30.5.07

Rua GONÇALO SAMPAIO




Breve nota biográfica:

Gonçalo António da Silva Ferreira Sampaio ( São Gens de Calvos, Póvoa de Lanhoso n. 1865 - Porto f. 28/07/1937). De origens humildes, foi com algum sacrifício de parentes e amigos que iniciou os seus estudos na cidade de Braga e os continuou no Porto. Matriculou-se na Universidade de Coimbra com a intenção de se licenciar em Matemática. Mas desistiu do curso ao fim de um ano. Acabou por se formar em Ciências Naturais pela Academia Politécnico do Porto. Em 1901 foi nomeado naturalista adjunto de Botânica e, em 1902, encarregado de dirigir os trabalhos dos alunos de Botânica. Em 1910, torna-se regente desta cadeira e, no mesmo ano, representa Portugal no Congresso Internacional de Botânica, em Bruxelas. Em 1912, com 47 anos de idade, é nomeado por distinção Professor Catedrático. Foi, também, um apaixonado pela música. Dedicou-se ao folclore e às músicas tradicionais, especialmente às do Minho. Entre a sua vasta bibliografia consta, no campo Botânica, "Estudo sobre a flora nos arredores do Porto" (1900) e "Estudos Botânicos" (1912); no campo musical, "Cantos Populares do Minho" (1927) e "Cancioneiro Minhoto" (publicação póstuma).


Busto do Dr. Gonçalo Sampaio no Jardim Botânico do Porto


Nota sobre o Jardim Botânico:

O Departamento de Botânica é o herdeiro de uma história de ensino da Botânica, iniciada em 1818, com a nomeação, na Academia do Porto, do primeiro Professor de Agricultura (nesta época, a Botânica era estudada no âmbito da Agricultura).
O primeiro professor de Botânica foi o Barão de Castelo de Paiva - António da Costa Paiva, por no seu tempo - em 1837, ter sido formalmente criada a disciplina de Botânica.
A criação da Academia Politécnica do Porto, em 1837, associou à Botânica um Jardim Experimental. A criação do Jardim Botânico sofreu atrasos e contrariedades diversas, tendo estado previsto para vários locais, nomeadamente para os terrenos do Convento dos Carmelitas, cedidos em 1845, para só se concretizar um século mais tarde - em 1949, na Quinta do Campo Alegre.
Entre os muitos Professores de Botânica da Academia e da Universidade do Porto, merece especial referência Gonçalo Sampaio, nomeado Naturalista em 1901 e mais tarde Professor, que pelo extenso e profundo trabalho de recolha e estudo de vários grupos de plantas, com relevância para as plantas superiores, é considerado um dos maiores botânicos portugueses. Gonçalo Sampaio mereceu a honra de ser nomeado patrono do Instituto de Botânica - designado então Instituto de Botânica Dr. Gonçalo Sampaio, na altura um estabelecimento anexo da Faculdade de Ciências.
Em revisão recente dos Estatutos da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, o Instituto de Botânica Dr. Gonçalo Sampaio passou a constituir o Departamento de Botânica, mantendo a responsabilidade pelo Jardim Botânico e Herbário. O Departamento de Botânica é actualmente uma estrutura funcional com vinte doutorados em diferentes áreas de especialização, duas mestras, seis licenciados e dezanove técnicos distribuídos por várias categorias profissionais.
O ensino e a investigação constituem as actividades fundamentais do Departamento. As áreas abrangidas vão desde as tradicionalmente incluídas na Botânica, como a Anatomia, a Fisiologia e a Sistemática e Taxonomia, a outras áreas, como a Biologia Celular, a Manipulação Genética e Biotecnologia, a Microbiologia e a Micologia.
No âmbito do ensino pós-graduado, o Departamento é responsável pelos Mestrados de Fisiologia do Desenvolvimento Vegetal, Ecologia da Paisagem e Conservação da Natureza e co-responsável pelos Mestrados de Ensino da Biologia e de Enologia e Viticultura. No âmbito das licenciaturas, é responsável pelo curso de Arquitectura Paisagista, co-responsável pelos cursos de Biologia, Ensino da Biologia e Geologia, e Ciências e Tecnologia do Ambiente, e presta serviço docente para os cursos de Engenharia das Ciências Agrárias, Geologia e Bioquímica. Na formação contínua, tem organizado Acções de Formação Foco para Professores dos Ensinos Básico e Secundário.
Os docentes têm orientado doutoramentos, dissertações de mestrado, e são
responsáveis por projectos de investigação em várias áreas de especialização.
Na cooperação com o exterior, o Departamento disponibiliza serviços de apoio à comunidade e tem numerosos intercâmbios científicos e com instituições nacionais e internacionais. O Herbário mantém intercâmbio com Herbários de todos os continentes.


21.5.07

rua do BOM SUCESSO




«Este topónimo portuense que tem um bairro, um largo, uma praça uma rua e um mercado, teve sua origem numa capela desta invocação que na sua casa e quinta, nas Abas de Agramonte, freguesia de S. Martinho de Cedofeita, reformou em 1748 António de Almeida Saraiva, um mercador rico desta cidade, morador a S. Domingos. Há ligeiras referências à capela e quinta anexas na "Descrição Topográfica e Histórica da Cidade do Porto" do padre Rebelo da Costa, e no "Portugal Antigo e Moderno" de Pinho Leal.»

"Toponímia Portuense" Eugénio Andrea da Cunha e Freitas


Rua da FIRMEZA


Um dos nomes de ruas legado pelo liberalismo. A rua do Triunfo e a rua da Liberdade já desapareceram! Ali bem perto ainda fica a rua da Alegria.



«A Rua da Firmeza, ou só Rua Firmeza, que principia em Santos Pousada e termina na Rua do Bolhão, resultou da junção das antigas Travessa da Alegria e Rua de S. Jerónimo. Assim o determinou o edital camarário de 13 de Junho de 1838, explicando o significado da nova denominação: «...devendo a firmeza, o denodo e resignação com que os portuenses valorosamente resistiram ao apertado sítio de 1832 e 1833, ter uma inscrição que, além da que lhe consagra o historiador, transmita à posteridade tantos feitos e sofrimentos dos portuenses». Perdoemos aos edis de então a sua ignorância da língua portuguesa... . A rua só ficou concluída em1885...»


"Toponímia Portuense" de Eugénio Andrea da Cunha e Freitas


O edifício de habitação e comércio situado no nº 388 teve como arquitectos António Duarte da Cruz, Manuel Eduardo Coimbra de Sousa e Rui Pimentel, o projecto data de 1957.

20.5.07

Travessa de CEDOFEITA - Maio 2007

Agora resta uma fachada sem aqueles símbolos que nos eram tão habituais

* * *

- AGORA

Adeus ao pão-de-ló de Margaride  

Augusto Correia, Malacó

Os sacos de cimento meio vazios e uns tijolos perdidos junto ao balcão sinalizam uma intenção não concretizada manter viva a "Margaridense". Casa centenária, especializada em pão-de-ló, marmeladas e geleias, finou-se. Há uma página na Internet, obra virtual também inacabada, onde desfilam fotos: as malgas nas prateleiras e a montra, onde se erguia um pão-de-ló de lata, a fazer a publicidade.

A mesma montra onde, portas fechadas, se impõe um anúncio "Aluga-se". Força do destino, para qualquer ramo. "O meu interesse era manter a "Margaridense", mas sei que é difícil", diz Pinto Abreu, o dono do prédio, herdado desde o bisavô, onde jazem os restos mortais da casa. No balcão, despido da doçura dos frasquinhos de geleia e das malgas de marmelada, resta a poeira dos tempos, de seis meses de abandono. Impõe-se o buraco onde esteve o relógio da época e os candeeiros que antes alumiavam a casa das doçuras. A um canto, o cofre que guardava os segredos do pão-de-ló da "Margaridense", na forma das receitas e das pedras que serviam para pesar as quantidades do açúcar e da farinha.

"Era um museu alimentar vivo", diz Vítor Dias, genro de Elsa Santos, a mulher que fez a casa durante mais de 30 anos. "Ainda hoje me perguntam pela minha mãe", diz Elvira Silva. Instalada numa óptica, duas portas ao lado, o presente e futuro da filha da última proprietária a fazer pão-de-ló nos fornos da "Margaridense" cruza-se com as memórias do passado. "No Natal e na Páscoa, era uma correria".

Dias duros, que exigiam dedicação exclusiva. No andar de cima, havia três quartos onde descansavam do labor os empregados, gente sem família, pelos dias que antecediam o Natal e a Páscoa. "Vinha gente de todo o lado para comprar o pão-de-ló. Até de Lisboa. Saíam em Campanhã, almoçavam na casa Aleixo e depois vinham aqui", diz Elvira Silva.

"Agora vou ali ao pão-de-ló à Margaridense". A frase do escritor lisboeta Rúben A. foi resgatada à memória de Nuno Canavez, proprietário da livraria Académica. Instalado na esquina do Largo Alberto Pimentel, há 59 anos que assiste às alterações da paisagem comercial. "Tudo o que seja acabar é mau. Mexe comigo", diz, agitado.

"Vai-se delapidando o património, no caso comercial, da cidade", lamenta Nuno Canavez, transmontano de Vale do Juncal, Mirandela, feito homem na Invicta. "O Porto é uma cidade-fantasma.

Dizem que perde entre 25 e 27 pessoas por dia", lamenta, desgostoso. "Vinha gente de todo o lado à 'Margaridense'. Fechou e é menos um motivo para as pessoas passarem por aqui", diz.

Liliana Augusto trabalha na casa gourmet "Frutos da Terra", onde se vendem pão-de-ló, geleias, marmeladas, compotas, enchidos e uma paleta de produtos tradicionais de Portugal e da Europa. Na casa, encravada entre a Rua das Oliveiras e a Travessa de Cedofeita, que foi terreiro da "Margaridense", conhece a casa de ouvir falar. "Muitos dos clientes falam nessa casa, especialmente do pão-de-ló", diz.

"Comprei ali muita geleia para o meu filho, por recomendação do médico. Os produtos não eram baratos, mas eram de grande qualidade", recorda Nuno Canavez. "Era tudo feito com grande amor pela minha mãe. O que vendia era feito como se fosse para dar aos filhos", conta Elvira Silva, que desde os nove anos aprendeu a conhecer os segredos da "Margaridense". Hoje, nos formos frios revestidos a azulejo, há só poeira. Estão vazias as gamelas onde se amassavam as farinhas, açúcares e ovos caseiros, amarelinhos. Cheira a saneamento deficiente, onde antes se insinuava o aroma da marmelada a secar ao sol e se impunha o cheiro do pão-de-ló a cozer em forno alimentado a carqueja, arbusto rasteiro que já não nasce nos montes perto do Porto.

"Ultimamente, vinha de Castelo de Paiva. Trazida pelo filho do senhor que antes fornecia a casa, mais para manter a tradição", conta Elvira Silva. "As normas da CEE, as condições que impõem não permitem que se faça as coisas como antes", lamenta . "As pessoas gostam e aprovam o que é tradicional, a lei é que diz que é uma badalhoquice", acrescenta Vítor Dias, genro de Elsa Santos, que durante mais de 30 anos deu seguimento ao negócio que vinha da bisavó.

Conta-se que uma zanga de comadres, em Margaride, Felgueiras, fez do pão-de-ló duas verdades um na terra de origem, hoje ainda célebre, outro emigrado para a Travessa de Cedofeita. "A única referência que temos de datas é um pano de 1800 e sei lá", diz Elvira Silva, recuperando a memória da tarja com a publicidade à "Margaridense": "O verdadeiro pão-de-ló", podia ler-se. "Acho que já não volta a abrir", suspira Elvira.

"Tenho pena que tenha fechado porque se estivesse aberta era bom para o negócio"

Maria Gonçalves


Empresária da Natursabor



Maria Gonçalves arrojou-se ao negócio das casas "gourmet". Num gaveto na Rua dos Mártires da Liberdade, à Rua dos Bragas, vende enchidos, frutas, queijos, vinhos e outros produtos tradicionais. Também marmeladas e geleias, como vendia a 'Margaridense'. "Tenho pena que tenha fechado. Se estivesse aberta era bom para o negócio de todos", diz a proprietária da "Natursabor". "Uns atraem os outros e quanto mais casas abertas melhor, desde que sejam de qualidade", diz Maria Gonçalves, natural de Lamego, com 38 anos de vida no Porto. Lembra-se bem da 'Margaridense', da gente que enchia as ruas ao cheiro das marmeladas e das geleias. "Lucrei muito com aquela casa", admite. Enquanto faziam fila para comprar o pão-de-ló, no Natal e na Páscoa, muitos clientes aproveitavam para comprar os presentes para os familiares na ourivesaria onde Maria Gonçalves fez vida durante mais de três décadas. "O mal do comércio, hoje em dia, é que ninguém vive na cidade. O Porto está todo triste, sem gente nas ruas", lamenta.

texto de: Jornal de Notícias - Adeus ao pão-de-ló de Margaride

17.5.07

Rua DR MAGALHÃES DE LEMOS



Curiosidade:

DR MAGALHÃES DE LEMOS - (Felgueiras18/08/1855 - Porto f. 22/07/1931). Ilustre neuro-psiquiatra de renome mundial, director do manicómio do Conde de Ferreira e professor catedrático da Faculdade de Medicina do Porto. Cursou a Escola Médico-Cirúrgica do Porto.

16.5.07

Rua ELÍSIO DE MELO





ELíSIO DE MELO - Foi vereador da Câmara. A ele devem-se entre outras: o Mercado do Bolhão, Avenida dos Aliados, e a Rua Sá da Bandeira. Viveu nos inícios do século XX.

Mais uma vez lamento a falta de informação disponibilizada sobre certas figuras centrais da cidade, nomeadamente por parte da página internet da Câmara Municipal.

15.5.07

Rua RUBEN A.


No nº 120, a Casa das Artes que se encontra encerrada desde 2005 pois o tecto da sala de cinema caiu.

Actualização em Janeiro de 2012:

O edifício da Casa das Artes foi projectado em 1981 pelo arquitecto Eduardo Souto de Moura. As obras ficaram concluídas em 1991. Este edifício está integrado no jardim de uma moradia cuja frente dá para a rua António Cardoso.




Busto de Ruben A no Jardim Botânico do Porto

Breve nota sobre Ruben A:

Ruben A. (1920-1975) é o pseudónimo de Ruben Andresen Leitão. Nasceu em Lisboa a 26 de Maio de 1920 e faleceu em Londres em Setembro de 1975. Foi professor no King's College em Londres entre 1947-1951 e funcionário da Embaixada do Brasil em Lisboa entre 1954-1972. Entre 1972-1974 exerceu o cargo de administrador da Imprensa Nacional-Casa da Moeda e director-geral dos Assuntos Culturais do Ministério da Educação e Cultura. 


Além de romancista, é conhecido também como dramaturgo, cronista e historiador. Obras: Caranguejo (romance, 1954), Cores (contos, 1960), Cartas de D. Pedro V aos seus Contemporâneos (1961), A Torre da Barbela (romance, 1965), O Outro que era Eu (1966), O Mundo à Minha Procura (1964, 1966 e 1968), Páginas (seis diários publicados em 1949, 1950, 1956, 1960, 1967 e 1970), Silêncio para 4 (novela, 1973), Kaos (romance, 1982).

ver mais aqui.

1.5.07

rua BELA


Sobre esta rua nada existe nos meus arquivos. Só posso acrescentar que é na Foz do Douro.

Rua ARQUITECTO NICOLAU NASONI


Já se chamou Travessa dos Clérigos.

Curiosidade: O cartoonista Onofre Varela até há pouco tempo teve aqui o seu atelier.

Quem foi Nicolau Nasoni?

NICOLAU NASONI - Arquitecto italiano que traçou a igreja e a torre dos Clérigos, o palácio do Freixo, a reconstrução da igreja da Misericórdia, a galeria no flanco da Sé chamada “Galeria de Nasoni”, o portão da Quinta da Prelada e a construção da respectiva casa, o retábulo do altar-mor da capela-mor da igreja de Santo Ildefonso, e talvez a matriz de S. Tiago de Bougado. assim como várias outras obras em Portugal entre as quais o Palácio de Mateus em Vila Real. Chegou ao Porto em 1725. Morreu em 1773.