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HENRIQUE CÉSAR DE ARAÚJO POUSÃO (Vila Viçosa, 1 de Janeiro de 1859 - Vila Viçosa, 20 de Março de 1884), foi um pintor português pertencente à 1 ª geração naturalista. Faleceu com apenas 25 anos, de tuberculose.
Foi o mais inovador pintor português da sua geração, reflectindo, na sua obra naturalista, influências de pintores impressionistas, como Pissarro e Manet. Realizou também paisagens que ultrapassam as preocupações estéticas da pintura do seu tempo. Natural de Vila Viçosa, Henrique Pousão faz-se pintor na Academia Portuense de Belas Artes, onde é discípulo de Thadeo Furtado e João Correia.
Bolseiro do Estado, parte para Paris, em 1880, com José Júlio de Sousa Pinto onde é discípulo de Alexandre Cabanel e Yvon. Por razões de saúde, troca a França por Itália: em Nápoles, Capri e Anacapri, executa algumas das suas melhores pinturas, em Roma é sócio dos Círculo dos Artistas e frequenta sessões nocturnas de Modelo Vivo.
Considerado um dos maiores da Pintura portuguesa da segunda metade do Século XIX, Henrique Pousão desenvolveu toda a sua produção artística em fase de formação. A sua pintura é marcada pelos lugares por que passa. Em França, revela já a originalidade que, mais tarde, marca a sua obra: um entendimento da luz e da cor, traduzido nas representações das margens do Sena, dos bosques sombrios dos arredores de Paris e em aspectos da aldeia de St. Sauves.
Em Roma, embora adira ao gosto académico, afasta-se do registo mimético e narrativo do naturalismo: num numeroso conjunto de pequenas tábuas, pinta ruas, caminhos, pátios, casas, trechos de paisagens, expressa as formas em grandes massas de cor, em jogos de claro-escuro e de luz-sombra. Em algumas obras, as composições assumem formas sintetizadas - próximas de uma expressão abstracta - caso de excepção na pintura portuguesa da época.
Henrique Pousão é o pintor da primeira geração naturalista mais bem representado na colecção do Museu: quer pelo vasto conjunto de peças, quer pela sua qualidade pictórica. Através da sua obra, é possível traçar o antes e o depois do naturalismo.
Obras
- Paisagem - Saint-Sauves (1881)
- Esperando o Sucesso (1882)
- Cabeça de Rapaz Napolitano (1882)
- Cansada (1882)
- Napolitana (1882)
- Cecília (1882)
- Senhora Vestida de Negro (1882)
- Casas Brancas de Caprile (1882)
- A Casa de Persianas Azuis (não datado - 1883 ?)
- Mulher da Água (1883)
- Escada em ruínas (1882)
- Parede e degraus (1882)
- Rua de Capri (1882)
1 comentário:
Por ser este teu comentário mais recente, respondo um questionamento seu sem muitas informações acerca da Rua dos Bicalho
Bicalho é uma familia com origem em Porto, porém sua maior vertente atualmente encontra-se no Brasil, d'onde Antonio Dias Bicalho (nascido em N. S.ª da Boa Viagem de Massarelos) é o ascendente.
Foi Dom Lívio Martim Bicalho, senhor das terras de Matozinhos, da Torre e da Quintana de mesmo nome, o iniciante deste clã. Com pequeno exército defendeu Matozinhos, Vila Nova de Gaia e a cidade do Porto contra as invasões de Henrique de Trastamara, sendo reconhecido pelo Rei por seus atos de Bravura.
Tornou-se Cavalheiro Armado do Reino, conselheiro do Rei Dom Fernando I, e teve o seu Brasão de Armas concedido em 1.369.
A origem crê-se que seja o aumentativo de bica.
muito interessante seu trabalho, inclui-se mais uma informação para mim a existência da Rua dos Bicalhos.
abraços
Bruno Bicalho
bruno.bicalho@usp.br
Bacharelando em Lazer e Turismo
Universidade de São Paulo
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