1.12.13

Neste prédio de Miragaia ...

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... existe uma placa que indica o nascimento em 1744 de Tomás António Gonzaga.


Mais algumas linhas sobre este português de Miragaia que aos sete anos seguiu a família até ao Brasil e que faleceu deportado em Moçambique:


«Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) foi poeta português. Seu livro "Marília de Dirceu", foi escrito com o pseudônimo árcade de Dirceu. Por seu envolvimento na Inconfidência Mineira, foi preso e deportado para a África.
Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) nasceu em Porto Portugal, no ano de 1744. Seu pai e seu avô paterno eram brasileiros. Quando seu pai retornou ao Brasil, como Ouvidor de Pernambuco, Tomás estava com sete anos de idade. Iniciou seus estudos com os jesuítas na Bahia, até 1761. Com 17 anos foi estudar na Universidade de Coimbra. Já formado em Direito, redigiu uma tese para concurso universitário, hoje publicada como "Tratado de Direito Natural.
Em 1782, Tomás retorna ao Brasil, como Ouvidor de Vila Rica. Em 1786 é nomeado Desembargador para a Bahia, mas adiou o quanto pode essa transferência. Estava apaixonado pela jovem mineira, de 17 anos, Maria Joaquina Dorotéia de Seixas Brandão.
Tomás participava das reuniões dos inconfidentes, que tinham como objetivo libertar a colônia do domínio econômico português. A conspiração era realizada por pessoas da elite econômica, onde se destacava a presença de padres e letrados, entre eles Tomás Antônio Gonzaga. Foi delatado, preso e levado para o Rio de Janeiro, onde ficou até 1792. Nesse mesmo ano publica a primeira parte do livro que vinha compondo nos bons tempos em Vila Rica.
Na primeira parte do livro, o poeta fala do amor, canta as experiências de uma vida simples, em contato com a natureza, ao lado de seus amigos pastores e de sua querida pastora Marília. Seus poemas estavam de acordo com a expressão do Arcadismo, cuja proposta era o retorno à ordem natural, em que a natureza adquire um sentido de simplicidade, harmonia e verdade, como nesse trecho de Marília e Dirceu: "Enquanto pasta alegre o manso gado,/Minha bela Marília, nos sentemos/À sombra deste cedro levantado./Um pouco meditemos/Na regular beleza,/Que em tudo quanto vive nos descobre/A sábia Natureza".
Ainda em 1792, Gonzaga é deportado para Moçambique. A segunda parte do livro, foi escrita e publicada quando ainda estava na prisão, em 1799. Nesses textos, o tom é outro, o poeta se lamenta do destino, afirmando sua inocência e queixando-se das saudades de "Marília" e da liberdade: "Que diversas que são, Marília, as horas,/Que passo na masmorra imunda e feia,/Dessas horas felizes, já passadas/Na tua pátria aldeia!".
O poeta escreveu ainda "Cartas Chilenas", uma sátira manuscrita, em versos, que circulou anonimamente em Vila Rica. Através de estudos, confirmou-se que era de Gonzaga. Nele a figura do governador da capitania de Minas, Luís da Cunha Meneses, é ridicularizado, por suas arbitrariedades. O nome das pessoas e dos lugares são trocados. Minas Gerais é Chile; Vila Rica é Santiago; o autor é Critilo. A obra só foi publicada em 1845.
Tomás Antônio Gonzaga morreu em Moçambique, Àfrica, no ano de 1810. »

Publicado pela e-biografias.


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