1.12.06

Rua CLEMENTE MENÉRES


Já se chamou rua do Paço e Praça do Duque de Beja.

Tem o nome actual pelo menos desde 1945.

Sobre Clemente Menéres descobri há pouco tempo isto:


«A Quinta do Romeu nasceu da visão de Clemente Guimarães Menéres.

Clemente da Fonseca Guimarães, nascido em 1843 na Vila da Feira, tinha uma energia enorme.
Foi para o Rio de Janeiro aos 15 anos onde então residiam parentes seus. Regressou cinco anos depois, dedicou-se ao comércio e voltou lá mais tarde. Percorreu a Europa Central e de Leste e o Médio Oriente à procura de mercados. Tinha um caminho novo a percorrer. Talvez por isso, acrescentou um nome, Menéres, ao Guimarães que já tinha. Não cabia no País nem na família. Fundou imensas sociedades para exportar produtos portugueses, nomeadamente vinhos, conservas e cortiça. Criou a primeira fábrica de conservas e a primeira fábrica de rolhas em Portugal.

Aos 31 anos, em 1874, parte em carro de cavalos para Trás-os-Montes para comprar os sobreirais que ouviu dizer que por lá havia. Cria uma propriedade, a Quinta do Romeu, com uns milhares de hectares dispersos por oito concelhos do distrito de Bragança. Refaz as vinhas que encontra dizimadas pela filoxera e alarga os olivais que existiam. Como a qualidade dos vinhos e o “terroir” o justificavam, na remodelação da Região do Douro de 1907 é autorizado a produzir Vinho do Porto.
Participou em muitas feiras na Europa e na América do Norte e do Sul. O diplomata Venceslau de Morais no seu livro “Cartas do Japão” refere, com elogios, a sua presença na Feira de Osaka de 1903.

Em 1902 funda, com os filhos, a actual Soc. Clemente Menéres Lda. Depois de falecer, em 1916, sucedem-lhe os filhos, netos e bisnetos.
Um dos filhos, Manoel Menéres, na década de 60, pessoalmente restaura e renova três aldeias locais, cria infantários para as crianças e um restaurante para as sustentar com a sua receita, o Maria Rita, e faz também o Museu de Curiosidades.
Com o mesmo espírito, os seus descendentes continuam e aperfeiçoam a Quinta do Romeu. Com carinho e dedicação. Também com persistência, muita. Passou esta Sociedade os tempos da implantação da República, das duas grandes guerras, da revolução de Abril, da integração europeia e actua agora no palco global. Produz um dos melhores azeites do mundo e vinhos do Porto e de consumo de muita categoria. Vende para a Europa, América e Ásia.

Procura-se, no Romeu, uma harmonia entre as pessoas, as culturas agrícolas, o ambiente e a economia. Como se fosse música. Para lá da agricultura biológica, com alma. Eticamente empenhados. Conscientes dos pés na terra e do Divino no “céu”. Alimentados por Ambos.

Se nos visitar, isso sente-se. Mesmo no Restaurante Maria Rita.»

publicado em Quinta do Romeu

Descendentes de Clemente Menéres também criaram um blogue (infelizmente não faz referência à actualização que já houve neste artículo. Tem dados interessantes para o conhecimento da actividade deste empreendedor.   

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