Fotografia publicada e localizada no Flickr
Esta rua começou a ser aberta em 1903 - o seu nome foi deliberado pela Câmara em Novembro de 1905 - e a sua origem deve-se ao facto de ter sido projectado a sua cobertura em vidro - como a de certas "passages" dos boulevards de Paris. Um século mais tarde podemos ver que anarquicamente os últimos andares foram completamente alterados.
Nela existe o Hospital dos Clérigos do Grupo "Hospitais Privados de Portugal", a galeria Nasoni e uma bela fachada de um prédio "Art-Nouveau".
"Galeria de Paris - No Campo então chamado de Via-Sacra, ou do Calvário Velho, edificou-se em 1704 o Convento de S. José e Santa Teresa, de Carmelitas, onde antes existia apenas uma ermida. A instâncias do geral do Carmo, Frei Pedro de Jesus, D. Pedro II, por alvará de 26 de Abril de 1701, dera licença para esta fundação, permitindo à Câmara a doação dos terrenos, que esta deferiu em 19 de Julho de 1702, ampliando a doação em 22 de Dezembro seguinte a baldios que havia junto da estrada, Rua das Carmelitas. Tinha este convento uma pequena igreja, muito elegante, com boa talha, claustro, dormitórios, e uma cerca com tanques e chafariz. Da sua história desde a fundação até 1833, em que se extinguiu, pouco ou nada se sabe. Expulsas as religiosas, que eram miguelistas, quando o duque de Bragança, D. Pedro, entrou na cidade, a casa ficou abandonada, serviu de escritório, cavalariças e oficinas da Mala Posta, de Escola Normal, posto de polícia, estação telegráfica e direcção das Obras Públicas. Foi depois arrematada pela Câmara, que destinava o local a um mercado, e entretanto foi servindo para um colégio, escola pública e armazéns de cereais. Na cerca estavam umas albergarias onde se recolhiam cavalgaduras e, do lado sul, um barracão para espectáculos. Um projectado teatro não chegou a construir-se. Os prédios que circuitavam o convento foram demolidos nos princípios do século passado, em 1903, tendo-se aberto uma nova artéria no sentido norte sul a que puseram o nome de Galeria Paris, no plano de ser uma passagem com cobertura de vidro (provavelmente daí o nome). A planta redonda de Balck (1813) mostra-nos, nas traseiras da casa conventual, uma artéria inominada, entre a Rua da Fábrica e o Largo do Correio e mais a nascente, a rua então designada do Correio-Mor, actual Rua do Conde de Vizela. A Travessa das Carmelitas, que figura na planta de Costa Lima (1839), seria cremos a actual Rua de Cândido dos Reis, antes Rua da Rainha D. Amélia, antes Largo do Correio-Mor, dado situar-se aí o palacete dos Correio-Mores, onde os correios tinham a sua sede. E ainda dos Ferros-Velhos, por no local se fazer a Feira da Ladra, e Largo do Ermitão, de uma ermida lá existente noutros tempos.
Alguns topónimos referentes às Carmelitas e aos Correios: Dentro do Pátio das Carmelitas (1770/1832); Barracas das Carmelitas (1828); Rua das Carmelitas (1827); Rua de Santa Teresa (1825); Praça de Santa Teresa (1818); Travessa de Santa Teresa (1833); Viela do Correio-Mor (1753); Calçada do Correio-Mor (1754); junto ao Correio-Mor (1730). É possível que uma Nova dos Ladros ou Ladras, mencionada em vários registos paroquiais de Santo Ildefonso (1674/1679/1682), se possa identificar com a do Correio-Mor, numa alusão já aos Ferros Velhos e Feira da Ladra. Faltam-nos, porém, provas desta suposição, que faria remontar a feira dos trastes velhos ao terceiro quartel do século XVII."
Nela existe o Hospital dos Clérigos do Grupo "Hospitais Privados de Portugal", a galeria Nasoni e uma bela fachada de um prédio "Art-Nouveau".
"Galeria de Paris - No Campo então chamado de Via-Sacra, ou do Calvário Velho, edificou-se em 1704 o Convento de S. José e Santa Teresa, de Carmelitas, onde antes existia apenas uma ermida. A instâncias do geral do Carmo, Frei Pedro de Jesus, D. Pedro II, por alvará de 26 de Abril de 1701, dera licença para esta fundação, permitindo à Câmara a doação dos terrenos, que esta deferiu em 19 de Julho de 1702, ampliando a doação em 22 de Dezembro seguinte a baldios que havia junto da estrada, Rua das Carmelitas. Tinha este convento uma pequena igreja, muito elegante, com boa talha, claustro, dormitórios, e uma cerca com tanques e chafariz. Da sua história desde a fundação até 1833, em que se extinguiu, pouco ou nada se sabe. Expulsas as religiosas, que eram miguelistas, quando o duque de Bragança, D. Pedro, entrou na cidade, a casa ficou abandonada, serviu de escritório, cavalariças e oficinas da Mala Posta, de Escola Normal, posto de polícia, estação telegráfica e direcção das Obras Públicas. Foi depois arrematada pela Câmara, que destinava o local a um mercado, e entretanto foi servindo para um colégio, escola pública e armazéns de cereais. Na cerca estavam umas albergarias onde se recolhiam cavalgaduras e, do lado sul, um barracão para espectáculos. Um projectado teatro não chegou a construir-se. Os prédios que circuitavam o convento foram demolidos nos princípios do século passado, em 1903, tendo-se aberto uma nova artéria no sentido norte sul a que puseram o nome de Galeria Paris, no plano de ser uma passagem com cobertura de vidro (provavelmente daí o nome). A planta redonda de Balck (1813) mostra-nos, nas traseiras da casa conventual, uma artéria inominada, entre a Rua da Fábrica e o Largo do Correio e mais a nascente, a rua então designada do Correio-Mor, actual Rua do Conde de Vizela. A Travessa das Carmelitas, que figura na planta de Costa Lima (1839), seria cremos a actual Rua de Cândido dos Reis, antes Rua da Rainha D. Amélia, antes Largo do Correio-Mor, dado situar-se aí o palacete dos Correio-Mores, onde os correios tinham a sua sede. E ainda dos Ferros-Velhos, por no local se fazer a Feira da Ladra, e Largo do Ermitão, de uma ermida lá existente noutros tempos.
Alguns topónimos referentes às Carmelitas e aos Correios: Dentro do Pátio das Carmelitas (1770/1832); Barracas das Carmelitas (1828); Rua das Carmelitas (1827); Rua de Santa Teresa (1825); Praça de Santa Teresa (1818); Travessa de Santa Teresa (1833); Viela do Correio-Mor (1753); Calçada do Correio-Mor (1754); junto ao Correio-Mor (1730). É possível que uma Nova dos Ladros ou Ladras, mencionada em vários registos paroquiais de Santo Ildefonso (1674/1679/1682), se possa identificar com a do Correio-Mor, numa alusão já aos Ferros Velhos e Feira da Ladra. Faltam-nos, porém, provas desta suposição, que faria remontar a feira dos trastes velhos ao terceiro quartel do século XVII."
"Toponímia Portuense" de Eugénio Andrea da Cunha e Freitas
Sem comentários:
Enviar um comentário