2.10.12

Escola DR. AUGUSTO CÉSAR PIRES DE LIMA

021012

"Não há nenhuma cidade, assim, que subitamente se não torne secreta"
Eugénio de Andrade


Mas quem foi o Dr. Augusto César Pires de Lima?
A resposta foi encontrada na página do Património Cultural Imaterial:


Augusto César PIRES DE LIMA (S. Tiago de Areias, 29/08/1888 - Caldas da Saúde, 21/02/1959)


"Em 1905 formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, exercendo atividades no âmbito da advocacia e na docência no Liceu de Vila Real (1906 a 1914), Liceu Central do Porto (1915), Liceu Freitas Branco, Escola Comercial Oliveira Martins, Escola Comercial de Mouzinho da Silveira e na Escola do Infante D. Henrique, presidindo à direção desta última. Foi ainda Professor de Literatura Portuguesa no Centro de Estudos Humanísticos do Porto. Foi autor de vários livros de leitura para o ensino primário, secundário e 
técnico, que publicou em parceria com a Renascença Portuguesa, com especial interesse as edições escolares das obras de escritores portugueses.
Destacou-se no campo da Etnografia Portuguesa na primeira metade do século XX, dedicando parte fundamental da sua obra ao estudo da cultura tradicional do Douro Litoral e Minho. Integrou, em 1938, a Junta de Província do Douro Litoral, onde se manteve por quase vinte anos, no âmbito da qual viria a presidir a Comissão de Etnografia e História. Assumiu a direção da revista desta instituição, o Boletim Douro Litoral, no qual publicou parte fundamental da sua obra. A sua atividade etnográfica revelou ser das mais significativas entre as Juntas Provinciais e Distritais do nosso país, que surgiam neste período, confirmando a crescente expressão regionalista da Etnografia do século XX.
Foi responsável pela criação do Museu de Etnografia e História do Douro Litoral, de que assumiu as funções de direção, sucedendo-lhe, após a sua morte, o seu sobrinho Fernando Castro Pires de Lima.
A sua produção bibliográfica reuniu cerca de uma centena de opúsculos sobre Etnografia, Filologia e História e aproximadamente três centenas de artigos sobre temas agrícolas e outros de âmbito regionalista. O essencial desta obra que, se distribuiu entre as diferentes publicações científicas que colaborou, foi compilado em seis volumes dos seus Estudos Etnográficos, Folclóricos e Históricos, publicados entre 1947 a 1951, com o apoio da Junta de Província do Douro Litoral. Esta publicação sublinha a importância de que os seus trabalhos se revestem para a Etnografia Portuguesa, compreendendo tradições e expressões orais, arte popular, jogos e brinquedos infantis, técnicas e sistemas agrícolas, a habitação, medicina popular, entre outras temáticas que privilegiou.
Os seus primeiros trabalhos no domínio etnográfico privilegiaram os estudos sobre os Jogos e Canções infantis (1918), as Lendas (1919), e Adivinhas (1943). Procedeu ao estudo do Cancioneiro Popular de Vila Real (1924-1928), com materiais recolhidos por Luís Esteves Aguiar, alusivo a uma compilação de mil e duzentas quadras. Entre 1914 a 1921, dedicou às Tradições Populares de S. Tirso uma importante série de ensaios, publicados na revista Lusitana, numa análise comparada da sua investigação, alusivos à literatura 
tradicional, nas suas variadas formas de narrativas orais, e aos costumes e tradições populares, em especial a temática da medicina popular." 


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