Artur de Sousa merecia bem uma rua na cidade.
Já um ex-treinador do F C P é lembrado igualmente ali para o lado das Antas.
Mas quem é este Artur de Sousa? - perguntará o portuense ou o portista.
Claro que a maioria de nós o conheceu pelo nome de "Pinga".
O texto que se segue foi retirado do blogue ESTRELAS DO FCP.
« Artur de Sousa (Pinga), nasceu na ilha da Madeira no dia 30 de Setembro de 1909.
Começou a sua carreira ao serviço do Marítimo S.C. e não demorou a despertar a cobiça dos dirigentes do Futebol Clube do Porto, onde chegou nos finais do ano de 1930. A sua contratação pelo clube azul e branco esteve envolta em alguma polémica, tendo mesmo os dirigentes do clube maritimista acusado o F.C. Porto de falsificação de documentos.
Polémicas à parte, Pinga desde cedo começou a cativar os adeptos portistas porque era dono de uma técnica invejável, tinha um fantástico domínio de bola e era um jogador completo porque tanto atacava como ajudava a defender.
Formava o grande meio-campo do Futebol Clube do Porto nos anos 30 juntamente com: Acácio Mesquita e Valdemar Mota, que ficaram conhecidos como: “os três diabos do meio-dia”. O nome apareceu depois de na época do natal de 1933 o F.C. Porto ter disputado 2 jogos, o primeiro foi contra uma Selecção de Budapeste em que os portistas venceram por 7-4. Uma semana mais tarde foi a vez de realizar novo jogo mas desta vez contra uma das equipas mais poderosas da altura, o First de Viena. O jogo foi ao meio-dia, e o F.C. Porto venceu por 3-0. Sobre isso, Pinga disse o que pensava antes da sua despedida como futebolista: “Nós os três... Aquilo é que era jogar... Que desculpem a vaidade, mas parece-me que nunca mais se arranjam três rapazes da bola tão intimamente ligados a acertar na borracha. Se até nós, às vezes, nem sabíamos como aquilo era...”.
Foi durante muitos anos considerado como o melhor jogador português de futebol, e tinha uma grande importância para a Selecção de Portugal onde se estreou no dia 30 de Novembro de 1930 para defrontar a Selecção da Espanha.
Em Julho de 1946 foi a festa da despedida de Pinga com a realização de um jogo contra uma Selecção que era formada por jogadores do Sporting, Belenenses, Académica e Benfica. Quando deixou o terreno de jogo do Estádio do Lima, estava emocionado e com lágrimas nos olhos por toda aquela multidão também emocionada, lhe estar a acenar com lenços e a gritar o seu nome.
Depois da despedida, Pinga tornou-se treinador e iniciou o percurso no Tirsense onde viveu mais um momento de glória quando a sua equipa eliminou o Sporting C.P. da Taça de Portugal. Regressou ao Futebol Clube do Porto para ser treinador adjunto e mais tarde tomou conta dos mais jovens para ensinar aquilo que tão bem tinha feito enquanto futebolista.
Faleceu em 1963 vítima de cirrose. Esta sepultado no mausoléu do Futebol Clube do Porto no cemitério de Agramonte.
Palmarés
5 Campeonatos Nacionais da 1ª Divisão (Portugal)
1 Campeonato de Portugal
13 Campeonatos do Porto
3 Campeonatos do Funchal
Jogos: 400
Golos: 394 »
Actualização de Março 2015:
"FUTEBOL DESPORTO DE CAUSAS
Actualização de Março 2015:
"FUTEBOL DESPORTO DE CAUSAS
"Os três diabos do meio-dia", assim ficou conhecido, depois de um jogo realizado à hora do almoço, em 1933 contra o First Viena, o trio constituído por Pinga, Valdemar Mota e Acácio Mesquita. Pouco sabem, no entanto, que algo mais, para além do futebol, unia estes jogadores: o apoio à causa republicana e uma posição nitidamente clara contra a ditadura. Foram mais de uma dezena os refugiados republicanos espanhóis, em Portugal, que contaram com o seu apoio na fuga à ditadura franquista. No Museu da Maçonaria, em Salamanca, o seu nome está registado ao lado de outros combatentes pela liberdade, com a seguinte inscrição "los bravos hermanos portugueses" -
Texto de Alcino Pedrosa publicado no Facebook.
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