Naquele universo de profissões desaparecidas como os engraxa(i)dores podemos também contar com as cerzideiras, as apanhadeiras de malhas, os funileiros, os sapateiros e tantos outros que ocupavam os vãos-de-escada ou as entradas de certos prédios do centro da cidade ainda há uns quarenta anos atrás.
E os pregões nas ruas?
Foram substituídos por floristas e tabacarias-vendedores de jornais e revistas que também tiveram uma vida curta, antes de desaparecem as portas de madeira abertas sobre a calçada e terem sido substituídas pelas vidraças pouco isolantes mas mais modernaças.
Os sapatos descartáveis e os produtos sintéticos aniquilaram os engraxadores que ou existiam nos cafés mais frequentados pela burguesia ou então em pleno centro da cidade - como este - outros havia no Porto nas barbearias onde os clientes habituais aproveitavam alguns minutos matinais para serem escanhoados.
Hoje ostento barba de três dias, calcorreio as ruas com sapatos de sola e de pele sintéticas.
Adeus alfaiates, barbeiros, cerzideiras, funileiros... amoladores de tesouras e vendedeiras de limões ou alhos...
Preciso de wifi nos cafés, internet no smartfone, carregador de bateria no cabeleireiro, nespresso no supermercado, espaço no cloud e pizza a domicílio.
Sou "in" apesar de me considerar um "silver surfeur"...
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