29.11.06

Praça D. João I

Praça onde se situa o Teatro Rivoli (inaugurado em 1932) e tendo face a face dois "enormes" prédios um dos quais foi chamado o Arranha-Céus quando da sua construção, o outro foi a sede do Banco Português do Atlântico de Cupertino de Miranda.


Esta praça foi completamente redesenhada em 2001, integrada no Porto - Capital da Cultura. A fonte desapareceu. Em 2006 esta fonte foi implantada na Praça do Marquês.

detalhe painel - setembro 2006

Abel Salazar

No Banco Millenium - antigo café Rialto existe um painel da autoria de Abel Salazar.



2005



janeiro 2005

RIVOLI Teatro Municipal.Os frisos de escultura são da autoria de Henrique Moreira. O projecto original de Júlio de Brito data de 1929. A remodelação do Teatro, da autoria de Pedro Ramalho foi concluída em 1997. 



2005




ARRANHA-CÉUS - MAURÍCIO CARVALHO DE MACEDO, natural da freguesia de Telões, Amarante, nascido a 3 de Abril de 1896, mandou construi-lo. O prédio mais alto de Portugal em Maio de 1945. Traça de Rogério de Azevedo e de Baltasar de Castro.



painel de azulejos do "Palácio Atlântico" da autoria de Jorge Barradas


2006

O "Palácio Atlântico" (1951) deve-se à traça de ARS (arquitectos Fortunato Cabral, Cunha Leão e Morais Soares)



Acabo de encontrar este postal que mostra como era anteriormente a praça e o prédio do Banco Português do Atlântico. Nele existiam vários consultórios médicos assim como escritórios de empresas, como podemos observar: Gazcidla, Sacor e Companhia de Seguros Ourique. O consulado de França no Porto estava localizado no último andar, onde se nota um mastro de bandeira. Neste mesmo edifício também chegou a existir a escola de dactilografia Maratona.(actualização de Junho de 2011)

Se desejar ler e rever fotos do Rivoli pode consultar o blogue Restos de Colecção que em Novembro de 2013 divulga um interessante artigo.

27.11.06

Rua dos MERCADORES


A Rua dos Mercadores foi, juntamente com a Bainharia e a Rua Escura, um dos eixos de circulação vital para o Porto Mediévico, ligando a zona ribeirinha, centro
mercantil, ao burgo episcopal e assegurando a comunicação com as principais vias medievais que saiam do Porto em direcção ao Entre-Douro-e-Minho e a Trás-os-Montes. Percorrendo a zona extra-muros desde as imediações da Porta de Sant'Ana até à Praça da Ribeira, junto ao Douro - ia, segundo documento antigo, "de Sant'Ana para baixo até a Praça da Ribeira" - ela seria, como o seu nome indica, um dos locais eleitos pelos mercadores portuenses para instalarem as suas moradias e estabelecimentos. Era assim, uma zona rica da cidade, com estruturas bem cuidadas, embora algumas, desde cedo oferecessem problemas de conservação.


texto e foto de
Francisco Oliveira



O tempo em que a Ribeira foi centro cívico da cidade


Os "mercatores do Porto"

A partir da conquista de Lisboa aos mouros, por D. Afonso Henriques, em 1147, cessaram, por assim dizer, as incursões árabes aos territórios do Norte do país e a costa portuguesa deixou de andar, como acontecia até ali, infestada de navios
mouriscos, cujas tripulações assaltavam os barcos dos mercadores portuenses, mal eles saíam barra fora.

Tentando aproveitar, entretanto, as vantagens foraleiras concedidas, anos antes, pela "Carta de Foral", dada pelo bispo D. Hugo à cidade, novos moradores, provenientes especialmente das terras do interior, chegam ao velho burgo para se empregarem nos mesteres e, sobretudo, nas actividades ribeirinhas, porque o rio começava a ser a via dorsal de todo o comércio, não apenas com as terras do interior mas, fundamentalmente, com o exterior.

A cidade expandia-se para fora do primeiro muro defensivo, crescia em prestígio económico, assistia ao aumento cada vez mais acentuado do seu comércio com o exterior e via a sua população a aumentar de dia para dia.

Com o interesse que começa a despertar o intenso labutar da vida mercantil, mas não só, na zona ribeirinha da cidade, a população arrisca descer de Cimo de Vila para ao pé do rio, onde a vida fervilhava de tal modo que o Senado Municipal, a certa altura, teve que tomar medidas para evitar brigas e morticínios, tão intensa era a actividade que ali se desenvolvia no carregar e descarregar de navios, que ali chegavam todos os dias vindos das mais distantes paragens.

Da parte do Porto, eram os próprios burgueses da cidade que em seus navios faziam o comércio com a Flandres e outros portos do Norte da Europa e da França. E os pescadores da Lada, de Miragaia e de Massarelos também iam, em seus próprios barcos, até aos mares afastados da Bretanha e da Inglaterra. Levavam o sal das salinas de Matosinhos e de Guifões e traziam o pescado com que abasteciam os mercados do burgo.

A população aumentou com tal rapidez na zona ribeirinha que, em 1249, o bispo D. Julião Fernandes, para prover essa gente de assistência religiosa condigna, designou um capelão para a ermida de S. Nicolau, na Reboleira, precursora da actual igreja paroquial de S. Nicolau.

Desde muito cedo que os homens de negócios, que actuavam com seus barcos a partir do rio Douro, procuravam furtar-se ao pagamento dos impostos, levando as suas embarcações para o entreposto de Vila Nova de Gaia, criado por iniciativa de D. Afonso III, no ano de 1255.

O monarca, para retirar ao bispo do Porto e ao Cabido as pingues rendas que ambos recebiam da intensa actividade comercial que os mercadores da cidade desenvolviam, mandou ordem aos mestres e capitães dos navios que entrassem no Douro, para que "desembarcassem as mercadorias que trouxessem nos seus barcos no novo bairro de Vila Nova, afim de lhe pagarem aí a ele Rei os direitos devidos e não ao bispo nem ao Cabido…"

Esta atitude de D. Afonso III viria a gerar, no futuro, uma série de questões, pendências e conflitos entre a Mitra e os burgueses da cidade que, por seu vez, deram origem a excomunhões, interditos e queixas dos bispos ao Papa.

Numa data que não é possível determinar, mas que coincidiu com este surto de desenvolvimento do comércio marítimo, criou-se no Porto a primeira Bolsa destinada a acudir aos percalços da navegação e do comércio dos barcos do Porto que comercializavam com os portos do Norte da Europa. A iniciativa, para que não fiquem dúvidas, foi dos próprios armadores de navios da cidade. Muito anterior à que D. Dinis instituíra em Lisboa.

Na base desta iniciativa esteve o naufrágio na costa flamenga, em 1149, no tempo de D. Sancho I, portanto, de um navio da praça do Porto.

Pode dizer-se que se o progresso mercantil se fazia sentir especialmente na Ribeira, junto ao rio, onde se criara o novo centro cívico da urbe, a indústria, com os seus mesteres, prosperava nas encostas da Penha Ventosa e da Vitória como ainda hoje o atestam os nomes de arruamentos que nos trazem à memória os mesteirais de antanho agora evocados nos nomes de algumas das ruas portuenses Caldeireiros, Pelames, Mercadores, Bainharia.

No reinado de D. Pedro I (1357-1367 ), havia no Porto mais naves e navios do que em todos os outros portos do país. E a maior parte dessas embarcações de alto bordo eram construídas nos estaleiros da Ribeira e de Miragaia que competiam em qualidade e quantidade com os maiores estaleiros da Europa.

O tempo em que a Ribeira foi centro cívico da cidade

Nas inquirições de Entre Douro e Ave, de 1258, há frequentes referências aos "mercatores do Porto" e ao seu comércio com as praças do Norte da Europa e da Flandres. São aí mencionados muitos produtos agrícolas e industriais, a maioria deles portugueses com origem nas terras do interior ou manufacturados por artesãos portuenses vinhos, panos, sal, peles, couros. Gado cavalar, asinino, suíno, bovino e caprino. Alfaias agrícolas como ferros de arado, enxadas, ferraduras e cravos. Picões e cutelos. Caldeiras, grelhas e trempas. Mantas de Ferreira, de Barcelos e mesmo de Castela. Ourelos (panos grosseiros) , tecidos de algodão, sedas, sapatos e botas. E ainda cera, unto, sebo, vinagre, queijo e manteiga. Pelos séculos fora, de 1300 a 1700, através de tantas vicissitudes da vida nacional, a cidade do Porto continuou a singrar como principal centro mercantil e isto devido, fundamentalmente, às condições de navegabilidade do seu rio e do seu entreposto ribeirinho firmado na Ribeira ainda hoje uma verdadeira atracção porque continua a ser a varanda aberta sobre o Douro…

texto de Germano Silva publicado aqui


25.11.06

Rua da BANDEIRINHA


A Rua da Bandeirinha, que conserva a primitiva denominação e em grande parte o seu antigo perfil, é a artéria segundo cremos setecentista. Encontramo-la assim chamada em emprazamentos da Misericórdia, a partir de 1789, e é natural que venha, pelo menos de meados do século. Tomou o nome de "bandeirinha da saúde", que noutros tempos marcava a linha de atracagem das embarcações, em limite que não podia ser ultrapassado em caso de peste.


foto de Jorge Leigo

Não deixar de apreciar a fachada da “Casa das Sereias”, antigamente chamada pela população de “mamudas”, esta casa já pertenceu aos Cunha Portocarrero e durante alguns anos foi o "Hospital dos Ingleses" no século vinte.

(consultar também "Toponimia Portuense" de Eugénio Andrea da Cunha e Freitas)

23.11.06

Rua das FLORES



A Rua de Santa Caterina das Froles ou (rua de Santa Catarina das Flores), aberta em 1521 para ligar os conventos de S. Francisco e de S. Domingos aos de Santo Elói e de S. Bento da Ave Maria.
Os terrenos onde se abriu a rua, entre o rio da vila e o morro da “Vitória”, pertenciam todos à Mitra, que por isso os dividiu em chãos (lotes) e ficou senhoria directa de todas as casas que na nova artéria se vieram a construir. Uma casa podia ocupar vários chãos; como a casa da Santa Misericórdia que ocupava sete chãos.
Nesta rua e logo quando da sua abertura tiveram casa as melhores famílias
burguesas. A casa da Companhia Velha na esquina da Viela do Ferraz, do lado de S. Domingos, eram duas moradas que possuía o contador João de Figueiroa Pinto.
Nesta rua teve casa e viveu Simão Pacheco rico mercador portuense da era de seiscentos, da estirpe de que provieram os Pachecos Pereiras, da Rua de Belomonte tinham loja de panos a S. Domingos, mas breve se afidalgaram, com cartas de brasão de armas e foros na Casa Real. Em 1860 abriu-se a continuação da rua das Flores desde a rua Dona Maria II hoje Trindade Coelho, (aberta em 1838), até ao largo da porta dos Carros, depois largo da Feira de S. Bento hoje Praça de Almeida Garrett.


Curiosidades

MEDICINA E CRENDICES
O dr. Cristiano Morais à roda do ano de 1928, com o seu “curioso tratamento o método Asuero” por meio de uma picadela num dos nervos do nariz, alvoroçou Portugal de lés-a-lés. Eram bichas intermináveis de doentes, vindos de todas as terras, de perto e de longe, que se aglomeravam à porta do consultório.
Um êxito inigualável. Deu para fazer a melhor vivenda da Rua de Camões. Outra história deste médico: o toureiro João Froes, dado como totalmente incapaz para o toureio pela ciência lisboeta, foi curado graças ao cirurgião dr. Cristiano de Morais que o operou com excepcional êxito. Em 1865 havia anúncios na imprensa para vender Cruz Milagrosa contra a Peste na Rua das Flores nº 224 a 226 por 10 réis.

(dados recolhidos por Jorge Rodrigues, fotos de Francisco Oliveira, aos quais agradeço a colaboração)

_________
Nesta rua:

Um alfarrabista: Chaminé da Mota
Uma Igreja: Igreja da Misericórdia

21.11.06

Esplanada do CASTELO


O Forte de S. João da Foz que foi construído em 1570.


- Para o seu arquivo ou para publicar, aqui lhe envio uma fotografia, feita ontem, do ângulo mais atirado ao rio e mar, bem como o seguinte pequeno texto:
"O Castelo de S. João da Foz é uma edificação iniciada no século XVI, por ordem de D. Catarina de Áustria - regente do reino e avó de D. Sebastião - e concluído no século XVII por D. Jão IV.
Serviu de calabouço do Duque de Terceira e alguns dos seus oficiais, aquando da revolta da Patuleia, em Outubro de 1846 e, mais recentemente, de armazém e paiol."

Saudações
Francisco Oliveira -



A primeira Igreja de S. João da Foz, situava-se dentro do castelo. Em 1640 com as obras a efectuar na fortaleza foi necessário transferi-la para outro lugar.

Actualmente o Castelo é ocupado pelas instalações do Instituto de Defesa Nacional (IDN)

20.11.06

Rua do ATENEU COMERCIAL DO PORTO

Já foi Travessa Passos Manuel.


Nesta rua (então Travessa Passos Manuel) existia, nos anos 60, o Teatro de Bolso "António Pedro" do T.E.P. - Teatro Experimental do Porto.




A história da benemérita e velha instituição tão portuense que é o Ateneu Comercial está há muito feita, e vamos apenas esboçá-la para quem de todo a desconhece. No dia 29 de Agosto de 1869, na Rua da Porta do Sol, António Bernardino Alves Costa, Pedro Pinto Gonçalves Pimenta e Manuel José Alves de Azevedo fundavam uma sociedade recreativa que denominaram Nova Euterpe. Foi graças a estes cavalheiros que pôde sobreviver e prosperar. Em 1877 ou 78, começaram a funcionar ali cursos de escrituração e geografia comerciais entre outros. Desde 10 de Janeiro de 1885 estava o Ateneu instalado na Rua de Passos Manuel. Uma das mais belas coisas que o Ateneu possui é a sua bibliotéca, que começou com 326 volumes num gabinete de Leitura e que já em 1944 ascendia a mais de 50 000, com verdadeiras preciosidades, tal como « um precioso e raríssimo exemplar» da 1º edição de «Os Lusíadas». Foi em 1884, um ano antes de se mudar para a nova sede, que se trocou o nome de Nova Euterpe pelo de Ateneu Comercial. E foi cremos, pelo seu centenário que à antiga Travessa de Passos Manuel foi dado o nome de Ateneu Comercial do Porto.

Mais sobre o Ateneu Comercial do Porto


Plateia e Balcão do Teatro de Bolso António Pedro.
(foto do Círculo de Cultura Teatral)


16.11.06

Rua de BELOMONTE

foto de Francisco Oliveira
Outrora chamada de S. Domingos.

foto de Francisco Oliveira

A realçar a existência nesta rua do Solar dos Pacheco Pereiras (actualmente ocupado pela ESAP).

A primitiva Rua de Belmonte correspondia a parte inferior da Rua das Taipas.

«...A Rua de Belomonte aparece assim em princípios do século XVI, graças à iniciativa dos frades. As primeiras trinta varas de chãos foram por eles aforadas, em 1503, ao armeiro Álvaro Gonçalves, o personagem tão conhecido da «A Última Dona de S. Nicolau», para construir cinco moradas de casa --- «assim como pegava da escada que sobe para para a viela da Esnoga, pela Rua de Belomonte acima, da parte da vitória», reza a respectiva escritura. No fim da rua, antes de chegar ao largo de S. João Baptista, hoje de S. João Novo, havia um cruzeiro que deu nome ao local: O Padrão de Belmonte.»

"Toponímia Portuense" de Eugénio Andrea da Cunha e Freitas

Jardim da CORDOARIA

Mais conhecido como Jardim da Cordoaria. Também conhecido por Campo dos Mártires da Pátria, tem o nome oficial de Jardim João Chagas.


Estátuas:
"Flora" de TEIXEIRA LOPES, inaugurada em 1904,
"RAMALHO ORTIGÃO" obra de LEOPOLDO DE ALMEIDA.


Busto de ANTÓNIO NOBRE, bronze de TOMÁS COSTA, inaugurado em 1926.

Palácio da Justiça - começado em 1958 e terminado em 1961, risco do arquitecto RODRIGUES LIMA.

A actual configuração do jardim fica a dever-se a: Camilo Cortesão e Mercês Vieira


Quem foi João Chagas:
JOÃO CHAGAS - Republicano, director de “A República Portuguesa” cujo primeiro número foi publicado a 1 de Setembro de 1890.

Quem lá morou:
O Dr. FRANCISCO DE ASSIS E SOUSA VAZ, que se doutorou em Paris, e foi professor na nossa Escola Médico-Cirúrgica. «O Médico Assis», como era conhecido na cidade, dedicou-se largamente ao cuidado dos expostos e ao problema das rodas, ao mesmo tempo que era o clínico da primeira sociedade portuense do seu tempo. Morreu em 6 de Abril de 1870, e Alberto Pimentel retratou-o no seu curioso livro «O Porto por Fora e por Dentro». «Nos últimos anos de sua vida era um velho seco, que se arrastava coxeando, em consequência de um desastre que sofrera, mas ainda tão animado de espírito, que empreendeu a reedificação do prédio onde nascera, na Praça da Cordoaria, chegando a convertê-lo num, palacete...». Foi ele quem deu o nome à Viela do Assis.«Tinha um nome de tal maneira conhecido e respeitado que não esqueceu mais» escreve ainda Alberto Pimentel. Foi também o clínico assistente do rei Carlos Alberto, razão por que foi médico honorário da casa Real de Sardenha.

De onde vem o nome "Cordoaria":

CORDOARIA - Campo onde havia fábricas de cordas. Acabou quando a Câmara nos dias 4 e 5 de Outubro de 1852, mandou — por não concordarem com a intimação — arrasar todas as rodas, pias, caldeiras e mais apetrechos dos cordoeiros. Estes foram obrigados a procurar pelos vários sítios da cidade, em regime de aluguer, quintais, campos ou terrenos devolutos. Um dos terrenos para onde foram situava-se na esquina de Gonçalo Cristóvão e Praça da República onde mais tarde se construiu o Palacete das águias no qual esteve a cooperativa “O Problema da Habitação”. Aí estiveram dois cordoeiros que trabalhavam com 4 rodas, não obstante, devido à amplidão do terreno, haver espaço para funcionarem dez ou doze rodas. Para recolha do material e para se abrigarem da intempérie, mandaram os dois artífices de cordoaria, como era uso, construir um espaçoso telheiro.


Curiosidade:

ÁRVORE DA FORCA - Havia uma lenda na cidade do Porto, penso que em 2000 já não se houve falar no quotidiano, mas que eu ainda ouvi, que aponta uma certa árvore do jardim da Cordoaria como sendo a “árvore da forca”. Já não existe esse olmo ou negrilho gigantesco que tinha um ramo também gigantesco que lhe saía do tronco à altura de uns 2,5 metros em forma de ângulo recto e que a 2,5 metros de distância subia à vertical acompanhando a linha do tronco. Realmente tinha a forma de uma forca. Diz-se que foi plantado no tempo dos Filipes em 1611. Em 2000, desaparecido há poucos anos. Mas já Camilo demonstrava que nunca ali se tinha enforcado ninguém. No entanto, a devassa de Pombal a propósito do motim contra a Companhia Velha resultou no enforcamento de alguns dos revoltosos no campo da Cordoaria, mas no devido local, isto é, logo ao pé da cadeia. A lenda é uma forma de eternizar sobre algo de real, um acontecimento chocante. (texto de Jorge Rodrigues)

também sobre o jardim

15.11.06

Rua COSTA CABRAL







"A RUA DE COSTA CABRAL OU ESTRADA DA CRUZ DAS REGATEIRAS"



Em 1845 foram “reformadas”, segundo o novo plano de estradas do Reino, as da província de Entre Douro e Minho. Vitais, neste plano, eram aquelas que cobriam os acessos ao Porto: as de Guimarães, de Braga e de Penafiel por onde se escoava a maioria do tráfego entre a cidade e as regiões minhotas e durienses. (O terrestre, porque o rio desempenhava, na época, um papel inultrapassado na circulação de mercadorias e pessoas.)

Em substituição da Rua do Lindo Vale, estreita, irregular e mal pavimentada, uma empresa encarregada de efectuar aquelas reformas abriu a grande e moderna via de penetração (inovadoramente pavimentada a macadame) até ao Porto. Atribuíram-lhe o nome do político António Bernardo da Costa Cabral, na altura ministro do Reino que não era ou não veio a ser uma figura apreciada pelos portuenses que preferiram chamar à nova artéria a “”estrada da Cruz das Regateiras””. Em 1851, em sinal de repúdio por aquele baptismo e quando o ministério de Costa Cabral caiu, a população tratou de derrubar a pedra que, junto ao Marquês, assinalava o início e a designação da rua. Porém, a tradição e a vontade dos populares não conseguiram impor-se e tanto o nome de Cruz das Regateiras como o de estrada desapareceu definitivamente – ao contrário de outros topónimos – e Costa Cabral ficou nome assente e enraizado. Curiosamente aponte-se que, nos meados do século XIX, os lugares atravessados pela rua eram tão excêntricos que o Município recusou arcar com a despesa da abertura da mesma, alegando tratar-se de uma obra “”fora das barreiras” da cidade…

Atravessando terrenos rurais, quintas e casas, a Rua de Costa Cabral rompeu com a imagem dos arruamentos da zona, caminhos mais ou menos aldeãos e irregulares. Alguns eram, todavia, inegavelmente, úteis e calcorreados, pois, através deles, viajantes e vizinhos dirigiam-se para as Antas ou para o Campo Grande (24 de Agosto). Passavam pelas Goelas de Pau e Bonfim. Seguiam ainda para Campanha e, por outro lado, para as diversas aldeias de Paranhos (então campos e mais campos).

Centro de irradiação de caminhos e referência obrigatória na saída da cidade, eis a Cruz das Regateiras (aliás Largo 25 de Março, aliás, Largo da Cruz).

Lojas de merceeiro e de vinhos animavam o local, povoado e construído. Algumas casas do século XIX e uma pequena escadaria, uma viela tranquila e praticamente rural é tudo o que resta do sítio antigo. Mas, com as suas árvores vigorosas, o seu chafariz de ferro fundido, de lampião em cima, raro, o mictório de ferro que ainda subsiste, na entrada da Rua de Contumil, o Largo da Cruz é um pedaço da Porto arrabaldino que se desagrega, tragado pelos apetites imobiliários. Da Cruz para poente seguia, no século passado, um caminho que deu origem à viela (e depois rua) do Relógio, hoje com a metade norte absorvida pela abertura da Avenida de D. João II. A origem daquele nome radica no relógio de sol do palacete do Dr. Jaime Magalhães, já demolido, que ficava na esquina da Rua Pereira Reis (este relógio está depositado no Museu de Etnografia e História).

Ligando a Praça do Marquês à estrada da Circunvalação, na Areosa, a Rua de Costa Cabral é a mais extensa do Porto. Desenvolve-se em linhas rectas que lhe dão um traçado uniforme; inflecte, porém, decididamente para o interior sem que disso o transeunte se dê conta. Essas parcelas rectilíneas definem zonas residenciais com diversos estilos de construções. Do Marquês até Silva Tapada encontra-se uma fileira de habitações (só interrompida por alguns cruzamentos), algumas notáveis no quadro da arquitectura portuense oitocentista. São de referir as que, ao nível dos telhados (no 2º. Ou 3º. Andares), apresentam uma varanda-miradouro «para apanhar o fresco». Antes da Avenida dos Combatentes aponta-se o Palacete do Lima que abriga a sede do Académico, clube que chegou a atingir grande nível no panorama desportivo da cidade e do país (o seu recinto de jogos, o «Estádio do Lima», foi, durante décadas, o único relvado do Porto, tendo assistido a alguns dos maiores acontecimentos em inúmeras modalidades. Futebol, caseiro ou internacional; andebol de 11, que enchia o estádio quando era contra a Espanha; ciclismo – as noites das «perseguições» e das voltas a Portugal; atletismo… Tudo por ali passava: desde o S. Lorenzo de Almagro – que «deu onze ao Porto» - até ao Elvas do Patalino… Numa miseranda operação a que ninguém teve coragem de se opor, o Estádio do Lima foi destroçado há anos para construírem «arranha-céus». Lá deveria ter ficado um parque desportivo polivalente ao serviço da juventude da cidade.

Logo a seguir ao Palacete do Lima está o grande edifício que pertenceu a uma das fábricas portuenses do Tabaco. Nele é magistral a marquise que cobre o vão de uma das entradas, bem como a grade do muro junto da rua, admirável conjugação das artes de ferreiro e vidraceiro. Depois, quase fronteiro à Rua do Lima, está o edifício do cinema Júlio Dinis, dos anos 40. Uma empresa alemã adquiriu-o para exibição de filmes daquela procedência. Trata-se de um imóvel evidentemente estranho ao padrão arquitectónico do local. De um desenho geometrizado em linhas rectas, funcional, sem efeitos decorativos e pintado de cor rosada, sempre se destacou do ambiente da rua. O projecto, importado da arquitectura modernista da época, dá, afinal, ao cinema, o valor de um documento estético que a cultura portuense assimilou e que deve ser conservado. Vem, depois, o cruzamento com a Avenida dos Combatentes (convite para uma deambulação sob o túnel dos plátanos do seu passeio central).Próximo da Igreja das Antas, dentro de um alto muro, encontram-se os magníficos parques e Casa dos Cepedas, armoriada, do século XVIII, um paraíso de sossego. (É interessante a cor amarela de todo o conjunto construído e notável o portão de ferro).

E sigamos por Costa Cabral. Alguns vandalismos recentes e gaiolas abstrusas se nos deparam. Depois da Rua de Joaquim Pires de Lima e até ao cruzamento que os portuenses conhecem como «Silva Tapada» (nome da rua que lá principia) há uma série de boa arquitectura em habitações no estilo do fim do século: a harmonia cuidada da porta lateral, uma ou duas janelas ao lado, primeiros andares com varandas ou janelas, etc. Tudo alinhado. Tudo certo. No granito, no ferro, no azulejo. Sabia-se construir… Pelo meio, aparecem os caixotes. Nesta correnteza, pode visitar a Casa Museu de Fernando de Castro, onde viveu o poeta, coleccionador e homem rico que, se não se destacou nas letras, ao menos legou à cidade as suas obras de arte, com relevo para uma colecção importante de pintura portuguesa.

Após Silva Tapada e até ao Largo da Cruz, a rua alarga um tanto em nova recta. Aqui a burguesia portuense – já do século vinte – fez construir as suas moradias que assinalam uma época de excelente arquitectura, com pormenores de grande requinte decorativo (portas, varandas, lavrados de cantaria, grades, azulejos) formando um conjunto extraordinariamente correcto (que, como seria de esperar, corre riscos, pois alguns atentados já o atingiram). Passado o Largo da Cruz, Costa Cabral começa a transformar-se numa rua incaracterística, de péssima arquitectura, nem moderna nem antiga, ou que nem é arquitectura, mas indigência cultural. Aqui e ali alguns bons prédios sobrevivem miraculosamente. Antes da Areosa pressente-se, em construções baixas, nalguns muros desalinhados, em certas habitações (especialmente umas muito pequenas, recuadas, próximo do cruzamento com a Rua de Santa Justa) a marca rural da antiga (e que continua a ser) estrada de Guimarães, restos de um tempo em que ela era um distanta, muito distante, caminho através dos campos, no território maiato.”

Helder Pacheco
in Porto
Novos Guias de Portugal
Editorial Presença

agradeço a Francisco Oliveira a colaboração em recolha de texto e de oferta de fotografias para a elaboração desta página

8.11.06

Rua da PICARIA




Actualização de Dezembro 2008:

Artigo publicado no Público de 15 de Dezembro:

«Ainda se compram móveis aqui, mas a rua onde nasceu Sá Carneiro está a mudar

15.12.2008, João Pedro Barros

Nesta artéria conhecida pelas marcenarias já há um bar e uma galeria, e começam
a chegar novos habitantes. Estará a nascer um novo centro cosmopolita?

A Para a maior parte dos portuenses, a Rua da Picaria é sinónimo de móveis. A carpintaria e a marcenaria, a par da venda de mobiliário, ainda é a actividade dominante, mas o negócio atravessa um período de acentuada decadência. Ao mesmo tempo, sente-se nesta rua um sopro de modernidade que promete mudar a sua face nos próximos anos.
O expoente máximo desta renovação é a galeria de ilustração e desenho Dama Aflita, que abriu em Novembro. O espaço é pequeno, mas suficiente para albergar obras nestes suportes. "Queremos fomentar coisas de bairro, criar situações de diálogo, por exemplo, com as lojas de mobiliário", adianta Júlio Dolbeth, ilustrador, docente universitário e um dos promotores. O artista madrileno Luís Urculo, com trabalhos em técnica mista, é o primeiro a expor na galeria, que é "pioneira em Portugal" na sua abordagem. Na sala das traseiras está a Cinbol, uma empresa de organização de eventos e consultoria, nomeadamente de imagem. Estará a rua a ser contaminada pelos ares cosmopolitas da vizinha José Falcão, ou mesmo de Miguel Bombarda? Inês Costa e Simão Bolívar, os dois sócios da Cinbol, e Júlio Dolbeth, todos moradores na Baixa do Porto, acham que sim, e que as indústrias criativas vão dar cartas.
Nas lojas de móveis, o sentimento é distinto. O PÚBLICO visitou algumas (garantiram-nos que há seis em actividade, mas nem todas estavam abertas) e percebeu que está a terminar um ciclo. Há falta de condições de estacionamento e a maioria das peças tem um design datado. A actividade sobrevive graças a um punhado de clientes fiéis e de meia-idade. Os comerciantes resignam-se e também aceitam culpas: "Nunca estivemos unidos, e há coisas que não se pode mudar sozinho", admite José Carvalho, da Carvalho & Cunha, Lda.
Rua de "boas famílias"
Quem chegou a prometer mudar o país foi a mais célebre personalidade nascida nesta artéria íngreme, em 1934: Francisco Sá Carneiro. O primeiro presidente do PSD cresceu no número 49, uma casa ampla e própria de uma família burguesa, e montou ainda, do outro lado da rua, o seu escritório de advocacia. Hoje, é Miguel Veiga, também ele fundador do partido, que exerce a actividade na Picaria.
Ao andar de porta em porta, encontrámos o cicerone ideal para conhecer a história da vizinhança: Reinaldo Pereira, gerente de O Ernesto, restaurante de cozinha tradicional portuguesa, no número 85. O actual proprietário tomou conta do negócio em 1990, depois de o herdar do seu pai, Ernesto Pereira, que comprou o estabelecimento em 1968. Reinaldo Pereira viveu na Picaria desde os 14 anos, mesmo por cima do restaurante, e fala de uma rua de "boas famílias", onde antigamente "até vinha gente de Lisboa" comprar mobiliário. Do passado, guarda um episódio marcante: o dia da morte de Sá Carneiro, quando a massa humana que aguardava o comício em que o político deveria estar presente, no Coliseu, se dirigiu para a rua, após a notícia do acidente em Camarate. "Isto estava cheio de gente aos gritos, a gritar contra os comunistas. Era de arrepiar", relembra. Quanto ao restaurante, não se deixe enganar pelos azulejos datados da entrada: eles são o que resta dos distantes anos 60, porque agora O Ernesto tem duas acolhedoras salas (e até um pátio) nas traseiras, com uma pequena cascata e quadros de Henrique do Vale e Augusto Canedo. A comida é tradicional e de sabor caseiro e um cliente ponderado até pode sair de lá com uma conta de apenas dez euros.
Onde também há quadros nas paredes é na Moldursant, uma loja de molduras e materiais para Belas-Artes que já data de 1917. Esta casa é uma das referências do Porto para artistas e estudantes da área e consegue escapar à crise mais profunda dos "vizinhos" do mobiliário. Obras de artistas como Sobral Centeno e Júlio Resende foram sendo doadas à gerência e servem agora de decoração à loja. Alguns jovens artistas também deixam trabalhos em exposição na Moldursant, o que a torna numa espécie de galeria. Continuando nas artes, acrescente-se que o Teatro Art'Imagem tem aqui instalações. E resta-nos falar do Rosa Escura (o nome vem do seu papel de parede), por ora o único bar da rua. Só abre à noite, e o ambiente é calmo e acolhedor. Nesta antiga loja de bicicletas, há sempre peças de joalharia, quadros e esculturas em exposição.
Para quem se questiona sobre a origem do nome da rua, aqui vai a resposta: falar em picaria é o mesmo que falar em equitação e sabe-se que a artéria tinha várias actividades relacionadas com os cavalos, até ao primeiro quartel do século XX. Depois vieram os móveis. Estaremos na fase da transição para uma nova Picaria? Reinaldo Pereira julga que sim, e garante que um prédio recentemente recuperado tem os seus sete apartamentos "já alugados", e que se fala em mais projectos de reabilitação.
O PÚBLICO pôde verificar obras em pelo menos um imóvel. A Picaria parece estar a recuperar alguns moradores, principalmente jovens, depois de um processo de desertificação iniciado nos anos oitenta.»

7.11.06

Rua RODRIGUES SAMPAIO


No edifício da esquina com a rua do Bonjardim, a sede da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto . Nesta rua existe igualmente a sede dos Bombeiros Voluntários do Porto.

Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto - Fundada em Setembro de 1882, ficou instalada na rua Formosa n° 337 (Sociedade de Geografia). O seu primeiro presidente foi HENRIQUES CARLOS DE MIRANDA, um dos fundadores de "O Comércio do Porto”. Depois de ter tido vários locais ocupa a actual sede desde 1906.


Sobre Rodrigues Sampaio


Sobre a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Porto



Quem era Rodrigues Sampaio?

António Rodrigues Sampaio (São Bartolomeu do Mar, Esposende, 25 de Julho de 1806 — Sintra, 13 de Setembro de 1882)

Jornalista e político português que, entre outras funções, foi deputado, par do Reino, ministro e presidente do ministério (primeiro-ministro).
Rodrigues Sampaio foi um dos maiores vultos do liberalismo português de oitocentos, jornalista ímpar e parlamentar de excepção. Personalidade controversa, polémica, mesmo revolucionária, mas sempre coerente e fiel aos seus princípios e desígnios, foi um agitador de renome nacional, o que lhe valeria a alcunha de o Sampaio da Revolução, já que se notabilizou como redactor principal do periódico A Revolução de Setembro. Era um jornalista de causas, não de notícias, como aliás era o jornalismo do século XIX. Apesar da violência verbal e da forma assertiva que sempre utilizou nos seus ataques políticos, Rodrigues Sampaio nunca promoveu o ataque ad hominem. Mesmo quando os seus correligionários lhe pediram que pusesse em causa a dignidade e honradez de D. Maria II e da Corte, negou-se terminantemente, escrevendo que um antro de corrupção política não faria da Corte um lugar de devassidão moral.
Foi esta postura de grande escrúpulo, associado a um incansável labor na defesa dos valores pelos quais pugnava, que lhe concede um lugar cimeiro no jornalismo político português. Era membro importante da Maçonaria.


Na esquina desta artéria com a rua Guilherme da Costa Carvalho situa-se o Bloco de Gaveto cujo projecto de 1955 é da autoria do arquitecto Viana de Lima.

Rua dos CALDEIREIROS

Antiga Rua do Souto. Antiga Rua dos Ferreiros ou da Ferraria de Cima (1850). Desce da Porta do Olival até à rua das Flores.

No prédio com o n° 259 existem as "alminhas" do Senhor da Boa Fortuna.
foto de Francisco Oliveira
A denominação actual da Rua dos Caldeireiros encontramo-la pela primeira vez em 1780, mas temos referências à Rua da Caldeiraria em 1616. Não será preciso dizer que esta designação, bem como a da Ferraria lhe vem de ali terem estado arruados ferreiros e caldeireiros, com o seu hospital de S. João Baptista e confraria de Nossa Senhora da Silva, hospital que vemos mencionado em um prazo de 1603 --- na «Rua da Lajem, defronte do Hospital de Ferreiros.

rua de S. MIGUEL

foto de Francisco Oliveira
Já foi chamada rua da Judiaria Nova.


ver também aqui e aqui

3.11.06

Praça PARADA LEITÃO

Foto de Francisco Oliveira
Café "Âncora de Ouro" mais conhecido pelo "Piolho" (remodelado em 2006).


Quem era "Parada Leitão"?

O Major José de Parada e Silva Leitão, lente de Física da antiga Academia Politécnica do Porto e do Instituto Industrial da mesma cidade, (1809-1880 ), nasceu em Sernache do Bonjardim; despachado alferes do Regimento de Infantaria nº 19 (1827), seguiu as ideias liberiais. Emigrado na Galiza, em Plymouth, em Ostende, na Bélgica e nos Açores, desembarcou no Mindelo e combateu no cerco. Concluindo o seu curso em 1837, foi convidado a requerer o lugar de lente da 8ª cadeira ( Fisica e Mecânica ) da Academia Politécnica desta cidade, que então se estava organizando. Exerceu este magistério por muitos anos, enquanto a saúde lho permitiu. Em 1853 era nomeado director da Escola Industrial do Porto. No exercício destes cargos fundou o «Industrial Portuense», o primeiro periódico deste género que houve em Portugal.
O sábio professor FERREIRA DA SILVA escreveu uma «Homenagem à memória de José de Parada e Silva Leitão», publicada em 1917, dizendo dele que "era um nobilíssimo carácter, qualidade primacial de todo o homem culto. Mas foi também um dos mais ilustres representantes do professorado superior português do seu tempo".