vintém das Escolas.

Pertenceu à Maçonaria, desde 1885, onde desenvolveu intensa actividade, tendo prestado serviços relevantes à organização. Talvez um dos seus mais difíceis trabalhos tenha sido conseguir que a actividade maçónica não se extinguisse no Porto, após o 31 de Janeiro, tendo conseguido, com os poucos elementos que restaram reerguer a organização. Preparou em 1900 uma conferência maçónica nacional, facto que marcou a história da instituição. Tinha como nome simbólico, Championnet, tendo atingido o grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceite. Pertenceu à Loja Aurora do Lima, do Porto, onde foi venerável, mais tarde passou para a Loja Liberdade e Progresso. Em 1901 ascende ao grau 33.

Foi eleito deputado pelo Porto e colaborou em inúmeros jornais. Com a divisão do Partido Republicano após o 5 de Outubro, Santos Pousada filiou-se no Partido Republicano Evolucionista, liderado por António José de Almeida.

Faleceu a 6 de Outubro de 1912.

No dia 10 de Novembro de 1912, realizou-se na Liga das Associações de Socorros Mútuos uma sessão solene de homenagem a Santos Pousada. Presidiu à sessão João Pinto de Azevedo, presidente da direcção da liga, tendo sido escolhido para presidir à sessão José Ernesto Dias da Silva, presidente da Federação Nacional das Associações de Socorros Mútuos. Discursaram durante a sessão Luís de Queirós e Manuel Inácio Alves Pereira.

Publicado no Almanaque Republicano







17.10.12

CEMITÉRIO DO PRADO DO REPOUSO

201012



O mais antigo Cemitério Municipal do Porto e também o único que possui um crematório.

Algumas linhas, recolhidas aqui e ali, na internet, sobre ele:

Nos finais do século XVI, o Bispo Dom Frei Marcos de Lisboa mandou construir uma brévia na Quinta do Prado, outrora no Couto de Campanhã. A quinta foi remodelada em meados do século XVIII, pelo Bispo Dom Tomás de Almeida. Pelo 2º quartel do século XIX, Dom João de Magalhães e Avelar cedeu parte dos seus terrenos para a construção da cerca do Seminário Episcopal. 

A 13 de Dezembro de 1838, o mesmo Prelado doou o que restava da Quinta para a construção do Cemitério Oriental da Cidade, hoje Cemitério do Prado do Repouso.

O Cemitério do Prado do Repouso integra uma das melhores colecções em Arquitectura e Escultura existentes na Cidade do Porto, reunindo obras da autoria de Soares dos Reis e Teixeira Lopes.

O Cemitério do Prado Repouso foi inaugurado a 1 de Setembro de 1839 e a cerimónia de abertura centrou-se na transladação dos restos mortais de Francisco de Almada Mendonça, que tinha sido provedor entre 1794 e 1804, da capela-mor da Igreja da Misericórdia do Porto para o novo cemitério.

A primeira secção privativa a ser instalada no Cemitério do Prado Repouso foi a da Santa Casa da Misericórdia do Porto, junto ao portão Norte. Uma das construções mais importantes desta secção é a Capela Geral com planta centrada, oitavada, e com cúpula rematada por uma cruz. Além desta capela, existem vários jazigos com interesse histórico-artístico como é exemplo o obelisco encimado por um fogaréu em mármore. No entanto são os jazigos dos Mártires da Liberdade e o do Dr. José Plácido Campeam que mais se destacam nesta secção do cemitério.

O Crematório do Porto foi o segundo crematório a ser construído em Portugal, situa-se na zona sul do Cemitério do Prado do Repouso, junto à escarpa para o Rio Douro, donde se desfruta com uma excelente vista para a cidade de Vila Nova de Gaia, para o rio Douro e para a Ponte de S. João. 
O edifício e jardins anexos foram projectados pelo Arquitecto Manuel da Silva Lessa. O revestimento do edifício é de tijolo, com amplo painel de vidro em toda a face da Sala de Despedidas, virado para o lado do Roseiral. No jardim, uma bela escultura moderna do Pintor Armando Alves, evoca, numa forma jacente, a morte e o retorno à terra. Nos jardins do Crematório destaca-se o Roseiral, local onde são inumadas as cinzas, junto a cada roseira.


cemitério do Prado

Planta do Cemitério do Prado do Repouso


Estação de Campanhã

181012


A Estação de Campanhã foi inaugurada em 20 de Maio de 1875, como ponto inicial da Linha do Minho, até Braga.

Em 1902, um tabuleiro metálico foi instalado na Rua da Noeda, com o propósito de expandir as instalações desta estação.

Apesar da sua elevada importância como interface ferroviária principal do Porto, situava-se demasiado longe do centro da cidade, situação que prejudicava o transporte de passageiros e mercadorias; ainda assim, em 1893, passavam, pela Estação, cerca de 750 mil viajantes, e foram movimentadas cerca de 600 mil toneladas de carga. Por esse motivo, decidiu-se construir a Estação de São Bento, no centro da cidade, que entrou ao serviço em 7 de Novembro de 1896.

A Estação incluía, originalmente, infra-estruturas de apoio ao material circulante; no entanto, estas facilidades tornaram-se insuficientes para as necessidades, pelo que, em 1903, foi aprovado o projecto para uma estação em Contumil, para auxiliar Campanhã na prestação de apoio técnico, e servir de entroncamento entre as Linhas do Minho e Circunvalação do Porto.

Em 1932, foi montado um sistema de sinalização eléctrica nesta estação, e, no ano seguinte, foram efectuados melhoramentos na toma de água e foi aprovada a construção de muros de suporte, uma ligação entre plataformas, e duas placas baixas para o descarregamento de mercadorias, além da instalação de sinalização no lado Norte da estação; em 1934, é aprovada a instalação de um telefone e de uma campainha de chamada em cada plataforma da estação.

Em 1971, esta interface passou a deter um serviço directo de ligação com a cidade espanhola de Corunha, cujo percurso, no ano seguinte, foi reduzido para Vigo.




16.10.12

Travessa de MIRAFLOR

161012


A denominação certa é Miraflores. Assim consta de uma velha escritura de troca, datada de 1341, pela qual o Cabido do Porto, adquiriu esta quinta ao abade de Campanhã, Pedro Lourenço, a troco da vizinha da Barraguina...>

"Toponímia Portuense" de Eugénio de Andrea da Cunha e Freitas





Praça CARLOS ALBERTO - outubro 2012


151012


O prédio está podre mas o outro dia a passar por lá reparei que havia uma reformulação da loja da Casa dos Óculos. Foi aqui nesta loja que, há muitos anos eu comprei os meus primeiros óculos.

Quase de certeza que o reclamo luminoso vai desaparecer - já ninguém faz estas coisas em néon. Aqui fica o registo!



14.10.12

Rua RODOLFO DE ARAÚJO

101012


Já teve o nome de Viela da Barbosa e também de Travessa de Fernandes Tomás.

O seu nome actual deve-se a:

Rodolfo de Araújo (1859-1931) nasceu no Porto em 1859, de uma família modesta, e aprendeu na sua mocidade a arte de cinzelador de prata. 
Alistou-se por mão do ilustre Guilherme Gomes Fernandes, nos Bombeiros Voluntários do Porto, em 1880, e aí prestou relevantíssimos serviços que lhe mereceram a Medalha de Ouro da corporação e o grau de Cavaleiro da Torre e Espada com que o Rei D. Luís I o agraciou; foi comandante dos Bombeiros Municipais, de 1905 a 1913, e em 1924, com outros companheiros, como dissemos, fundou os Voluntários Portuenses. O seu nome foi dado ao quartel que fundou, e à artéria deu a C.M.P. por ocasião do centenário do seu nascimento, a denominação da Rua Rodolfo de Araújo. 
(Arquivo da Toponímia) 


12.10.12

Espaldão Militar


ervilha 01

Após uma tentativa infrutífera ali nos malfadados baldios para os lados da futura avenida D. Pedro IV, para além da escola Francisco Torrinha, cheguei a casa, abri os livros – entre os quais o “Cavaleiro Azul” - desdobrei os mapas, consultei a internet e preparei uma nova expedição e tentativa para encontrar o “forte da Ervilha”.

Aproximei-me calmamente por entre moradias para venda que ainda cheiravam a reboco fresco. Interroguei um cidadão que passeando o cão me respondeu, admirado pela minha ousadia, que não era dali, que não conhecia.

Não sendo um geek e recusando (recusava na altura) o uso do GPS, meti-me a caminho no meio de um inóspito pinhal com um trilho sinuoso e com acentuado declive.

Nesse dia tive sorte! No pinhal havia mais gente do que ao domingo em qualquer rua do portuense bairro de Hollywood. Um adolescente que devia estrear a sua nova trial mas que não me via e não me ouvia por causa de um capacete que não o isolava do basqueiro da máquina. Mais longe, uma senhora que carregava um saco (que há uns anos teria sido de serapilheira) e que procurava algo no chão.

Ervilha 02

Foi a minha salvação! Ao fim de algumas tentativas para entrar em diálogo com ela, depois de ela me ter contado três quartos das maleitas que a aborreciam e dos males do cônjuge, lá me contou que apanhava pinhas para uma senhora que lhas comprava aos sacos para acender a lareira familiar. Enquanto ela falava o sol ia aproximando-se do mar e a minha companheira de expedição tentava esconder os bocejos.
A senhora acabou por confessar que não sabia, nunca tinha ouvido falar. A não ser que fossem as pedras que estavam ali em cima, no meio do lixo, junto a um buraco. Mas que ela nunca ia para ali pois não havia pinhas.

Os mapas que eu tinha consultado não datavam da Patuleia nem da Maria Cachucha mas também não tinham os novos arruamentos, fiei-me nas indicações da autóctone. Nem afirmavam que se situava em Nevogilde ou em Aldoar, da Foz não era de certeza!

Tirei umas fotos. Foi o que consegui nesse dia. Penso que é isto o que resta do Espaldão da Ervilha, do que já foi uma das defesas da cidade.



Ervilha 03


Para saber mais sobre este assunto, mais uma vez remeto para a Wikipédia...

Ervilha 04


11.10.12

Rua DR. ANTÓNIO FERREIRA BRAGA


091012


A esta via foi deliberado dar este nome só em Abril de 2001! O município da cidade esperou 130 anos para, de certa maneira, homenagear o professor!


Algumas linhas sobre a personagem:

António Ferreira Braga - Professor Universitário, (1802-1870) foi professor de Patologias Externas na Escola Médico-Cirúrgica do Porto. Foi um dos "beneméritos" que investiu na Sociedade que a partir de 1861 lançou o Palácio de Cristal. Faleceu na pobreza pois não obteve nenhum fruto do investimento que tinha feito na dita sociedade. 





10.10.12

O Porto e os cinemas


coliseu II



O texto que se segue foi-me enviado em 2008 por uma pessoa amiga e tinha sido publicado pelo quotidiano "Público". Infelizmente o "link" apresentado já não funciona. Lamento igualmente que não esteja indicado o seu autor.



São 21 as casas que nos últimos 30 anos deixaram de exibir cinema diariamente; de fora deixamos as que assumiram novas funcionalidades: Coliseu, Rivoli, S. João e Carlos Alberto


37|06|08
Fotografia original de Óscar Coelho da Silva (1968)

Águia d'Ouro

Localização - Praça da Batalha
Propriedade - Endutex (edifício classificado pela cãmara em 1996)
Inauguração - 1899; reabriu como cinema em 1928, embora projectasse fitas desde 1907 
Encerramento - 1989
Situação actual - abandonado e em avançado estado de degradação: foi já anunciada a transformação em hotel 


relevo batalha


Batalha
Localização - Praça da Batalha
Propriedade - Empresa Neves & Pascaud, concessionado à Associação Gabinete Comércio Vivo até 2010 (edifício classificado pela câmara em 1996)Inauguração - 1947 (o seu antepassado, o Cinema High-Life, fora inaugurado no mesmo lugar em 1908)
Encerramento - 2000
Situação actual - reabriu em 2006 como sala de concertos e outros espectáculos, também com as valências de bar e restaurante


Sala Bebé


Sala Bebé
Localização - Praça da Batalha
Propriedade - Empresa Neves & Pascaud, concessionado à Associação Gabinete Comércio Vivo
Inauguração - 1976
Encerramento - 2000
Situação actual - reabriu em 2006 e tem actividade irregular como cinema



Casa das Artes
Localização - Rua de Ruben A
Propriedade - Ministério da Cultura
Inauguração - 1991
Encerramento - 1999
Situação actual - em obras; foi anunciada como futura sede da Cinemateca do Porto



Central Shopping (5 salas)
Localização - Rua de Santos Pousada
Propriedade - Soares da Costa
Inauguração - 1996Encerramento - 2004
Situação actual - desmontado; está a ser transformado em escritórios



Charlot
Localização - Shopping Brasília (Praça de Mouzinho de Albuquerque)
Propriedade - Imobiliária Progressiva da Boavista
Inauguração - 1977
Encerramento - 2001
Situação actual - fechado; mantém plateia e cabina de projecção



Estúdio

Localização - Rua de Costa Cabral
Propriedade - Centro de Caridade de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
Inauguração - 1967
Encerramento - anos 90
Situação actual - mantém plateia e equipamento de projecção; acolhe eventos organizados pela instituição proprietária


Estúdio 400
Localização - Rua de Sá de Albergaria (à Foz)
Propriedade - Centro Paroquial de S. Miguel de Nevogilde
Inauguração - 1976
Encerramento - anos 90
Situação actual - acolhe espectáculos e iniciativas do centro paroquial mas também de entidades exteriores


070512

Estúdio Foco

Localização - Rua de Afonso Lopes Vieira
Propriedade - Hotéis Tivoli
Inauguração - 1973
Encerramento - 1997
Situação actual - fechado e em estado de abandono, mas mantém plateia


231012

Júlio Dinis

Localização - Rua de Costa Cabral
Propriedade - Rocha Brito e Vigoço
Inauguração - 1943 (remodelado em 1971)
Encerramento - 2001
Situação actual - plateia foi desmontada, mas mantém equipamento de projecção; funciona como danceteria e salão de festas



Lumière (A e L)

Localização - Rua de José Falcão/Rua das Oliveiras
Propriedade - Companhia Portuguesa de Computadores
Inauguração - 1978
Encerramento - 1997
Situação actual - transformado em parque de estacionamento

Nun'Álvares

Localização - Rua de Guerra Junqueiro

Propriedade - Ciura

Inauguração - 1949 (transformado em sala-estúdio em 1984)
Encerramento - 2005
Situação actual - mantém a sala equipada e em bom estado; aluga-se

Olímpia

Localização - Rua de Passos Manuel
Propriedade - Sociedade Nortenha de Gestão de Bingos
Inauguração - 1912
Encerramento - 1989
Situação actual - funciona como bingo


cinema passos manuel

Passos Manuel

Localização - Rua de Passos Manuel
Propriedade - Associação dos Amigos do Coliseu do Porto
Inauguração - 1971 (o seu antecessor, Salão Jardim Passos Manuel, funcionou como cinema entre 1908 e 1937); interrompeu a exibição regular em 1997 e, depois, em 2003; retomou a actividade em 2004, mas a regularidade foi interrompida logo no ano seguinte
Situação actual - exibe cinema esporadicamente, em alternância com outros espectáculos


Pedro Cem

Localização - Centro Comercial Pedro Cem (Rua de Júlio Dinis)
Propriedade - Zon Multimédia
Inauguração - Anos 80
Encerramento - 1997
Situação actual - fechado e à venda

Raione

Localização - Centro Comercial Raione (Rua António Borges)
Propriedade - Augusto Couto Ferreira
Inauguração - 1982
Encerramento - 1984
Situação actual - é a discoteca 


Nº 1 Sá da Bandeira
Localização - Rua Sá da Bandeira
Propriedade - Rocha Brito e Vigoço
Inauguração - 1877 (como Teatro do Príncipe Real; em 1896 acolheu as primeiras sessões de cinema no Porto e de cinema português; a designação de Teatro Sá da Bandeira surge em 1910)
Encerramento - anos 90
Situação actual - acolhe espectáculos diversos, mas mantém equipamento de projecção

Stop (2 salas)

Localização - Centro Comercial Stop (Rua do Heroísmo)
Propriedade - Zon Multimédia
Inauguração - primeira metade dos anos 80 

Encerramento - 1995

Situação actual - mantém plateia e equipamento; tem servido como armazém e está à venda


Terço
Localização - Rua de João Pedro Ribeiro
Propriedade - Instituto Profissional do Terço
Inauguração - 1934
Encerramento - 2003
Situação actual - a sala foi desmontada e o equipamento cedido; prevê-se a transformação em pavilhão desportivo


Cinema  trindade 2

Trindade (2 salas)
Localização - Rua de Ricardo Jorge
Propriedade - Empresa do Cinema Trindade
Inauguração - 1913 (renovado e reaberto em 1957; em 1992 foi transformado em duas salas-estúdio e numa sala de bingo)
Encerramento - 2000
Situação actual - continua a funcionar como bingo; as duas salas-estúdio mantêm-se equipadas


Vale Formoso
Localização - Rua de S. Dinis
Propriedade - Igreja Universal do Reino de Deus
Inauguração - 1949
Encerramento - anos 80
Situação actual - é um templo da IURD


Há três imagens que são exemplares da diversidade da situação actual das duas dezenas de salas que, apesar de continuarem a existir, têm em comum já não morarem no cartaz cinematográfico do Porto-cidade. De um lado, a fachada em ruína, mas sempre imponente no seu desenho e na sua história, do Cine Águia d'Ouro; ali perto, outra velha casa, o
Olímpia, acolhe um bingo dentro das suas paredes e portas com cores cada vez mais desbotadas; fora da Baixa, o Nun'Álvares mantém as suas vitrinas impecavelmente limpas, só que esvaziadas dos cartazes que durante anos atraíram a atenção de espectadores e cinéfilos.

Do Águia d'Ouro, soube-se recentemente que vai ser transformado em hotel low-cost. O Olímpia, como bingo, vê-se que também já viveu melhores dias. O Nun'Álvares é que teima ainda em manter um visual com alguma dignidade, à espera de que alguém volte a ligar-lhe as luzes da ribalta.
"Eu ainda tenho alguma esperança de que alguém queira pegar no cinema. Mas, até agora, não apareceu ninguém", diz o proprietário da casa, António Oliveira, consciente, no entanto, de que as probabilidades são mínimas. "Ir ao cinema já não é um hábito vulgar como antigamente", lamenta o dono do Nun'Álvares, que mantém a sala totalmente equipada,e diz que não irá mexer-lhe, "pelo menos até final deste Verão".

Há mais alguns (poucos) cinemas que, apesar de mostrarem a cara menos bem cuidada do que o Nun'Álvares, também parecem ainda esperar que as luzes dos projectores voltem a iluminar os seus ecrãs de ilusões. Ana Pereira, jovem fotógrafa que recentemente dedicou uma exposição aos velhos cinemas do Porto - esteve patente no Silo do NorteShopping, com o título A tela de uma história que não se acende -, reteve precisamente essa impressão na visita que lhes fez. "A maioria das salas onde entrei estava impecável. A pessoa que nos abria a porta acendia as luzes, e parecia que a sessão ia começar dentro de cinco minutos." Mas não começava.


O Charlot (no Brasília), o Pedro Cem e os Stop (nos centros comerciais com o mesmo nome), o Foco e o Trindade (agora com duas salas-estúdio + bingo) são os sítios onde, mais por dentro do que por fora, se fica com essa sensação de que "a exibição poderá ser retomada dentro de momentos". Mas não é essa a convicção de Margarida Neves Araújo, proprietária da Empresa Cinema Trindade (que, na segunda metade do século XX, possuía um pequeno "império" de exibição na cidade, que incluía também o Batalha, o Carlos Alberto e o Olímpia). "Os cinemas no centro do Porto não têm qualquer viabilidade. Agora está tudo nas mãos da distribuição, e eles só querem os grandes centros comerciaisdos arredores", diz a descendente da família Neves Real, a quem se deve a construção do Carlos Alberto e do High-Life (actual Batalha).


E é o Cinema Batalha que retém mais recordações para as sucessivas gerações que no século XX se habituaram a ver no cinema algo indispensável aos seus tempos de lazer (e não só). Para além do valor arquitectónico do edifício, um expoente do modernismo dos anos 40, do arquitecto Artur Andrade, ele é também a memória do primeiro recinto instalado na cidade (na Cordoaria, em 1906) para exibição cinematográfica, o High-Life, que dois anos depois seria construído na Praça da Batalha. Actualmente gerido pelo Gabinete Comércio Vivo, depois de demoradas obras de restauro, a sala principal do Batalha deixou de exibir cinema, e só na sua Sala Bebé é que, esporadicamente,passam filmes.
"Agora é difícil voltar atrás" Laura Rodrigues, responsável da Comércio Vivo (e, curiosamente, filhade Artur Andrade), também não acredita no regresso do cinema à Baixa. E lamenta a perda: "Sempre achei que o cinema fazia chegar até nós o que de melhor se fazia no mundo." A representante dos comerciantes do Porto acusa os poderes públicos de terem "dado a machadada final" na animação do centro histórico com a liberalização dos centros comerciais. 

"Agora é difícil voltar atrás, e a recuperação vai demorar décadas", daí que Laura Rodrigues não veja maneira de o Batalha voltar a passar cinema - aliás, a sala principal já nem sequer possui equipamento de projecção.


É isso que acontece com outras salas, históricas ou mais recentes: o Sá da Bandeira já só passa cinema, e pornográfico, no seu Estúdio 111 - é presentemente a única sala com exibição regular na Baixa! 
O Passos Manuel foi o que tentou remar contra a maré até mais tarde, mas sucumbiu ao desinteresse do público em relação às suas propostas de programação independente.

O Júlio Dinis virou danceteria e salão de festas, e actualmente está em obras, anunciando, nas suas portas, a transferência dos bailes para o Sá da Bandeira. 


O Vale Formoso anuncia na velha fachada "Jesus Cristo é o Senhor" - podia ser o título de uma velha produção bíblica de Hollywood, mas é apenas o lema da Igreja Universal do Reino de Deus, que transformou o cinema em templo no
início da década de 1990.

Finalmente, o Terço, o Lumière (que, principalmente na década de 80, se tornou no "templo" para a estreia de cinema português) e o Central apressaram-se a esconder o rasto das fitas que por eles passaram. A sala do Terço está a ser desmontada; o Lumière virou parque de estacionamento e as cinco plateias do Central Shopping estão a sertransformadas em escritórios.


Dirão os empresários e distribuidores: o Grande Porto tem actualmente mais salas, mais confortáveis e com melhores condições de exibição do que alguma vez teve, referindo-se às mais de 60 plateias dos multiplexes que envolvem a cidade.


Não é o mesmo cinema que fez a festa da Baixa de Novecentos. Mesmo que, como diz Ana Pereira, todos nós sejamos um pouco culpados pelo encerramento dos cinemas do centro, "porque deixámos de os frequentar e optámos pelo conforto dos multiplexes".


14
salas estão actualmente em funcionamento dentro da cidade, mas 12 delas são em centros comerciais (8 Dolce Vita + 4 Cidade do Porto) - as outras duas são o Estúdio 111 (Sá da Bandeira) e o Cine-Estúdio Campo Alegre

21
cinemas estavam activos no Porto em 1978 (todos em salas individuais, à excepção dos dois Lumière, que com o Charlot eram os únicos em centros comerciais)

55
salas nos cinco centros comerciais do Grande Porto: ArrabidaShopping (20), GaiaShopping (9), NorteShopping (9), MaiaShopping (5) e Parque Nascente (12)
artigo publicado aqui


9.10.12

Rua JOÃO DOS SANTOS FERREIRA


081012


Rua perdida lá para os confins de Ramalde que dá mesmo com o seu fim na VCI. Descoberta quando andava à procura de um supermercado para as compras semanais.

Breve nota sobre o homem que deu o seu nome a esta artéria:

João dos Santos Ferreira (n. 29/1/1899 e f. 3/9/1977) - Industrial e proprietário da Empresa Industrial do Ouro, figura muito conhecida no Norte. 
Foi Vereador da Câmara Municipal do Porto, na década de 60. 
Fundou a delegação do Norte da Liga Portuguesa contra o Cancro, do qual foi presidente, ficando ainda a dever-se a construção do Hospital de Oncologia do Porto e a doação dos terrenos. 

In Jornal de Notícias - Arquivo da Toponímia 


8.10.12

Rua de CEDOFEITA - 478

071012



Este prédio teve durante bastantes anos uma barbearia no seu rés-do-chão uma barbearia. Durante alguns anos na década de sessenta, a barbearia Costa foi o lugar onde cortava o meu cabelo.



061012



"no Porto, cidade que amo tanto como a minha natal Lisboa pois que nela passei... dos anos mais livres e também dos mais duros da minha vida"
Prefácio de "Poesia I - 2ª edição
Jorge de Sena


Neste prédio viveu Jorge de Sena quando estudava na Faculdade de Engenharia, na altura na rua dos Bragas. Este prédio situa-se praticamente a meio-caminho entre esta faculdade e a de Farmácia, na altura na rua Aníbal Cunha, frequentada pela sua futura esposa Mécia Lopes.  

ANTIGO QUARTEL DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS PORTUENSES

041012


Há muitos anos votado ao esquecimento - Rua Fernandes Tomás

Um pouco sobre a origem da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Portuenses:

No inicio da década de 20 viveram-se momentos de conflito, motivados por uma conjuntura político-social originada pelas diferenças ideológicas entre os adeptos da monarquia e os que aderiram à República, implantada em 5/10/1910.
Isto levou a que a sociedade civil fosse também atingida por estas convulsões.
Esta dualidade de opiniões era sentida no seio dos B.V. do Porto, já que entre os seus elementos existiam adeptos das duas ideologias, que, não raras vezes travaram questiúnculas entre si. Além desta oposição política, a corporação vivia na instabilidade pois uns apoiavam a Direcção, na pessoa do seu presidente, José Machado Pinto Saraiva, contestado por outros, dominados pelos irmãos Saldanha, estes dotados de forte personalidade, e que tentavam impor a sua vontade aos demais.
Tais divergências levaram a que se formassem dois grupos distintos, no seio da corporação: 
Os SAIAS, liderados por Joaquim Vieira e Arnaldo Leite.
Os SALDANHAS, liderados por Abílio e Álvaro Saldanha.
Nos primeiros meses de 1924 realizaram-se as eleições para a Direcção, o que agudizou ainda mais as relações entre as facções rivais, a tal ponto que durante o acto eleitoral, bastante tumultuado, a urna foi quebrada e os votos espalhados pelo chão. Tais factos levaram o grupo dos SAIAS a decidir-se pela cisão.
Poucos dias depois a Comissão Organizadora aluga um edifício na Rua do Bolhão, escolhendo o 9 de Abril - dia do aniversário da Batalha de La Lys - para fundarem a Associação Humanitária Dos Bombeiros Voluntários Portuenses.
Assim, nessa data, as ruas do Porto animaram-se duplamente, pois além de se comemorar o dia do Soldado Desconhecido, novos Soldados - os da PAZ - formavam mais um corpo de homens prontos a dar a sua vida pela cidade e pelos seus semelhantes.
Para primeiro Comandante do Corpo de Bombeiros foi convidado o Capitão de Artilharia Bernardo Gabriel Cardoso Júnior, que aceitou a nomeação.
O baptismo de fogo da Corporação dá-se pouco depois da formação,(a 16 de Julho de 1924) na Estamparia do Bolhão, muito perto do quartel. O sinistro, na altura considerado um dos maiores do país, destruiu completamente a enorme estamparia e três prédios contíguos.
A devotada acção dos Portuenses, ao lado dos outros Corpos de Bombeiros da cidade, evitou que este tomasse maiores proporções.
Em 1925 a primeira escola de bombeiros efectua o seu exame final. Também nesse ano é inaugurada oficialmente a primeira viatura de combate a incêndios, o P.S.P.-1, e que ainda hoje se encontra operacional.
As acções desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros, levaram, desde muito cedo, o Governo da Nação a reconhecer os seus méritos. Desta forma, em 1926 uma Portaria Governamental louva os "Portuenses", sendo considerados, logo em 1927, uma Instituição de Utilidade Pública.
Possivelmente para estas distinções concorreu o comportamento heróico dos haveres e quando a actuação dos Portuenses, no combate ao incêndio dos Correios da Praça da Batalha.>

Texto encontrado na internet sem referência ao texto original.


2.10.12

Um dia passará (talvez) por aqui uma avenida!

031012

Que ela se chame D. Pedro IV ou que conserve o D. Pedro e lhe acrescente o Álvares Pereira, ainda não sei. 

O que sei é que, se a coisa já está decidida, já era tempo de sabermos onde vai acabar! Será que atravessará o Parque da Cidade ou simplesmente terminará ali, sem saída, na Avenida da Boavista?  

Sobre o mesmo assunto pode ver a actualização

Escola DR. AUGUSTO CÉSAR PIRES DE LIMA

021012

"Não há nenhuma cidade, assim, que subitamente se não torne secreta"
Eugénio de Andrade


Mas quem foi o Dr. Augusto César Pires de Lima?
A resposta foi encontrada na página do Património Cultural Imaterial:


Augusto César PIRES DE LIMA (S. Tiago de Areias, 29/08/1888 - Caldas da Saúde, 21/02/1959)


"Em 1905 formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, exercendo atividades no âmbito da advocacia e na docência no Liceu de Vila Real (1906 a 1914), Liceu Central do Porto (1915), Liceu Freitas Branco, Escola Comercial Oliveira Martins, Escola Comercial de Mouzinho da Silveira e na Escola do Infante D. Henrique, presidindo à direção desta última. Foi ainda Professor de Literatura Portuguesa no Centro de Estudos Humanísticos do Porto. Foi autor de vários livros de leitura para o ensino primário, secundário e 
técnico, que publicou em parceria com a Renascença Portuguesa, com especial interesse as edições escolares das obras de escritores portugueses.
Destacou-se no campo da Etnografia Portuguesa na primeira metade do século XX, dedicando parte fundamental da sua obra ao estudo da cultura tradicional do Douro Litoral e Minho. Integrou, em 1938, a Junta de Província do Douro Litoral, onde se manteve por quase vinte anos, no âmbito da qual viria a presidir a Comissão de Etnografia e História. Assumiu a direção da revista desta instituição, o Boletim Douro Litoral, no qual publicou parte fundamental da sua obra. A sua atividade etnográfica revelou ser das mais significativas entre as Juntas Provinciais e Distritais do nosso país, que surgiam neste período, confirmando a crescente expressão regionalista da Etnografia do século XX.
Foi responsável pela criação do Museu de Etnografia e História do Douro Litoral, de que assumiu as funções de direção, sucedendo-lhe, após a sua morte, o seu sobrinho Fernando Castro Pires de Lima.
A sua produção bibliográfica reuniu cerca de uma centena de opúsculos sobre Etnografia, Filologia e História e aproximadamente três centenas de artigos sobre temas agrícolas e outros de âmbito regionalista. O essencial desta obra que, se distribuiu entre as diferentes publicações científicas que colaborou, foi compilado em seis volumes dos seus Estudos Etnográficos, Folclóricos e Históricos, publicados entre 1947 a 1951, com o apoio da Junta de Província do Douro Litoral. Esta publicação sublinha a importância de que os seus trabalhos se revestem para a Etnografia Portuguesa, compreendendo tradições e expressões orais, arte popular, jogos e brinquedos infantis, técnicas e sistemas agrícolas, a habitação, medicina popular, entre outras temáticas que privilegiou.
Os seus primeiros trabalhos no domínio etnográfico privilegiaram os estudos sobre os Jogos e Canções infantis (1918), as Lendas (1919), e Adivinhas (1943). Procedeu ao estudo do Cancioneiro Popular de Vila Real (1924-1928), com materiais recolhidos por Luís Esteves Aguiar, alusivo a uma compilação de mil e duzentas quadras. Entre 1914 a 1921, dedicou às Tradições Populares de S. Tirso uma importante série de ensaios, publicados na revista Lusitana, numa análise comparada da sua investigação, alusivos à literatura 
tradicional, nas suas variadas formas de narrativas orais, e aos costumes e tradições populares, em especial a temática da medicina popular."