31.10.06

Rua ANÍBAL CUNHA

Já se chamou rua da Carvalhosa. outubro 2006

Nesta rua existem:

DISTRIBUIDORA DE FILMES: "Cinema Novo"

IGREJA: Paroquial de Cedofeita

Faculdade de Farmácia (A Faculdade de Farmácia foi criada em 1911) - actualização em 2014: A actual faculdade de Farmácia já não se situa nesta artéria mas sim na rua Jorge Viterbo Ferreira.


Breve nota sobre Aníbal Cunha:

ANÍBAL AUGUSTO CARDOSO FERNANDES LEITE DA CUNHA, nasceu no Porto em 1868. Como sargento, tomou parte na revolta de 31 de Janeiro. Exilou-se para Espanha e para o Brasil, amnistiado, regressou em Julho de 1894; habilitou-se com o Curso Superior de Farmácia, a cujo corpo docente veio depois a pertencer, contribuíndo sempre para o engrandecimento desta profissão, designadamente na transformação das Escolas de Farmácia em Faculdades, e na, construção do edificio actual nesta cidade. Foi desta Faculdade muitos anos professor, director, e ainda internamente, vice-reitor da Universidade. Morreu em São Mamede, em 1931, no posto de tenente-coronel farmacêutico, deixando impressos alguns trabalhos sob química e farmácia.

30.10.06

Rua da PONTE NOVA

foto de Francisco Oliveira

A Rua da Ponte Nova rasgava-se desde a zona central da Rua da Bainharia (sensivelmente a meio do seu percurso), passando o Rio da Vila (na ponte que lhe dava o nome) e subindo pelo morro fronteiro á Sé, a caminho da Porta do Olival. A Rua da Ponte Nova seria grandemente prejudicada com a abertura da Rua Mouzinho da Silveira, que com os seus 19 metros de largura veio retirar coesão e unidade a esta artéria. Regista Sousa Reis que "Para communicar a rua do Bainharia, com a das Flores edificou se huma ponte de pedra, para atravessar o rio da Villa, d'ahi que vem o nome a esta rua."

Na realidade, o nome desta rua teve origem na existência dessa Ponte, que assegurava a comunicação entre a Rua da Banharia (e portanto o velho burgo episcopal) e o lado oposto do Rio da Vila (com a Rua de Stª. Catarina das Flores e, prosseguindo no mesmo eixo da Rua da Ponte Nova, com a Rua de Ferraz,para se alcançar a Rua da Vitória). No entanto, é possível que antes dessa ponte (que significativamente chamam de novo), existisse uma outra, talvez em madeira, bem mais antiga, que definiu esse eixo de circulação. Efectivamente, a Ponte Nova, a de pedra, foi apenas construída nos inícios da segunda metade do Século XVI, em 1556-58. Ora, antes dessa data já existia aí uma ponte, que poderíamos designar de velha, e que servia, embora deficientemente, as necessidades de circulação. E a rua onde essa ponte se localizava era conhecida como a travessa da Fonte dos Ferreiros. Sublinhemos, primeiro, que a Rua da Bainharia era, inicialmente, designada por Rua de Fferrays ou seja, das ferrarias, aspecto que ajuda a enquadrar melhor essa designação toponímica. A Fonte dos Ferreiros não pode deixar de estar ligada a essa actividade que se desenrolava na vizinha Rua de Fferrays. Ora, um documento de 1532 revela que a Rua de Stª. Catarina das Flores foi aberta em parte através do Campo dos Ferreiros. E, em 1551, uma carta régia refere que "em essa cidade está uma travessa que se chama a Fonte dos Ferreiros, por onde há pouco serventia por ser muito estreita e fragosa,sendo muito necessária para serventia de duas ruas principais da cidade, a saber: a rua das Flores e a rua da Bainharia, e para muito parte da cidade, e que seria grande enobrecimento dela abrir-se na dita travessa rua pública".

Essa viela estreita, que servia mal os propósitos dos portuenses que se queriam deslocar para as bandas do Olival, seria a actual Rua da Ponte Nova, que teria sido alargada a partir dos meados do séc. XVI. No entanto, importa sublinhar que, se a queixa de 1551 diz que tinha pouca serventia por ser estreita e fragosa, e que era muito necessária para as Ruas das Flores e da Bainharia, isso é um sintoma claro de que já ali existia uma passagem, possivelmente uma ponte de madeira, também ela estreita. Não se compreenderia o lamento de1551 se não existisse já uma comunicação entre ambas as margens do Rio da Vila.

Como a designação de Rua da Ponte Nova ocorre já em 1564 é de supôr que essa ponte de pedra tenha sido erguida entre 1551 e 1564. E, efectivamente,podemos com segurança precisar que a construção dessa Ponte deve ter tido lugar pouco depois de 1556. Na realidade, Horácio Marçal divulgou um documento da Rainha D. Catarina, mulher de D. João III, datado de 7 de Fevereiro de 1556, onde esta determina e autoriza a construção da Ponte Nova: "A Rainha D. Catarina de Áustria autoriza a Câmara do Porto a realizar obras de interesse público, entre elas o de construção da ponte nova que, sobre o rio da vila, viria a ligar a Rua das Flores com (…) a Bainharia". Trata-se de uma Carta Régia prorrogando por mais 2 anos a Imposição do Real de Casa, aplicando-a para as despesas de compra das casas e para a construção da ponte da rua que se rasgava entre a Rua da Bainharia e a Rua das Flores, e que, segundo o diploma estavam avaliadas em 200.000 Reais. Uma outra carta régia, datada de 19 de Setembro de 1558 revela que se andava a fazer a Ponte, então designada "Ponte da Rua das Flores", e que a obra estava a ser custeada pelos rendimentos do cofre da Imposição do Sal.

Segundo Horácio Marçal, "(…) A Ponte Nova , que se mostrava, de um e outro lado, definido por parapeitos de pedra, era formado apenas por um arco de meia volta.(…) Junto da ponte ou do arco, para a banda do poente, encontrava-se uma escadaria de pedra com dois lanços de degraus separados por largo patamar. No fundo do último lanço, via-se um outro arco de menores dimensões e também sobre o rio, pelo qual se passava a um outro lanço de escadas mais pequeno, que punha em comunicação a Rua da Ponte Nova, com a da Biquinha evice-versa. Chamavam a este passadouro, Escadas da Biquinha Na Ponte Nova, o montante existia um moinho." No que respeita ao moinho que refere Marçal, podemos adiantar que existe uma Planta, executada em 20 de Dezembro de 1819, por Luís Ignácio Barros Lima, que mostra a zona da Ponte Nova, com o respectivo moínho, escadas públicas e fonte.

Ainda nas palavras de H. Marçal, "(…) A Rua da Ponte Nova, tinha o seu pavimento, de pedra miúda e de seixos. Passeios laterais, não tinha. Os prédios, apesar da estreiteza da rua, eram todos altos a alguns de boa construção, embora antigos. Novos, havia poucos. Os mais modernos, em meados do século passado, eram os que se erguiam nos dois ângulos da Bainharia, cuja construção data de 1844. Na Rua da Ponte Nova, entroncava (e entronca) a Viela do Anjo que, tortuosamente, corria pela retaguarda das casas da Bainharia até à Rua do Souto. (…) No prédio nº 54 da Rua da Ponte Nova e na época a que nos reportamos, nasceu a 11 de Novembro de 1850 o insigne pintor António Carvalho da Silva Porto. (...) A Rua da Ponte Nova, era bastante comercial. Havia estabelecimentos de mercearia, tabernas, tendas, oficinas de torneiro e, em grande número, os lojas de roupa feita.".

Na realidade, e conforme Horácio Marçal salientou, os prédios da Rua da Ponte Nova que confinam com a Viela do Anjo e com a Rua da Bainharia são obra relativamente recente, do séc. XIX. Os prédios que outrora aí se erguiam ofereciam diversos problemas de conservação, tendo sido reconstruídos. Efectivamente, em 29 de Outubro de 1770 foi levantado um Auto de Vistoria para demolição da casa que fazia esquina da Rua da Ponte Nova com a Rua da Bainharia, a fim de se alargar a Rua da Ponte Nova e se poder melhorar as condições de trânsito. Em 9 de Julho de 1845 foi feita escritura camarária do alinhamento da Rua da Ponte Nova e parte da Rua da Bainharia, no sítio do cunhal Norte destas duas artérias, tendo para isso sido necessário derrubar uma casa que tinha frente para ambas as ruas. E, em 7 de Janeiro de 1846 seria vendido o terreno que sobrou do alinhamento da Rua da Ponte Nova a Manuel da Monta e a sua mulher; Margarida Rosa, declarando-se que o referido terreno confinava a Nascente com outra propriedade a Poente com a Rua da Ponta Nova, a Sul com a Rua da Bainharia e a Norte com outra propriedade particular. O processo para a construção desta casa dera entrada algum tempo antes na Câmara, tendo sido aprovado em 3 de Dezembro de 1846. No Livro de Plantas de Casas Nº 9, fl. 138, encontramos o desenho do alçado da casa que Manuel da Monta (ou Mouta) pretendia construir na esquina entre a Rua da Bainharia e a Rua da Ponte Nova .

Desde sempre, a Rua da Ponte Nova apresentou escadas junto da Viela do Anjo, e não muito longe da Bainharia, por forma a vencer o desnível abrupto que se registava nessa zona. Efectivamente, há uma planta executada em 1821 que documenta a existência ancestral desses degraus - a "Planta mandada fazer em acto de Vistoria para milhoramento das Escadas da Rua da Ponte Nova, por Luís Ignácio de Barros Limo, 1821".

Henrique Duarte e Sousa Reis ainda teve oportunidade de nos deixar uma descrição dessa velha ponte quinhentista, no seu manuscrito redigido em 1866, escassos dez anos antes da destruição da Ponte Nova. Nas suas palavras, "Debaixo da ponte de pedra, chamado Ponte Nova, está huma Arca também de pedra muito bem trabalhada, e que he o receptaculo de huma porção d'agoa saloba (sic), que cahe em huma antiquissima fonte situado quozi a par dessa mesma Arca: esta agoa tiverão a sempre por milagroza para as molestias d'olhos, e da sua bica veio o nome a esta rua, que he toda ou quazi toda cortada pelo rio da Villa.". A fonte a que se refere Sousa Reis encontra-se já documentada em 1669, em diploma que revela que "por baixo da dita rua está uma fonte, tem meio manilha de água muito fria e a sua arca é muito antiga e feita de cantaria, tem por dentro duas rosas e serafins".

A Ponte Nova, que lhe deu o nome, foi destruída com a criação da Rua Mouzinho da Silveira em 1875, quando deixou de ser necessária para transpor o Rio da Vila.

Com a criação da Rua Mouzinho da Silveira seriam irremediavelmente alteradas as construções da Rua da Ponte Nova. E, efectivamente, como já referimos, no troço desta rua que cabe analisar neste Projecto as casas devem ser atribuídas ao último quartel do Séc. XIX.



Sobre ANTÓNIO CARVALHO DA SILVA PORTO:

ANTÓNIO CARVALHO DA SILVA PORTO, nasceu no Porto a 11 de Novembro de 1850 (na Rua da Ponte Nova) e faleceu em Lisboa a 1 de Junho de 1893. Pintor. Acrescentou o apelido Porto por ser natural desta cidade. Em 1865 (15 anos) matriculou-se na Academia Portuense de Belas-Artes. Portugal atravessava crise aguda no campo do pensamento. Reinava D. Luís, e as única evoluções tentadas ou preparadas, no tempo, eram mais de natureza espiritual que política ou social. No mesmo ano em que Silva Porto se matriculou na Academia Portuense de Belas-Artes, Antero de Quental frequentava a Universidade de Coimbra e escrevia um panfleto em nome da sua geração que deu impulso à famosíssima "Questão Coimbrã" que agitou a nossa estagnada vida mental. Depois do curso na Academia Portuense de Belas-Artes, caldeado nas chamas do vulcão de aspirações mil que fez na segunda metade do século XIX o mais luminoso da História da Arte e da Literatura portuguesas, Silva Porto quis empreender longínquos voos, seguindo, após concurso, para Paris em 1873, onde, como pensionista do Estado, recebeu, na Rua Bonaparte, os ensinamentos de Cabanel. À noite frequentava o curso de Yron, sendo também discípulo dos paisagistas Daubigny, Grosseiller e Bauverie. Acompanhado por Marques de Oliveira, Silva Porto frequentou a «velha» Montmartre, relacionou-se, criou fama e nas tertúlias de arte o nome António Porto, como o conheciam, era lembrado e a sua personalidade discutida. Não se cansou em Paris, mas dominaram-no outras aspirações. Seguiu para Roma (1879) a completar a educação artística, no convívio de colegas como Placência, Comerre, Pelousse e outros que o estimavam e tinham em muito apreço o seu comprovado valor. E fez-se romeiro de imprevistos, visitando toda a Itália, a Bélgica, a Holanda e a Espanha. Concorreu a «Salons», amealhou triunfos, ganhou prémios e conquistou honrarias. Em 1879 regressou a Portugal. Coincidindo o seu regresso com a morte de Tomás da anunciação, professor da aula de paisagem da Academia de Belas-Artes de Lisboa, foi nomeado professor interino, e em 1883 passou à efectividade regendo o curso geral de desenho e paisagem. Em 1881 expôs alguns quadros em Madrid, por ocasião do centenário de Calderon, sendo-lhe conferido, como honraria excepcional, o hábito da Ordem de Carlos III. Mestre indiscutível do naturalismo português, viu reunir-se à sua volta, no mesmo ano, o «Grupo do Leão», de que foi chefe e fundador com ANTÓNIO RAMALHO e JOÃO VAZ e ao qual se juntaram muitos outros, pintores, escritores e jornalistas. Em 1882 à exposição do «Grupo do Leão» levou Silva Porto 21 telas; trinta telas à exposição de 1893, etc. Em 1887 e 1889 realizaram-se as últimas exposições do «Grupo do Leão», e nesta dava nas vistas o trabalho de Silva Porto «A volta para a arribana». Neste último ano também concorreu à Exposição Industrial de Lisboa, conquistando a Medalha de Ouro. Dissolvido o «Grupo do Leão», formou-se o «Grémio Artístico», de que Silva Porto foi o primeiro presidente. O Grémio inaugurou as suas exposições em 1891, sendo o Mestre representado por elevado número de quadros, com relêvo para «A porta da venda», «O Moínho do Gregório» e «Guardando o gado». Na segunda exposição, a maior parte dos seus quadros foi inspirada pelas margens do rio Lima, como o magnífico «Barca de Passagem em Serreleis», e o «Lugar do Prado». Na exposicão do Grémio artístico de 1892, foi-lhe atribuída a 1ª Medalha. Na exposição de 1893 (a última a que concorreu), Silva Porto foi mais do que nunca o grande Mestre. Os expressivos quadros «Conduzindo o Rebanho» e «Ceifeiras», fecharam, gloriosamente, o ciclo do seu trabalho.

Rua GUILHERME DA COSTA CARVALHO

Já foi rua da Cancela Velha.


Guilherme da Costa Carvalho (nasceu no Porto em 1921 e faleceu a 25/03/1973) foi militante do Partido Comunista Português. Esteve preso em Peniche, de onde se evadiu em companhia de Álvaro Cunhal e outros.


sobre Guilherme da Costa Carvalho



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Actualização de Julho 2014

GUILHERME DA COSTA CARVALHO (1921- 1973)

Nasceu no Porto, numa família de grandes posses que o apoiou sempre na sua opção e na sua dedicação à luta antifascista. Guilherme da Costa Carvalho cedo trocou uma vida, que podia ter sido igual à de tantos jovens da sua idade pertencentes a uma elite da burguesia portuense, pela de “funcionário” clandestino do Partido Comunista Português.
Esteve no Tarrafal, no Aljube, em Peniche e em várias outras prisões, num total de 16 anos e seis meses de cativeiro. Foi durante vários anos membro do Comité Central do PCP.
Participou naquelas que são, porventura, as duas mais espectaculares fugas das prisões do fascismo: Peniche, em Janeiro de 1960, e Caxias, em Dezembro do ano seguinte.


Morreu novo, com 52 anos de idade – exactamente a idade com que falecera sua Mãe, Herculana Carvalho - no Instituto de Oncologia de Lisboa. Tinha sido posto em liberdade pelo facto de estar já muito doente. Não chegou a ver a Democracia pela qual dera a sua vida de adulto quase toda.

Em complemento aos poucos dados biográficos formais que conseguimos recolher, deixamos-vos algumas notas e testemunhos pessoais, a que tivemos acesso.

Raúl de Castro (dirigente do MDP/CDE e da Intervenção Democrática, deputado, vereador e membro da Assembleia Municipal do Porto) definiu-o assim, em 2002, quando se deliberava a atribuição do seu nome a uma rua do Porto: «um comunista, um exemplo de militante do PCP a cujos ideais, e ao serviço do seu povo, dedicou toda a sua vida, desde a juventude. Embora fosse então estudante da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, e a fortuna de seu pai lhe pudesse garantir que vivesse com todas as comodidades, Guilherme da Costa Carvalho trocou essa vida pela dura vida de funcionário do PCP, conheceu o Campo de Concentração do Tarrafal e outras prisões fascistas, tendo sido um dos participantes na fuga do Forte de Peniche, e só foi libertado pela PIDE quando esta verificou que a sua vida em breve terminaria»

Foi Armando Bacelar, o prestigiado antifascista dedicado às causas da «oposição democrática», competente e generoso advogado de vários presos políticos durante a ditadura fascista, quem defendeu Guilherme da Costa Carvalho no Tribunal Plenário. Eva Bacelar, sua filha, falou-nos daquela família num interessante testemunho:

«Nunca conheci pessoalmente Guilherme da Costa Carvalho, porque na minha juventude esteve sempre preso ou na clandestinidade. Portanto, só indirectamente o conheci através da família. O pai dele, Luís Alves Carvalho, era corretor da Bolsa do Porto, onde tinha ganho uma enorme fortuna. Lembro-me de alguém dizer que os “papéis” que ele tinha davam para forrar a Rua de Santa Catarina de um lado e de outro, no Porto….O Sr. Carvalho, como eu lhe chamava, era uma pessoa de grande generosidade, que sempre lembro no seu trato afável – um homem de cabelos grisalhos e olhos azuis, com um amplo sorriso e um ar muito distinto.

Guilherme da Costa Carvalho teve 2 filhos gémeos. Um menino e uma menina, com cerca de 5 ou 6 anos nos anos 1960. É possível que a mãe dos meninos estivesse na clandestinidade ou presa – isso não sei. A verdade é que eles foram educados pelos avós, D. Herculana Carvalho e Sr. Luis Carvalho.

Nos meus 16 anos, quando o meu pai (Armando Bacelar) andava fugido da PIDE numa quinta do Douro, a minha família mandou-me para Londres, para me afastar de todas as dificuldades políticas e familiares. Acontece que o neto do Sr. Carvalho era asmático, e o avô resolveu mandá-lo a Londres na mesma altura, para consultar médicos especialistas em asma. A senhora que o levava (militante do PC de cujo nome não me lembro, mas de quem tenho fotografias) não falava inglês e eu, estudante e futura tradutora de inglês, fui contratada pelo Sr. Carvalho para servir de intérprete dos médicos e apoiar o neto dele na visita a Londres. Claro, que a visita foi acompanhada de um envelope recheado com algumas notas, que muito agradeci ao Sr. Carvalho. A partir daí, sempre que, nas férias, eu ia estudar para o estrangeiro, o Sr. Carvalho mandava-me sempre um envelope com um dinheirinho de bolso. (E que bem me sabia…)

Fiquei, portanto, com a recordação de pessoas muito generosas e dedicadas. O menino, Manuel Carvalho, chegou a Londres e passou a dar-se bem com o clima, sem ter ataques de asma. Eu estava instalada num lar de freiras irlandesas, muito severas, que a troco de poucas libras por semana me fizeram trabalhar loucamente. Valeu-me a companhia do “Manelinho” e da senhora que vinha com ele, para passearmos por Londres.

Infelizmente perdi de vista o Manuel Carvalho (filho de Guilherme da Costa Carvalho). Pode ser que um dia o reencontre e que ele se lembre de mim em Londres...»

Em 1949, num período que contrasta com os anos de chumbo vividos antes, Salazar autoriza a visita a Cabo Verde e ao Tarrafal dos pais de Guilherme da Costa Carvalho. Herculana Carvalho e Luís Alves Carvalho ( primeiro corretor da Bolsa do Porto e figura influente) viajam de paquete, levam alimentos e bens. Herculana homenageia, um a um, todos os tarrafalistas ali falecidos e enterrados, colocando flores em cada campa. São autorizados a fazer fotografias. O campo vive uns dias de festa; e, no regresso, Herculana Carvalho viaja pelo país a distribuir fotos dos presos e notícias pelos seus familiares. (ver biografia de Herculana Carvalho).

Luís Carvalho, no 15º aniversário da morte do filho, editou, para circulação entre amigos, um conjunto de 42 pequenos poemas de Guilherme da Costa Carvalho, dedicados à memória de sua mãe e das suas avós, quando tinha 42 anos. O livro intitula-se «42 Hai-Kais, Relâmpagos do meu coração». Esses poemas foram escritos por Guilherme em papel de mortalha. A letra das palavras era tão minúscula que só foi possível decifrá-las à lupa e, segundo a própria irmã, também deverão ter sido escritas do mesmo modo. Os papéis com os poemas saíram da prisão do Aljube onde se encontrava, muito escondidos nos enchumaços de um casaco que fora entregue à família para a lavandaria.

http://www.pcp.pt/avante/20020801/496t4.html

http://www.avante.pt/pt/1985/pcp/117748/

http://silenciosememorias.blogspot.pt/2013/12/0421-herculana-de-jesus-da-costa-dias.html

“Senegâmbia”, Boletim Cultural da Guiné-Bissau e regiões vizinhas”, senegambia.blogspot.pt, 17.9.2004)

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Rua MIGUEL BOMBARDA



Antiga rua do Príncipe em honra de D. João VI .

Já figurava na Planta Redonda de 1813. Em 1839 esta rua já estava praticamente toda rasgada, não chegando a Cedofeita, mas em termos de casas construídas era um quase deserto. No seu extremo poente para o Largo do Campo Pequeno só tinha uns casebres.

À esquina com a rua de Cedofeita ficava um estabelecimento de vinhos espumosos e a “Casa do Luto”, por cima a grande e célebre modista que formou as mais famosas do Porto, Madame Maria Nys Galloyx Marinho.


Só tem o actual nome desde 1910.De uns anos a esta parte é conhecida pela rua das galerias, por nela se encontrarem algumas das mais importantes galerias de arte da cidade.
sobre as galerias de Miguel Bombarda
Um restaurante: Guernica.


BOMBARDA, MIGUEL AUGUSTO (Rio de Janeiro 6/3/1851 - Lisboa 3/10/1910) - Médico, formado pela Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, psiquiatra. Director do hospital de Rilhafoles. Foi vitima de um atentado por um dos seus doentes. Foi um dos precursores do movimento republicano. Deputado (1908).
O seu funeral, em Lisboa, no dia 6 de Outubro de 1910 foi feito conjuntamente com o de Cândido dos Reis.

Curiosidades:

O Dr. Miguel Bombarda entusiasticamente recebido por uma multidão de portuenses em Agosto de 1909 na estação de S. Bento. Presidiu a um comício chamado (ou auto-intitulado? )anti-clerical com a assistência de milhares de pessoas; foram oradores Pádua Correia e Leonardo Coimbra.

Em 1969, Mário Viegas, o actor e o "diseur" habitava nesta rua.

25.10.06

Escadas do BARREDO

foto de Ribatua

O topónimo Barredo - rua, travessa, escadas - é dos mais antigos do Porto, mas, como tantos outros, de incerta etimologia. A origem mais provável e mais conforme às realidades locais é em «barrium» - que já Santa Rosa de Viterbo ensinava ser um lugar pequeno, lugarejo, com o sufixo vulgar «etum».
Na verdade, o Barredo era, e ainda é, um bairrinho à ilharga da cidade velha, compreendendo a Rua e a Travessa dos Canastreiros, a Rua da Lada, a Rua, Travessa e Escadas do Barredo, a Rua e Travessa de S. Francisco de Borja, a Rua de Baixo, a Viela do Buraco, o Largo do Terreirinho, as Escadas do Porão e as das Verdades.

23.10.06

Largo do MOINHO DE VENTO

Enclave feioso entre a praça Carlos Alberto e a praça Guilherme Gomes Fernandes.
Moinho de Vento é mais um topónimo recordando o ruralismo dos mais próximos arrabaldes da cidade, em épocas não muito recuadas.

O topónimo aparece já em 1647, referindo certo documento desta data que umas estalagens nos Ferradores (Carlos Alberto) partiam de um lado com terreiro e ermida da Graça, e de outra banda com Caminho do Moinho de Vento.

À rua do Moinho de Vento foi dado o nome do ilustre músico e compositor musical FRANCISCO DE SÁ NORONHA (1820-1881), autor de uma discutida ópera Beatriz de Portugal, aplaudidíssima quando se representou no Porto, no teatro de S. João, bem como outras peças teatrais que escreveu - O Arco de Sant' Ana, por exemplo.

Rua AFONSO MARTINS ALHO



Quem foi Afonso Martins Alho:


Mercador do Porto (séc. XIV). Com Gomes de Limpas, mercador de Limpas, foi enviado por D. Afonso IV a Londres, em 1352, para negociar e firmar o primeiro tratado comercial anglo-luso.
Limitaram-se os dois enviados a obter do soberano inglês um salvo-conduto anual para todos os mercadores e navios portugueses nos portos britânicos. Afonso Martins Alho voltou de novo a Londres como mensageiro e procurador dos mercadores e comunidades das cidades marítimas de Lisboa e Porto para celebração do tratado do comércio. Tratado este, constituído por oito artigos, válido para 50 anos, assinado em Londres em 20/10/1353.

21.10.06

Rua do FERRAZ


De onde vem o nome desta rua:

AFONSO FERRAZ, em 1486, morava nas casas junto da viela que tomou o seu nome. Era filho de Vasco Fernandes, vereador do Porto de 1380 a 1382, e seu procurador às Cortes de Coimbra de 1385, tendo tido a honra de ser referido por Fernão Lopes. Este Vasco era o irmão mais velho da célebre abadessa clarista de Vila do Conde, que está na origem da lenda das freiras saídas dos túmulos. Como primogénito era ainda proprietário de várias quintas, casas e padroados.

18.10.06

Rua de VILAR


Nesta rua:
Seminário de Vilar (um dos "arquitectos" deste seminário foi o padre Himalaya)

Centro Diocesano

Igreja de Vilar

Os primeiros seminaristas foram frequentar este Seminário em 15 de Novembro de 1922.

VILAR - A zona de Vilar sofreu profundas modificações quando, em 1883, se abriu a Rua Pedro V. O Rio Vilar reunia as águas da Carvalhosa e do Campo de Santo Ovídio, e galgava terrenos das ruas da Torrinha e dos Bragas, indo desaguar a Massarelos. Este ribeiro fazia mover várias azenhas; as azenhas de Vilar ou da Mitra eram célebres, por pertencerem algumas ao bispo.

Sobre o Padre Himalaya:

HIMALAYA, MANUEL ANTÓNIO GOMES (Cendufe, Arcos de Valdevez, 9/12/1868 - Viana do Castelo, 21/12/1933) - Padre e inventor de aparelhos que utilizavam energias renováveis. Ecologista. Inventor de explosivos.

Aconselho a leitura do livro de Jacinto Rodrigues, "A Conspiração Solar do Padre Himalaya".


Mais dados sobre este padre-inventor na rua com o seu nome, posteriormente publicada aqui.

11.10.06

rua AUGUSTO LUSO


Curiosidades:

Sobre o professor Augusto Luso:

AUGUSTO LUSO - Nasceu no Porto em 1827 e faleceu em 1902. Poeta. Comissário da Instrução Pública e Inspector das Escolas, foi professor de História e Geografia no Liceu Nacional do Porto da Rua de S. Bento da Vitória. Vivia na Rua do Bonjardim e era apaixonado coleccionador de espécimes zoológicos e botânicos, de numismática, cerâmica e curiosidades, de que facultava o exame sempre que lho pediam. Tinha um irmão Henrique Luso, que faleceu em 1862, com 30 anos; desenhava caricaturas satíricas legendadas pelo irmão. No carnaval de 1859 puseram em circulação uma série de litografias satíricas “As 7 maravilhas do Mundo. 1859” O povo dizia: “É cousa dos Lusos...” Numa das litografias a nº 5 é questão do “Porto limpo de dinheiro”. A este propósito ver a Assembleia Portuense e como nasceu o Clube portuense devido a uma crise financeira.

AUGUSTO LUSO - Professor e poeta portuense, tendo conseguido, no Mosteiro da Batalha, a abertura do mausoléu de D. João II, atreve-se a arrancar do peito um pedaço de carne (!) para o seu museu particular. Testemunharam ao acto os drs. Joaquim Guilherme Gomes Coelho e Elísio Cardoso de Carvalho e Eugénio Fernandes da Silva. O referido museu encontrava-se à Rua de Bonjardim nº 612, onde também havia alguns cabelos do Marquês de Pombal subtraídos quando da trasladação para Lisboa.



9.10.06

Rua de NEVOGILDE



«Nevogilde, a par de Novegilde e do galego Novegil, é topónimo originário do onomástico germânico. Deriva de nome de homem Leovegildo, que se enontra em documentos do século X e dos seguintes. Uma escritura de 1058 refere-nos uma Uilla Lovegilde, mas só dois séculos mais tarde temos noticía da freguesia de Nevogilde. Nas inquirições ordenadas por D. Afonso III, em 1258, no julgado de Bouças os oficiais régios foram à "Ville que vocatur Lovigilldus", então já freguesia, com sua igreja de que eram padroeiros os mosteiros de Santo Tirso e de Pombeiro, que aí tinham seus casais, assim como os possuíam o rei, a Ordem do Hospital os mosteiros de Tarouca (por doação dos cavaleiros de Esposade) e de Macieira, e outros.»

"Toponímia Portuense" de Eugénio Andrea da Cunha e Freitas

8.10.06

Rua BARÃO DE NOVA SINTRA



Nesta rua:
Jardins dos Serviços Municipais de Águas, na rua do Barão de Nova Sintra n° 285 - abertos ao público com uma “colecção” de fontes da cidade. O palacete e a quinta pertenceram a um inglês chamado Wright e foram comprados pela municipalidade em 1932.



Dados biográficos:

O barão de Nova Sintra, JOSÉ JOAQUIM LEITE GUIMARÃES, homem bondoso e abastado, viveu largos anos no Brasil, depois viajou pela Europa, fixou residência em Paris, até que em 1855, veio para a sua pátria, ficando então seis anos em Lisboa até que finalmente estabeleceu a sua casa no Porto, onde morreu em 1870. O Estabelecimento Humanitário do Barão de Nova Sintra, que a Misericórdia portuense administra, foi fundada em 1863 por José Guimarães. Homem «de coração generoso e iniciativas rasgadas» depois de levantar da «falência moral e administrativa» o Asilo de Mendicidade, através de mil dificuldades e desgostos, criou um Estabelecimento de Artes e Ofícios aprovado em 3 de Dezembro daquele ano pelo rei D. Luís I e pela rainha D. Maria Pia. Três anos depois, em 19 de Outubro de 1866, inaugurava-se na mesma rua e na mesma casa onde hoje está, também com a presença dos monarcas o Estabelecimento Humanitário do Barão de Nova Sintra. O titulo de barão de Nova Sintra foi concedido a José Joaquim Leite Guimarães, em remuneração de suas benemerências, por decreto de 8 de Março de 1862.


Sobre o parque dos SMAS ver também: dias com árvores

7.10.06

Rua do BREYNER


(também conhecida por rua do Breiner)

A Rua do Breyner já estava rasgada, ainda que não inteiramente, em 1813, como se vê da planta redonda de George Balck, mas ainda então não tinha nome e estava escassamente urbanizada. E no mesmo estado se encontrava em 1833, como mostra a planta de Clarke.


Deu nome à rua Pedro Melo Breyner.



A salientar a presença do Instituto Britânico. Nesta rua existiu, dos anos 40 até aos anos 60 (do século XX), o Instituto Industrial do Porto num edifício que mais tarde albergou a Escola Irene Lisboa e a escola Fontes Pereira de Melo, anteriormente tinha lá estado a Faculdade de Letras da Universidade do Porto.


Também nesta artéria existiu uma fábrica, hoje transformada em parque de estacionamento.


Acrescento, em 2008, a antiga fábrica (de branqueamento de texteis?) é hoje uma residência para idosos do Montepio Geral.




PEDRO MELO BREINER, senhor da Trofa, conselheiro de Estado, embaixador de Roma governador das Justiças do Porto, que morreu encarcerado por seguir as ideias liberais e o partido de D. Pedro.


O lar feminino S. José de Cluny (nº 401) tem como autores do projecto (1954) os arquitectos Eduardo Iglésias e Francisco Pereira da Costa.

3.10.06

Rua ANSELMO BRAANCAMP



A Rua de Anselmo Braancamp, que parte da Firmeza e corre pouco mais ou menos paralela à Rua de Santos Pousada, foi aberta em terrenos que haviam pertencido à Quinta do Tadeu. O nome desta desaparecida propriedade ainda hoje sobrevive, de resto, na Rua do Monte Tadeu, onde vai desembocar a de Anselmo Braancamp.


A toponímia portuense evoca ainda o antigo líder do Partido Progressista, falecido em 1885, numa Travessa de Anselmo Braancamp, que une a rua homónima à de Santos Pousada.

O roteiro do Porto levantado por F. Lopes para integrar o Guia da Cidade de 1895 não mostra ainda esta rua, cujo traçado - segundo o investigador Cunha Rodrigues - só vamos encontrar na planta de 1901. No entanto, foi justamente em 1895 - mais exactamente no dia 1 de Maio - que a autarquia, numa homenagem ao político progressista, decidiu atribuir à rua, que já antes existia, o nome de Anselmo Braancamp.

Tendo entrado na posse da Câmara em 1892, a artéria não recebeu imediatamente designação oficial, mas os portuenses chamavam-lhe Rua da Companhia das Águas, uma vez que se encontravam ali perto dois reservatórios da referida companhia. Nascido em Lisboa a 23 de Outubro de 1819, Anselmo Braancamp desenvolveu na capital o essencial da sua carreira política. Liga-o ao Porto, contudo, o facto de aqui ter integrado, em 1846, a Junta Provisória que emergiu da revolução de 9 de Outubro, provocada pelo golpe de estado contra o governo de Palmela.

De origem holandesa, os Braancamp instalaram-se em Portugal pelo terceiro quartel do século XVIII, quando o diplomata Hermano José Braancamp, oriundo de Amsterdão, assumiu em Lisboa o cargo de ministro residente - leia-se embaixador - do governo da Prússia. Chegado à capital portuguesa em 1751, este antepassado de Anselmo Braancamp, manteve-se em funções até 1775. Já em Lisboa, desposou D. Maria Inácia de Almeida Castelo Branco, cujos descendentes vieram a ser, sucessivamente, barões, viscondes e condes de Sobral.

Anselmo era ainda criança quando partiu para França, acompanhando seu pai - Anselmo José Braancamp de Almeida Castelo Branco - no exílio parisiense a que o forçou a regência de D. Miguel. E só voltou a Portugal em 1835, após a aclamação de D. Maria II, para prosseguir em Coimbra os estudos de Direito que iniciara em Paris. Já licenciado, exerceu o cargo de procurador régio em Almada e, a partir de 1845, em Lisboa.

Após o golpe de estado contra o ministério de Palmela, em 1846 - a "Emboscada" - e a consequente revolta portuense de 9 de Outubro, põe a sua fortuna e serviços à disposição da Junta Provisória. Parte depois para o Algarve, como governador civil dos distritos do Sul. Em 1851, data que assinala a queda definitiva do cabralismo e o advento da Regeneração, é pela primeira vez eleito deputado por Lisboa.

Nomeado em 1862 para a pasta da Fazenda, Anselmo Braancamp faz publicar a lei que abole os morgadios. Em 1868, é ministro da Marinha, mas regressa, logo no ano seguinte, à gestão da Fazenda, que abandona em 1870 na sequência da revolução protagonizada por Saldanha.

Quando os partidos Histórico e Reformista se fundem, em 1876, para dar origem ao Partido Progressista, Anselmo Braancamp ascende à liderança da nova formação política e, nessa qualidade, é chamado, em 1879, a organizar um governo, de que assume a presidência e a pasta dos Negócios Estrangeiros. Mas o executivo não tarda a cair, na sequência do Tratado de Lourenço Marques, firmado com a Inglaterra.

Anselmo Braancamp morre a 13 de Novembro de 1885, quando acabara de lançar, com Oliveira Martins e outros, o movimento Vida Nova, que pretendeu reorganizar e modernizar o progressismo.

Entre as várias distinções que recebeu em vida, contam-se as grã-cruzes da Ordem de Torre e Espada, da Ordem de Nossa Senhora da Conceição e da Legião de Honra. Em 1874, procuraram nomeá-lo par do Reino, mas Braancamp declinou a homenagem.

BRAAMCAMP, ANSELMO JOSÉ (Lisboa, 23/10/1819 - Lisboa, 13/11/1885) – Magistrado e político. (...)
Defendeu a Patuleia, eleito deputado em 1851. Foi ministro da Fazenda (1869 - 1870) e dos Estrangeiros (1879 - 1881)
Presidente do Conselho de Ministros de 1879 a 1881.
Pertenceu ao Partido Histórico e ao Partido Progressista desde a sua fundação (1875).