Há muitos anos votado ao esquecimento - Rua Fernandes Tomás
Um pouco sobre a origem da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Portuenses:
No inicio da década de 20 viveram-se momentos de conflito, motivados por uma conjuntura político-social originada pelas diferenças ideológicas entre os adeptos da monarquia e os que aderiram à República, implantada em 5/10/1910.
Isto levou a que a sociedade civil fosse também atingida por estas convulsões.
Esta dualidade de opiniões era sentida no seio dos B.V. do Porto, já que entre os seus elementos existiam adeptos das duas ideologias, que, não raras vezes travaram questiúnculas entre si. Além desta oposição política, a corporação vivia na instabilidade pois uns apoiavam a Direcção, na pessoa do seu presidente, José Machado Pinto Saraiva, contestado por outros, dominados pelos irmãos Saldanha, estes dotados de forte personalidade, e que tentavam impor a sua vontade aos demais.
Tais divergências levaram a que se formassem dois grupos distintos, no seio da corporação:
Os SAIAS, liderados por Joaquim Vieira e Arnaldo Leite.
Os SALDANHAS, liderados por Abílio e Álvaro Saldanha.
Nos primeiros meses de 1924 realizaram-se as eleições para a Direcção, o que agudizou ainda mais as relações entre as facções rivais, a tal ponto que durante o acto eleitoral, bastante tumultuado, a urna foi quebrada e os votos espalhados pelo chão. Tais factos levaram o grupo dos SAIAS a decidir-se pela cisão.
Poucos dias depois a Comissão Organizadora aluga um edifício na Rua do Bolhão, escolhendo o 9 de Abril - dia do aniversário da Batalha de La Lys - para fundarem a Associação Humanitária Dos Bombeiros Voluntários Portuenses.
Assim, nessa data, as ruas do Porto animaram-se duplamente, pois além de se comemorar o dia do Soldado Desconhecido, novos Soldados - os da PAZ - formavam mais um corpo de homens prontos a dar a sua vida pela cidade e pelos seus semelhantes.
Para primeiro Comandante do Corpo de Bombeiros foi convidado o Capitão de Artilharia Bernardo Gabriel Cardoso Júnior, que aceitou a nomeação.
O baptismo de fogo da Corporação dá-se pouco depois da formação,(a 16 de Julho de 1924) na Estamparia do Bolhão, muito perto do quartel. O sinistro, na altura considerado um dos maiores do país, destruiu completamente a enorme estamparia e três prédios contíguos.
A devotada acção dos Portuenses, ao lado dos outros Corpos de Bombeiros da cidade, evitou que este tomasse maiores proporções.
Em 1925 a primeira escola de bombeiros efectua o seu exame final. Também nesse ano é inaugurada oficialmente a primeira viatura de combate a incêndios, o P.S.P.-1, e que ainda hoje se encontra operacional.
As acções desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros, levaram, desde muito cedo, o Governo da Nação a reconhecer os seus méritos. Desta forma, em 1926 uma Portaria Governamental louva os "Portuenses", sendo considerados, logo em 1927, uma Instituição de Utilidade Pública.
Possivelmente para estas distinções concorreu o comportamento heróico dos haveres e quando a actuação dos Portuenses, no combate ao incêndio dos Correios da Praça da Batalha.>
Texto encontrado na internet sem referência ao texto original.
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