Nesta parede que me veste
da cabeça aos pés, inteira,
bem hajas, companheira,
as viagens que me deste.
Aqui,
onde o dia é mal nascido,
jamais me cansou
o rumo que deixou
o lápis proibido...
Bem haja a mão que te criou!
Olhos montados no teu selim
pedalei, atravessei
e viajei
para além de mim.
Luís Veiga Leitão, Longo Caminho Breve. Poesias Escolhidas. 1943-1983, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1985
Fotografia publicada e localizada aqui
Luís Maria Leitão (Moimenta da Beira, 27 de Maio de 1912 — Niteroi, 9 de Outubro de 1987), mais conhecido pelo pseudónimo de Luís Veiga Leitão, foi um poeta e artista plástico português, membro do grupo literário Germinal. Foi um militante anti-fascista, sendo obrigado a exilar-se devido à perseguição pelo Estado Novo.
Biografia (da Wikipédia)
Foi escriturário da 7.ª Brigada Cadastral da Federação dos Vinicultores da Região do Douro, mas foi demitido por ser contra o regime salazarista. Foi delegado de informação médica de vários laboratórios farmacêuticos.
Para além de poesia, escreveu crónicas de viagens e de costumes. Foi também artista plástico, dedicando-se ao desenho.
Existe uma placa na casa onde nasceu em Moimenta da Beira.
Principais obras publicadas
* Latitude – 1950;
* Noite de Pedra -1955;
* Livro de Andar e Ver -1976;
* Linhas do Trópico – 1977;
* Livro da Paixão – Para Ler e Contar – 1986;
* Rosto por Dentro – 1992;
Figura nas seguintes antologias:
* Ciclo de Pedras – 1964;
* Sonhar da Terra Livre e Insubmissa – 1973;
* Longo Caminho Breve – Poesias Escolhidas – 1943 e 1983;
* Biografia Pétrea – 1989.
Curiosidade portuense:
Luís da Veiga Leitão morou nos anos sessenta do século XX na rua Adolfo Casais Monteiro.
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