14.11.14

Palacete do Visconde Pereira Machado

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Para saber mais sobre este Palacete pode consultar a página da Liga dos Combatentes.

No entanto é importante saber que se trata de um imóvel sem protecção legal.

"Situado no gaveto entre a Rua da Alegria (n.º 39) e a Rua Formosa (n.º 121), este palacete oitocentista acolhe, actualmente, a sede do núcleo do Porto da Liga dos Combatentes da Grande Guerra. Fundada em 1925, esta associação adquiriu, em (Março de) 1974, o imóvel onde se encontra instalada, tendo procedido, desde então, a uma série de intervenções de recuperação e restauro. Para além dos Serviços Centrais da Liga, existe ainda, neste prédio, o Museu dedicado às duas Guerras Mundiais, uma Galeria de Arte, uma Biblioteca, uma residencial e um restaurante.
A edificação deste palacete, em meados do século XIX, deve-se ao Visconde Pereira Machado, que aqui habitou, celebrizando o imóvel pelas festas e bailes que organizava e que tanta fama granjearam na sociedade portuense de então. Nascido na cidade invicta, viveu no Brasil até aos 30 anos, época em que regressou à terra natal, onde desenvolveu, graças à sua imensa fortuna, uma acção benemérita a favor de várias instituições, o que lhe mereceu, em 1861, o título de Visconde.
O seu palacete testemunha uma época de desenvolvimento do Porto, marcada pelo gosto neoclássico e algum eclectismo. A fachada principal, dividida em três panos, é aberta por um conjunto de vãos simétricos, cujos ritmos convergem na secção central, destacando o frontão com o brasão dos Pereira Machado. Se no piso térreo, onde anteriormente funcionaram os serviços de apoio ao palacete, os vãos são de linhas rectas, salientando-se a porta central pela sua maior altura, no andar nobre observam-se uma série de janelas de sacada, com varandas que respeitam a divisão tripartida do alçado. A central é abaulada, variando também os remates das janelas, com frontões triangulares e circular, ao centro. A balaustrada esconde o terceiro piso, onde antigamente se situavam os quartos da família.
Apesar dos recortes, a cantaria preenche quase a totalidade do alçado, que não prescinde do habitual frontão triangular, e cuja janela central exibe motivos de grinaldas claramente filiados num gosto neoclássico.
No interior, ganha especial importância a escadaria de granito que liga os primeiros dois pisos, rematada por uma clarabóia com decoração em estuque, de imponente efeito decorativo. De entre os muitos compartimentos, boa parte dos quais com trabalhos de estuque, destaca-se o denominado Salão Nobre (hoje parte do Museu), com pinturas a óleo da autoria do italiano Polo Pizzi. O esplendor destes interiores era, a avaliar pelos elementos desaparecidos de que há notícia, bastante mais aparatoso. Em muitas salas existiam fogões de sala, em mármore de Carrara, e no Salão Nobre, as falsas colunas eram coroadas por figuras duradas.
Depois do Visconde Pereira Machado, este edifício recebeu, na década de 1930, o Tribunal da Relação e o Arquivo de Identificação do Porto, tendo chegado à década de 70 do século XX com vários problemas de degradação, que a Liga dos Combatentes procura, ainda hoje, resolver.
(Rosário Carvalho)"

(Despacho de encerramento de 12-07-2006 da Vice-Presidente do IPPAR
Despacho de abertura de 5-12-2000 do Vice-Presidente do IPPAR)



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