17.5.13

Rua do BONFIM

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2013_087

Esta artéria aparece no Roteiro de 1933 como rua do Poço das Patas. 


Sobre a Freguesia do Bonfim


Outrora periférica, a freguesia do Bonfim cresceu ao longo dos antigos caminhos de Gondomar (Caminho do Padrão de Campanhã, actual Rua do Heroismo) e Valongo e Penafiel (actual Rua do Bonfim); e cresceu em torno do Monte das Feiticeiras, onde fora erguido o cruzeiro da duodécima estação da Via Sacra, também designado do Senhor do Bom Fim e da Boa Morte. A fisionomia do local foi sendo  alterada, sobretudo no século XIX, o que levou à criação da Freguesia do Bonfim, por Decreto de Costa Cabral, de 15 de Dezembro de 1841, desmembrada das vizinhas Santo Ildefonso, Campanhã, Sé. Reinava nessa altura em Portugal D. Maria II, e governava a diocese D. Jerónimo José da Costa Rebelo.

Entre a segunda metade do século XIX e do século XX, surgiram inúmeras fábricas e manufacturas, que fixaram população em bairros operários, criados em novas ruas, rasgadas sobre antigas Quintas, como as de Sacaes ou do Poço das Patas. Aqui e ali alguns palacetes demarcaram-se na paisagem, casas de industrias e comerciantes, por vezes brasileiros de torna-viagem, quase sempre burgueses de grande trato. Nas fachadas destes edificios colocaram-se paineis de azulejos, uns de padrão industrial, outros exempleares únicos, uns lisos e monocromáticos, outros de mil cores com desenhos que misturam estilos fin-de-siécle e arte nova, e que tanto irão caracterizar a freguesia.
Actualmente, as fábricas e manufacturas deixaram de existir dando lugar a outras actividades económicas como o comércio, as instituições bancárias, as pequenas empresas e os serviços.

O edifício da Junta do Bonfim está situada na chamada Quinta dos Cirnes de Francisco Diogo de Sousa Cirne Madureira (um dos conjurados do 24 de Agosto). O palácio foi comprado pela Junta em 1880. A arca de Água do Poço das Patas veio a pertencer ao fidalgo José de Sousa Cirne, proprietário da Quinta do Reimão (século XVI) mais tarde chamada dos Cirnes.

A freguesia do Bonfim é talvez a mais central de todas as que compõem a cidade Invicta. Conta com cerca de 35 mil habitantes e é a mais recente freguesia do Porto. Segundo dados retirados da Câmara Municipal do Porto possui uma área de 292ha. Das quinze freguesias que constituem a cidade do Porto, a freguesia do Bonfim fica em quinto lugar no que diz respeito às freguesias com maior àrea total, destacando-se em 1º lugar Campanhã.

Relativamente ao património, destaca-se a Igreja Paroquial do Bonfim, um belo monumento, dedicado ao Senhor do Bonfim e da Boa Morte. Edificado entre 1874 e 1894, em substituição de uma capela que ali existia desde 1786, esta igreja é um dos muitos símbolos da história desta freguesia. A Fábrica de Manuel Pinto de Azevedo, a Casa-oficina António Carneiro, a Avenida de Camilo, a Quinta de Sacais, o Liceu Alexandre Herculano, a Casa do Poço das Patas (Junta de Freguesia do Bonfim), o Convento de Santo António da Cidade (Biblioteca Pública Municipal do Porto), a Casa Viúva Forbes dos Braguinhas (Escola Superior de Belas-Artes), a Casa dos Viscondes de Gândara e a Quinta Wright (SMAS) são outros espaços que sobressaem no Bonfim, uma freguesia que se desenvolveu ao longo dos anos, situada numa cidade histórica, com inúmeros cartões de visita. Ao nível dos equipamentos de saúde. Além do elevado número de estabelecimentos de ensino, comércio, a freguesia conta ainda com um grande número de colectividades, que cumprem um papel decisivo no desenvolvimento cultural desta freguesia. O Bonfim continua a ter avenidas com árvores centenárias (Avenida Camilo e Avenida Rodrigues de Freitas). Com a chegada do Metro, valorizou-se ainda mais, alargando a sua rede viária e os acessos.






1 comentário:

Unknown disse...

A Rua é muito bonita e detém edifícios com grande interesse arquitectónico.
No entanto parece estar votada ao ostracismo por parte das autoridades competentes, nomeadamente da Câmara Municipal do Porto e da Junta de Freguesia.
O pavimento da via encontra-se em mau estado e os passeios, em cimento em regra remendado, estão em más condições e com um aspecto degradado.
É uma pena pois,como disse, tem edifícios belíssimos e trata-se de uma rua larga, desafogada e com uma óptima exposição solar.