Após uma tentativa infrutífera ali
nos malfadados baldios para os lados da futura avenida D. Pedro IV,
para além da escola Francisco Torrinha, cheguei a casa, abri os
livros – entre os quais o “Cavaleiro Azul” - desdobrei os
mapas, consultei a internet e preparei uma nova expedição e
tentativa para encontrar o “forte da Ervilha”.
Aproximei-me calmamente por entre
moradias para venda que ainda cheiravam a reboco fresco. Interroguei
um cidadão que passeando o cão me respondeu, admirado pela minha
ousadia, que não era dali, que não conhecia.
Não sendo um geek e recusando
(recusava na altura) o uso do GPS, meti-me a caminho no meio de um
inóspito pinhal com um trilho sinuoso e com acentuado declive.
Nesse dia tive sorte! No pinhal havia
mais gente do que ao domingo em qualquer rua do portuense bairro de
Hollywood. Um adolescente que devia estrear a sua nova trial mas que
não me via e não me ouvia por causa de um capacete que não o
isolava do basqueiro da máquina. Mais longe, uma senhora que
carregava um saco (que há uns anos teria sido de serapilheira) e que
procurava algo no chão.
Foi a minha salvação! Ao fim de
algumas tentativas para entrar em diálogo com ela, depois de ela me
ter contado três quartos das maleitas que a aborreciam e dos males
do cônjuge, lá me contou que apanhava pinhas para uma senhora que
lhas comprava aos sacos para acender a lareira familiar. Enquanto ela
falava o sol ia aproximando-se do mar e a minha companheira de
expedição tentava esconder os bocejos.
A senhora acabou por confessar que não
sabia, nunca tinha ouvido falar. A não ser que fossem as pedras que
estavam ali em cima, no meio do lixo, junto a um buraco. Mas que ela
nunca ia para ali pois não havia pinhas.
Os mapas que eu tinha consultado não
datavam da Patuleia nem da Maria Cachucha mas também não tinham os
novos arruamentos, fiei-me nas indicações da autóctone. Nem afirmavam que se situava em Nevogilde ou em Aldoar, da Foz não era de certeza!
Tirei umas fotos. Foi o que consegui
nesse dia. Penso que é isto o que resta do Espaldão da Ervilha, do
que já foi uma das defesas da cidade.
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