No número 159 existe uma placa relacionada com Carolina de Michaellis.
No n° 285, actual ISCET, foi durante anos (até aos anos 60) o Salão Silva Porto, misto de Galeria de Arte e de Antiquário.
foto d'A Baixa do PortoParte desta rua, do seu início até à rua do Breyner é pedonal.
Curiosidades:
Algures, num dos palacetes, morou, durante a juventude de Jorge Nuno, a família Pinto da Costa. Num outro dos palacetes, segundo a história da cidade, foi instalado o primeiro elevador da cidade.
CAROLINA MICHAELLIS DE VASCONCELOS - Alemanha, 1851 - Porto, 1925.
Romancista e professora universitária, nascida em Berlim e naturalizada portuguesa em 1876, por casamento. Estudou um grande número de línguas fora da universidade, já que o ensino universitário, na Alemanha, era interdito a mulheres. Adquiriu uma vasta erudição, de que deu mostras nos seus trabalhos, desenvolvendo simultaneamente um rigor metodológico exemplar.
CAROLINA MICHAELLIS DE VASCONCELOS - Alemanha, 1851 - Porto, 1925.
Romancista e professora universitária, nascida em Berlim e naturalizada portuguesa em 1876, por casamento. Estudou um grande número de línguas fora da universidade, já que o ensino universitário, na Alemanha, era interdito a mulheres. Adquiriu uma vasta erudição, de que deu mostras nos seus trabalhos, desenvolvendo simultaneamente um rigor metodológico exemplar.
Fixou-se no Porto, publicando grande número de estudos sobre Filologia, História da Literatura e até Etnologia. Foi convidada para uma cátedra da Universidade de Lisboa, vindo porém a ser transferida para Coimbra, onde exerceu actividade docente a partir de 1911. De entre as suas obras, destacam-se a edição crítica das Poesias de Sá de Miranda (1885), a monumental edição do Cancioneiro da Ajuda (1904-1921), uma História da Literatura Portuguesa (1897) em alemão, as Lições de Filologia Portuguesa (1912), A Saudade Portuguesa (1914, obra que procurou analisar a especificidade do povo português, inserindo-se no ambiente cultural do país numa época em que ganhava força a corrente do saudosismo), Romances Velhos em Portugal, Autos Portugueses sobre Gil Vicente y de la Escuela Vicentina e Algumas Palavras Sobre os Púcaros de Portugal.
biografia de Carolina Michaellis de Vasconcelos
outra biografia de Carolina Michaellis de Vasconcelos
sobre a fonte da Rua de Cedofeita
"Comecemos pela Rua de Cedofeita, junto ao entroncamento com as ruas de Álvares Cabral e Sacadura Cabral. Tomemos a direcção da Praça de Carlos Alberto. Logo ali, à direita, num prédio de arquitectura vulgar, com o número 501, uma placa na fachada do edifício lembra que nele nasceu em 11 de Janeiro de 1883 o diplomata, escritor e jornalista Augusto de Castro, que foi director do Diário de Notícias. Uns metros adiante, fechado, com os vidros das janelas partidos, votado ao mais completo abandono está o prédio com o número 395. Aparentemente nada há nele que o diferencie dos demais. E, no entanto, este edifício protagonizou uma das mais significativas fases da história da cidade do Porto. Foi nele que o rei D. Pedro IV teve a sua residência e instalou o seu Quartel General durante o Cerco do Porto. Inicialmente aquele monarca alojou-se no Palácio dos Carrancas (onde está agora o Museu Nacional de Soares dos Reis), sem dúvida o palácio mais indicado, para a época, como digno da residência de um rei. Mas, certa noite, a artilharia miguelista, colocada em Gaia, atingiu a residência régia e os conselheiros de D. Pedro IV insistiram com ele para que se mudasse para a casa da Rua de Cedofeita que pertenceu à família Ribeiro de Faria.
Foi, mais tarde, de D. Júlia de Mello Sampaio de Lencastre, serviu de sede aos Tribunais Correccionais e acolheu depois uma repartição das Finanças. Foi recentemente comprada pelo dono de uma oficina de reparação de automóveis que fica pegada. Não se sabe qual vai ser o seu destino, mas dava perfeitamente para acolher o Museu do Cerco, que ainda não existe.
Ao tempo da guerra liberal, a Rua de Cedofeita ainda não estava toda urbanizada. Mas já possuía, de um e do outro lado, boas casas de habitação, algumas apalaçadas. Era, para a época, uma rua muito comprida mas não desmesuradamente larga.
Foi, mais tarde, de D. Júlia de Mello Sampaio de Lencastre, serviu de sede aos Tribunais Correccionais e acolheu depois uma repartição das Finanças. Foi recentemente comprada pelo dono de uma oficina de reparação de automóveis que fica pegada. Não se sabe qual vai ser o seu destino, mas dava perfeitamente para acolher o Museu do Cerco, que ainda não existe.
Ao tempo da guerra liberal, a Rua de Cedofeita ainda não estava toda urbanizada. Mas já possuía, de um e do outro lado, boas casas de habitação, algumas apalaçadas. Era, para a época, uma rua muito comprida mas não desmesuradamente larga.
No princípio era a estrada que do Olival (Cordoaria) ligava com Barcelos e Vila do Conde. Até 1781 foi conhecida pela designação de Rua da Estrada. Depois chamaram-lhe Rua Direita de Cedofeita até que veio a denominação actual. No século passado por esta artéria tonitroavam os pregões das vendedeiras de rua e o fragor dos tamancos arrastando-se pelo solo pedregoso. De manhã à noite a rua apresentava-se sempre atravancada de carros de bois, em constantes idas e vindas de Ramalde para os fretes da zona ribeirinha.
Durante o período que durou o Cerco, e por via da circunstância já acima referida de nesta artéria ter sido instalada a residência de D. Pedro IV, a Rua de Cedofeita transformou-se no centro de toda a vida social e oficial da cidade. Na mesma artéria estavam instaladas as secretarias da Guerra e dos Estrangeiros; os ministros Agostinho José Freire (Guerra); e José António de Magalhães (Justiça) viviam muito perto da residência real. Na Rua da Torrinha, no prédio número 55, a dois passos de Cedofeita, estava a secretaria do Reino."
(Germano Silva, em Cedofeita, Colecção "Mediana - Guias das Freguesias do Porto", Edições Afrontamento e Mediana S.A., Porto 1996)
(Germano Silva, em Cedofeita, Colecção "Mediana - Guias das Freguesias do Porto", Edições Afrontamento e Mediana S.A., Porto 1996)
agradeço a contribuição de Denudado
5 comentários:
Já foi acrescentado um link para este blog no Comboio Azul.
Mais uma vez, Parabéns!
"Comecemos pela Rua de Cedofeita, junto ao entroncamento com as ruas de Álvares Cabral e Sacadura Cabral. Tomemos a direcção da Praça de Carlos Alberto. Logo ali, à direita, num prédio de arquitectura vulgar, com o número 501, uma placa na fachada do edifício lembra que nele nasceu em 11 de Janeiro de 1883 o diplomata, escritor e jornalista Augusto de Castro, que foi director do Diário de Notícias. Uns metros adiante, fechado, com os vidros das janelas partidos, votado ao mais completo abandono está o prédio com o número 395. Aparentemente nada há nele que o diferencie dos demais. E, no entanto, este edifício protagonizou uma das mais significativas fases da história da cidade do Porto. Foi nele que o rei D. Pedro IV teve a sua residência e instalou o seu Quartel General durante o Cerco do Porto. Inicialmente aquele monarca alojou-se no Palácio dos Carrancas (onde está agora o Museu Nacional de Soares dos Reis), sem dúvida o palácio mais indicado, para a época, como digno da residência de um rei. Mas, certa noite, a artilharia miguelista, colocada em Gaia, atingiu a residência régia e os conselheiros de D. Pedro IV insistiram com ele para que se mudasse para a casa da Rua de Cedofeita que pertenceu à família Ribeiro de Faria.
Foi, mais tarde, de D. Júlia de Mello Sampaio de Lencastre, serviu de sede aos Tribunais Correccionais e acolheu depois uma repartição das Finanças. Foi recentemente comprada pelo dono de uma oficina de reparação de automóveis que fica pegada. Não se sabe qual vai ser o seu destino, mas dava perfeitamente para acolher o Museu do Cerco, que ainda não existe.
Ao tempo da guerra liberal, a Rua de Cedofeita ainda não estava toda urbanizada. Mas já possuía, de um e do outro lado, boas casas de habitação, algumas apalaçadas. Era, para a época, uma rua muito comprida mas não desmesuradamente larga.
No princípio era a estrada que do Olival (Cordoaria) ligava com Barcelos e Vila do Conde. Até 1781 foi conhecida pela designação de Rua da Estrada. Depois chamaram-lhe Rua Direita de Cedofeita até que veio a denominação actual. No século passado por esta artéria tonitroavam os pregões das vendedeiras de rua e o fragor dos tamancos arrastando-se pelo solo pedregoso. De manhã à noite a rua apresentava-se sempre atravancada de carros de bois, em constantes idas e vindas de Ramalde para os fretes da zona ribeirinha.
Durante o período que durou o Cerco, e por via da circunstância já acima referida de nesta artéria ter sido instalada a residência de D. Pedro IV, a Rua de Cedofeita transformou-se no centro de toda a vida social e oficial da cidade. Na mesma artéria estavam instaladas as secretarias da Guerra e dos Estrangeiros; os ministros Agostinho José Freire (Guerra); e José António de Magalhães (Justiça) viviam muito perto da residência real. Na Rua da Torrinha, no prédio número 55, a dois passos de Cedofeita, estava a secretaria do Reino."
(Germano Silva, em Cedofeita, Colecção "Mediana - Guias das Freguesias do Porto", Edições Afrontamento e Mediana S.A., Porto 1996)
Já não existe a famosa "Mi Allegro"?
Já não existe mais a "Mi Allegro"?
@ Aspire - chohfi:
Em 4 anos a rua também mudou, mas a Mi Allegro ainda existe. há menos lojas a vender sapatos, a loja de comércio justo já desapareceu.
À noite há mais movimento. E eu continuo a passar por lá para ir até à padaria ou para ir ao supermercado.
Obrigado por ter passado por aqui, obrigado por ter deixado um comentário.
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