Fotografia publicada e localizada no Flickr
Antes de 1959 esta artéria fazia parte da Rua de Cedofeita, talvez por isso que a sua numeração não foi alterada. A rua não começa no número 1!
Dados sobre o Barão de Forrester:
A Wikipédia também publica uma página sobre o Barão de Forrester.
Dados sobre o Barão de Forrester:
Joseph James Forrester nasceu na Escócia a 21 de Maio 1809 e morreu misteriosamente no rio Douro em 12 de Maio de 1861.Veio muito novo viver para o Porto, para a casa de um tio, negociante muito abastado, que comprava as pipas de vinho do Porto por dez mil réis e depois as vendia na Inglaterra por mais de setenta. Educou o sobrinho para lhe continuar o negócio, mas ao jovem aconteceu algo de belo e imprevisível: apaixonou-se pelo rio Douro.
A compra e venda da produção dos lavradores eram para ele apenas um pretexto para viver no rio. Tal era a paixão fluvial, que mandou construir um barco do estilo rabelo, para aí poder permanecer por longos períodos e receber os seus amigos e pessoas importantes da época, aos quais oferecia jantares esplêndidos. Conta a história que este barco, de tão requintado e luxuoso que era, impressionou na época, não só pela magnífica tripulação rigorosamente uniformizada, mas também por já dispor de magnificas condições, tais como: cozinha, sala de jantar, leitos e retrete.
Acompanhado pelos mais valentes marinheiros, o barão navegava desde o Porto até Barca de Alva, ficando horas e horas ancorado no fundo do rio, a desenhar os pormenores das margens, as encostas a descer em catarata até ás ribas rochosas, os cachões sinuosos que a água fazia entre as valeiras, e redigia notas para os seus opúsculos sobre o Douro. A coroa de glória a que aspirava, conseguiu completá-la: o Mapa do Douro, um minucioso levantamento reduzido a um desenho de três metros de comprido e 68 cm de largo, nunca sendo comercializado, mas sim oferecido a quem se mostrasse interessado, independentemente da classe social a que pertencesse. Nunca um rio português tinha sido estudado com tanto amor, tanto rigor científico, tanta despreocupação material. Este trabalho esplendoroso, adicionado aos vários mapas da região demarcada, fez com que o governo lhe atribuísse a honraria do título de Barão, constituindo um feito inédito até então, conseguido por um estrangeiro.
Em Maio de 1861, o barão de Forrester foi visitar D. Antónia Adelaide Ferreira, a uma das de mais de meia centena de quintas de que a famosa Ferreirinha era proprietária: A Quinta do Vesúvio. Esta quinta, situada na Horta de Numão, entre a Pesqueira e Foz Côa, e que contém dentro dos seus muros sete montes e trinta vales, era uma das preferidas de D. Antónia. Ali a detentora de uma das maiores fortunas do Douro primava em receber as suas visitas, debaixo de uma frondosa palmeira que ainda hoje existe. Ao instalar-se o barão no Vesúvio, aumentou assim o número de visitantes que já ali se encontravam, a saber, a filha de D. Antónia, o genro (jovem conde de Azambuja) e ainda o juiz de direito da comarca, que apreciava muito não se sabe se a quinta, se o famoso vinho, se a Ferreirinha.
D. Adelaide, ao ver-se ladeada de toda esta gente, e talvez um pouco saturada de tantas visitas, decide anunciar a sua partida no dia seguinte para a Régua. O barão disponibiliza-se de imediato para a acompanhar, ao que recebeu resposta negativa da proprietária, alegando que o mesmo não tinha lá o seu barco. Num gesto de galanteio e contra resposta, o barão fez questão de a acompanhar, porque era conhecedor do percurso e seria o governador do barco da enérgica Senhora. Separava-os da "Princesa do Douro" a distância de cinquenta e seis quilómetros e havia que passar pela pior garganta do curso: o cachão da Valeira. Era este o local que mais impressionava o barão, e por ele desenhado várias vezes. Foi precisamente aí que a tragédia caiu sobre os viajantes.
Os remeiros não puderam evitar a força da torrente, o barco afundou-se e todos os ocupantes foram atirados para as águas revoltosas do rio. As grandes saias de balão que então se usavam seriam motivo de salvação das senhoras. Os cavalheiros tiveram outra sorte. Desapareceram dois criados de D. Adelaide, e os cadáveres encontraram-se dias depois nas imediações da Régua. Até um caixote com pratas que a Ferreirinha levava para a Quinta de Travassos em Loureiro, veio a aparecer longe, entalado na roda de uma azenha. Só do Barão não houve mais notícias. Vieram mergulhadores, na esperança de encontrar o corpo, sendo todas as tentativas infrutíferas. O Barão, que sempre usava um grande cinto de cabedal atulhado de libras de ouro, tinha nesse dia calçado grandes botas pretas, que chegavam ao cimo da anca, e tudo aquilo era ouro escondido.
O Barão de Forrester desapareceria, nas profundas deste rio, amante sôfrego, que o abraçou para sempre e o não deixou mais partir. Sentida e merecida homenagem a este amante do Douro e do seu rio.
A compra e venda da produção dos lavradores eram para ele apenas um pretexto para viver no rio. Tal era a paixão fluvial, que mandou construir um barco do estilo rabelo, para aí poder permanecer por longos períodos e receber os seus amigos e pessoas importantes da época, aos quais oferecia jantares esplêndidos. Conta a história que este barco, de tão requintado e luxuoso que era, impressionou na época, não só pela magnífica tripulação rigorosamente uniformizada, mas também por já dispor de magnificas condições, tais como: cozinha, sala de jantar, leitos e retrete.
Acompanhado pelos mais valentes marinheiros, o barão navegava desde o Porto até Barca de Alva, ficando horas e horas ancorado no fundo do rio, a desenhar os pormenores das margens, as encostas a descer em catarata até ás ribas rochosas, os cachões sinuosos que a água fazia entre as valeiras, e redigia notas para os seus opúsculos sobre o Douro. A coroa de glória a que aspirava, conseguiu completá-la: o Mapa do Douro, um minucioso levantamento reduzido a um desenho de três metros de comprido e 68 cm de largo, nunca sendo comercializado, mas sim oferecido a quem se mostrasse interessado, independentemente da classe social a que pertencesse. Nunca um rio português tinha sido estudado com tanto amor, tanto rigor científico, tanta despreocupação material. Este trabalho esplendoroso, adicionado aos vários mapas da região demarcada, fez com que o governo lhe atribuísse a honraria do título de Barão, constituindo um feito inédito até então, conseguido por um estrangeiro.
Em Maio de 1861, o barão de Forrester foi visitar D. Antónia Adelaide Ferreira, a uma das de mais de meia centena de quintas de que a famosa Ferreirinha era proprietária: A Quinta do Vesúvio. Esta quinta, situada na Horta de Numão, entre a Pesqueira e Foz Côa, e que contém dentro dos seus muros sete montes e trinta vales, era uma das preferidas de D. Antónia. Ali a detentora de uma das maiores fortunas do Douro primava em receber as suas visitas, debaixo de uma frondosa palmeira que ainda hoje existe. Ao instalar-se o barão no Vesúvio, aumentou assim o número de visitantes que já ali se encontravam, a saber, a filha de D. Antónia, o genro (jovem conde de Azambuja) e ainda o juiz de direito da comarca, que apreciava muito não se sabe se a quinta, se o famoso vinho, se a Ferreirinha.
D. Adelaide, ao ver-se ladeada de toda esta gente, e talvez um pouco saturada de tantas visitas, decide anunciar a sua partida no dia seguinte para a Régua. O barão disponibiliza-se de imediato para a acompanhar, ao que recebeu resposta negativa da proprietária, alegando que o mesmo não tinha lá o seu barco. Num gesto de galanteio e contra resposta, o barão fez questão de a acompanhar, porque era conhecedor do percurso e seria o governador do barco da enérgica Senhora. Separava-os da "Princesa do Douro" a distância de cinquenta e seis quilómetros e havia que passar pela pior garganta do curso: o cachão da Valeira. Era este o local que mais impressionava o barão, e por ele desenhado várias vezes. Foi precisamente aí que a tragédia caiu sobre os viajantes.
Os remeiros não puderam evitar a força da torrente, o barco afundou-se e todos os ocupantes foram atirados para as águas revoltosas do rio. As grandes saias de balão que então se usavam seriam motivo de salvação das senhoras. Os cavalheiros tiveram outra sorte. Desapareceram dois criados de D. Adelaide, e os cadáveres encontraram-se dias depois nas imediações da Régua. Até um caixote com pratas que a Ferreirinha levava para a Quinta de Travassos em Loureiro, veio a aparecer longe, entalado na roda de uma azenha. Só do Barão não houve mais notícias. Vieram mergulhadores, na esperança de encontrar o corpo, sendo todas as tentativas infrutíferas. O Barão, que sempre usava um grande cinto de cabedal atulhado de libras de ouro, tinha nesse dia calçado grandes botas pretas, que chegavam ao cimo da anca, e tudo aquilo era ouro escondido.
O Barão de Forrester desapareceria, nas profundas deste rio, amante sôfrego, que o abraçou para sempre e o não deixou mais partir. Sentida e merecida homenagem a este amante do Douro e do seu rio.
Publicado aqui:http://castanheira2006.blogs.sapo.pt/513.html
A Wikipédia também publica uma página sobre o Barão de Forrester.
2 comentários:
Escolhi a sua página para contar a história do Barão.
Obrigado Jorge Portojo.
Gostos das suas fotos, gosto do seu trabalho de divulgação sobre a nossa cidade e do trabalho que desenvolve nas suas apresentações em Power-Point. Tudo o que se possa fazer sobre a cidade é complementar...
Abraço
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