António dos Santos Pousada era natural do Porto. Filho de Bernardo Pousada e de Maria Josefa Gomes, onde nasceu em 28 de Outubro de 1854.
Estudou na Escola Politécnica do Porto até 1884, tendo sido um dos estudantes contemplados com um prémio nesse ano que foi entregue em sessão solene realizada a 20 de Outubro de 1884.
Santos Pousada foi nomeado professor da escola industrial em concurso para professores em 1884, aprovado por portaria de 8 de Novembro de 1884 [Joaquim Ferreira Gomes, Estudos para a História da Educação no século XIX, Instituto de Inovação Educacional, Lisboa, 1996, p. 83, nota 3]. Santos Pousada foi colocado na Escola de Desenho Industrial Faria Guimarães, no Bonfim, cidade do Porto, por Despacho de 4 de Dezembro de 1884, tendo a escola sido inaugurada em 12 de Janeiro de 1885, com mobiliário emprestado pelo Instituto Industrial do Porto. Nessa escola matricularam-se 134 alunos para frequentar aulas nocturnas [Joaquim Ferreira Gomes, idem, p. 85]
Exerceu depois funções docentes na Escola Industrial Passos Manuel, em Vila Nova de Gaia.
Santos Pousada foi consultado sobre as modificações necessárias à adaptação do Palácio dos Cirnes, já que ele tinha sido adquirido pela Junta de Freguesia do Bonfim para aí se instalar, bem como as escolas primárias. Foi convidado António dos Santos Pousada, que depois de um estudo exaustivo redigiu o seu parecer num documento datado de 1888.
Considerado um homem culto e trabalhador, que muito se empenhou na causa da implantação da República, em especial na região do Porto. Em 1904, Santos Pousada pertencia à comissão municipal republicana do Porto. Participou de forma activa nas campanhas contra a Monarquia e na organização do movimento republicano.
Foi ainda um dos propagandistas da mutualidade no norte de Portugal, tendo participado em inúmeras realizações. Foi relator de teses que abordavam a contabilidade e a escrituração das associações de socorros mútuos, no Congresso Regional que se realizou no Porto em 1904. Participou também de forma activa no Congresso Nacional da Mutualidade que se realizou em 1911, na Sociedade de Geografia de Lisboa. Neste congresso foi eleito vogal do Conselho Central da Federação Nacional das Associações de Socorros Mútuos e foi vice-presidente da Comissão Oficial de Reforma do Mutualismo, competindo-lhe a organização dos modelos de escrita que deviam acompanhar o novo modelo de reforma.
António José dos Santos Pousada destacou-se como jornalista. Colaborou em diversos órgãos da imprensa republicana como Vanguarda, Voz da Beira, Voz da Justiça, Voz de Angola, O Alarme e A Democracia. Era correspondente do jornal República, em Espinho, terra onde vivia e era muito respeitado pela população. Foi ainda o fundador da obra beneficência O Vintém das Escolas.
Pertenceu à Maçonaria, desde 1885, onde desenvolveu intensa actividade, tendo prestado serviços relevantes à organização. Talvez um dos seus mais difíceis trabalhos tenha sido conseguir que a actividade maçónica não se extinguisse no Porto, após o 31 de Janeiro, tendo conseguido, com os poucos elementos que restaram reerguer a organização. Preparou em 1900 uma conferência maçónica nacional, facto que marcou a história da instituição. Tinha como nome simbólico, Championnet, tendo atingido o grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceite. Pertenceu à Loja Aurora do Lima, do Porto, onde foi venerável, mais tarde passou para a Loja Liberdade e Progresso. Em 1901 ascende ao grau 33.
Foi eleito deputado pelo Porto e colaborou em inúmeros jornais. Com a divisão do Partido Republicano após o 5 de Outubro, Santos Pousada filiou-se no Partido Republicano Evolucionista, liderado por António José de Almeida.
Faleceu a 6 de Outubro de 1912.
No dia 10 de Novembro de 1912, realizou-se na Liga das Associações de Socorros Mútuos uma sessão solene de homenagem a Santos Pousada. Presidiu à sessão João Pinto de Azevedo, presidente da direcção da liga, tendo sido escolhido para presidir à sessão José Ernesto Dias da Silva, presidente da Federação Nacional das Associações de Socorros Mútuos. Discursaram durante a sessão Luís de Queirós e Manuel Inácio Alves Pereira.
Publicado no Almanaque Republicano
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