A Porta de Carros e o Campo das Hortas
texto de Germano Silva
A pergunta que serve de título à crónica tem razão de ser. E a pessoa que a colocou ao cronista justificou-a "… em pesquisas que tenho andado a fazer já encontrei, como proprietário dos terrenos, um tal Beleza de Andrade; o deão da Sé, D. Jerónimo de Távora; o Cabido e o próprio bispo…"
O leitor não deixa de ter alguma razão porque tanto essa gente como as entidades referidas, de uma maneira ou de outra, andaram ligadas aos terrenos onde se veio a abrir a praça que começou por se chamar Praça Nova das Hortas, em 1721; Praça da Constituição, em 1820; apenas Praça Nova, em 1823; Praça de D. Pedro, em 1833; Praça da República, em 1910 (13 de Outubro); e Praça da Liberdade, a partir de 27 de Outubro de 1910 até ao presente.
Mas isso não significa que todos eles tivessem sido donos daqueles chãos. Como é geralmente sabido, a maior parte dos terrenos do antigo burgo pertenciam à Mitra, ou seja ao prelado da Diocese, na sequência da doação que D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, fizera ao bispo D. Hugo, em 1120. Mas, entre 1186 e 1189, houve uma repartição dos bens eclesiásticos do Porto feita entre a Mitra e o Cabido. E foi a esta entidade que veio a caber o "senhorio directo" do Campo das Hortas, uma enorme extensão de terreno que se estendia para Norte a partir da Porta de Carros, que ficava mais ou menos em frente da fachada da igreja dos Congregados, e se estendia, pelo lado Poente, ao longo da muralha fernandina até à Porta do Olival, e daqui, para nascente, até à antiga Cancela Velha.
Em 1691, quando se realizaram as primeiras negociações entre o Cabido e o Município portuense, para estudar a possibilidade de se urbanizar o Campo das Hortas, para onde se projectava a abertura de uma ampla praça pública, a propriedade andava arrendada, em contrato enfitêutico, a Francisco Xavier Beleza de Andrade, pertencente a uma das mais nobres e influentes famílias da cidade daquele tempo. Beleza de Andrade explorava a propriedade mediante um contrato que fizera com o Cabido, mas não era o seu proprietário....
O artigo continua aqui - Jornal de Notícias
O leitor não deixa de ter alguma razão porque tanto essa gente como as entidades referidas, de uma maneira ou de outra, andaram ligadas aos terrenos onde se veio a abrir a praça que começou por se chamar Praça Nova das Hortas, em 1721; Praça da Constituição, em 1820; apenas Praça Nova, em 1823; Praça de D. Pedro, em 1833; Praça da República, em 1910 (13 de Outubro); e Praça da Liberdade, a partir de 27 de Outubro de 1910 até ao presente.
Mas isso não significa que todos eles tivessem sido donos daqueles chãos. Como é geralmente sabido, a maior parte dos terrenos do antigo burgo pertenciam à Mitra, ou seja ao prelado da Diocese, na sequência da doação que D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, fizera ao bispo D. Hugo, em 1120. Mas, entre 1186 e 1189, houve uma repartição dos bens eclesiásticos do Porto feita entre a Mitra e o Cabido. E foi a esta entidade que veio a caber o "senhorio directo" do Campo das Hortas, uma enorme extensão de terreno que se estendia para Norte a partir da Porta de Carros, que ficava mais ou menos em frente da fachada da igreja dos Congregados, e se estendia, pelo lado Poente, ao longo da muralha fernandina até à Porta do Olival, e daqui, para nascente, até à antiga Cancela Velha.
Em 1691, quando se realizaram as primeiras negociações entre o Cabido e o Município portuense, para estudar a possibilidade de se urbanizar o Campo das Hortas, para onde se projectava a abertura de uma ampla praça pública, a propriedade andava arrendada, em contrato enfitêutico, a Francisco Xavier Beleza de Andrade, pertencente a uma das mais nobres e influentes famílias da cidade daquele tempo. Beleza de Andrade explorava a propriedade mediante um contrato que fizera com o Cabido, mas não era o seu proprietário....
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