22.2.08

Praça GUILHERME GOMES FERNANDES


estátua

Fotografia publicada e localizada no Flickr


Guilherme Gomes Fernandes (Baía n. 6/02/1850 - Lisboa f. 31/10/1902). Comandante dos Bombeiros Voluntários do Porto. Praça ou Largo de Sta. Teresa, vulgarmente conhecida por Praça do Pão ou Praça da Feira do Pão, à volta de 1850. Tinha anteriormente o nome de Campo da Via Sacra e Feira da Farinha (Roteiro de 1933). Recebeu a denominação actual de Guilherme Gomes Fernandes em 1915. (Arquivo da Toponímia)


Ainda sou do tempo em que havia, na própria praça e à sua volta, um grande número de farinheiros e de padarias. Nos dias de hoje só nos resta a Padaria Ribeiro e o farinheiro do Largo do Moínho de Vento.

GUILHERME GOMES FERNANDES

(Nota biográfica a partir de documento gentilmente cedido por Jorge Rodrigues)

Nasceu na Baía, Brasil em 1850 e morreu em Lisboa em 1902.

O seu monumento, bronze de Bento Cândido da Silva, data de 1915.

Estudou em Inglaterra, no colégio de Santa Maria, em Ascott, e regressou ao Porto aos 19 anos, impecável de elegância, de porte e de maneiras, atleta superior, falava cinco línguas e guiava as mais belas equipagens da capital do Norte.

Possuidor de grande fortuna, sempre a dedicou à benemerência mais perfeita, custeando a primeira organização portuguesa de bombeiros voluntários - a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Porto.

Comandante de 1875 a 1885 dos Voluntários.

Depois, porque as relações com os bombeiros já eram muito más, a Câmara nomeia-o Inspector-geral dos Incêndios, Chefe do Corpo de Salvação Pública (bombeiros sapadores). Ganhou em 1894 em Lyon um concurso. Mal visto como Chefe pelos seus homens que por várias vezes expuseram à Câmara as razões das suas queixas. Usava processos iníquos, violentos, vexando amiúde os seus subordinados. Os seus defeitos revelam-se pela má criação, pela prepotência, pelo arbítrio.

A propósito deste concurso de Lyon que, durante décadas, ficou célebre na memória popular, a qual atribuía todos os louros a G. G. F., diga-se que este tendo sido convidado pela entidade organizadora preparou-o no maior segredo com os Municipais.
Só dez dias antes da partida para França é que Luís Faria Guimarães presidente dos Voluntários soube da marosca. Como já não se podia inscrever obrigou o Guilherme G. F. a aceitar que os Voluntários fizessem parte da representação. Só tiveram um exercício de conjunto.
Este Faria Guimarães tinha muita influência na cidade pois era originário de uma família burguesa da indústria e notável empresário teatral. Só nestas condições poderia ter conseguido esta pressão. Afinal os Voluntários saíram-se da tarefa tão bem quanto os Municipais. Parece até que estavam mais adestrados, pois eram todos da burguesia e frequentavam o Ginásio Lauret.

Faleceu em Lisboa, a 31 de Outubro de 1902, em consequência duma melindrosa operação.


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