27.2.08

Rua das MOTAS



Fotografia publicada e localizada no Flickr

Antiga palavra portuguesa, hoje em desuso, mas que Santa Rosa de Viterbo regista no seu «Elucidário», dizendo que «antigamente se tomava pelos muros, torres, fossos ou cavas que defendiam e mesmo formoseavam uma casa de campo, e que por erma e solitária necessitava de ser guarnecida a modo de castelo ou fortaleza». E citando um documento de 1280, que fala de «uma casa com sua mota», acrescenta o doutíssimo frade: «Toma-se hoje por açude ou levada de água, que se forma de torrões, faxinas ou pedras». Mais recentemente, diccionaristas como Cândido de Figueiredo e Brunswick dão-lhe significado de «aterro com que se resguarda de inundações um campo, campos ou lugar», «aterro à borda de um rio para impedir inudações». Provavelmente será esta a origem do topónimo de que nos ocupamos. ("Toponímia Portuense" de Eugénio Andrea da Cunha e Freitas)



Nesta Rua encontra-se o "Orfeão da Foz do Douro":

"Fundado em 1 de Janeiro de 1916 por um grupo de jovens amantes da música e do teatro, sob o lema Arte e Beneficiência, o Orfeão instalou-se primeiro num edifício da esquina entre a Rua do Paraíso e a Rua Central, hoje Padre Luís Cabral (onde funcionou também a Cooperativa da Foz).

Sebastião Campos, Alfredo José de Pinho, António Cunha Matos, José Vitório F. Iglésias, Hernâni Júlio Rocha Lima, José Matos Vilar, entre outros são dos fundadores e dos primeiros activistas. Iniciou a sua actividade com um Grupo Coral que chegou a ter a participação de mais de cem elementos e era considerado um dos principais da cidade e do norte do país. Dentre as várias sedes que conheceu, antes de se instalar na Rua das Motas, realce-se a passagem pelo Café Central na Rua Senhora da Luz.

Presentemente, existe um Grupo Coral Misto, dirigido pelo Maestro Afonso Alves e que tem actuado em diversos encontros e concertos, quer na cidade do Porto, quer noutros concelhos.

O Orfeão da Foz do Douro em 1934 foi agraciado pelo Presidente da República com o Grau Oficial de Ordem de Benemerência e, pela Câmara Municipal do Porto, em 1966, com a Medalha de Ouro de Mérito Municipal. Em representação da Foz do Douro participa, desde 1991, ininterruptamente, no concurso de Rusgas de S.João do Porto, onde já obteve primeiros lugares em 3 anos de participação, e no cortejo do traje de papel integrado nas Festas de S. Bartolomeu da Foz do Douro."


Os arquitectos José Bernardo Távora e Miguel Mesquita são os autores do projecto de um conjunto de casas em banda existente nesta rua.

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